domingo, 3 de março de 2013

Rua Grande passará por uma requalificação urbanística

Foto: Diego Chaves
 
Obra está entre as propostas do PAC-Cidades Históricas e deve ser concluída em três anos.
 
Anderson Corrêa
Da equipe de O Estado
 
Representantes da 3ª Superintendência do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), devem se reunir no dia 7, em Brasília, para aprovação de todas as propostas de obras em São Luís dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC – Cidades Históricas), que inclui a requalificação urbanística da Rua Grande. Serão destinados recursos de R$ 30 milhões para a execução dos projetos de reforma do polo comercial da região central da cidade.
A obra deve ser concluída em três anos, contando com a licitação dos projetos, licitação e execução das obras. Até o mês de maio devem ser contratados os projetos da obra. O primeiro será o de embutimento da fiação elétrica e da rede lógica, que deverá ser feito em consonância com a Companhia de Energética do Maranhão (Cemar).
“Esse é um projeto complexo, porque vai retirar todos os postes, embutir a rede elétrica, criar subestações, vê os locais que vão poder receber essas subestações, até desapropriando algum imóvel. Tudo vai ser subterrâneo”, explica Kátia Bogéa, superintendente do Iphan.
O outro projeto é o arquitetônico, o qual prevê uma nova pavimentação de ruas e calçadas, acessibilidade, instalação de equipamentos urbanos (telefones públicos, lixeiras, jardineiras, bancos, sanitários), iluminação artística de algumas edificações especiais e até a reforma de alguns deles, como o Palacete Gentil Braga, propriedade da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que será executada pelo Iphan.
“Tudo vai ser discutido com as empresas que vencerem as licitações. Nós vamos dar as diretrizes e eles vão fazer o projeto. Queremos um piso que as calçadas fiquem demarcadas e no mesmo plano da rua, tudo para dar qualidade urbanística para a região”, comentou Kátia Bogéa.

Apoio - Segundo a superintendente, esse é um projeto grandioso que precisará do apoio de várias instituições para que tudo transcorra sem grandes problemas. O Governo do Estado e a Prefeitura Municipal estão entre os principais parceiros. A Associação Comercial do Maranhão (ACM) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) devem participar desse processo. “Precisaremos do apoio logístico da Prefeitura, principalmente no que diz respeito a organização do comércio informal”, asseverou.
Por ser uma obra demorada e difícil especialmente para lojistas, estes deverão ser muito compreensivos, porque trará desconforto e prejuízos. “É uma obra que não é fácil de ser feita, mas que é necessária. Vamos estudar como será executada, será quarteirão por quarteirão, ou de outra forma. Não adianta quebrar a rua inteira de uma vez. Faremos um cronograma e uma logística. Mas eles precisam estar conscientes de que haverá transtornos”, ressaltou a superintendente.
“Mas o resultado será bom para todos”, ressalta ela. “A Rua Grande será entregue a população renovada, com seu patrimônio arquitetônico preservado, com acessibilidade, dando conforto a comerciantes e consumidores”, disse. As ruas transversais à artéria comercial também serão recuperadas, assim como as Praças Deodoro, Pantheon, João Lisboa e Largo do Carmo.

Mais
 
Foto: Diego Chaves
 
O último projeto de requalificação urbanística da Rua Grande foi feito na década de 1990, quando se retirou a camada asfáltica da rua. Nessa reforma, houve alargamento das calçadas e a rua ficou mais estreita e com paralelepípedos aparentes. Em 1950, a rua tinha trilhos para o bonde, uma igreja, a de Nossa Senhora da Conceição, onde hoje está o Edifício Caiçara, e vários cinemas, entre eles o Éden, onde funciona a loja Marisa.

Mais
O Iphan e a Blitz Urbana iniciaram na semana passada uma ação de reordenamento dos letreiros e placas na região central de São Luís, que tem como objetivo padronizar toda e qualquer publicidade utilizada em fachadas de lojas e pontos comerciais da área tombada pelo patrimônio, seguindo normas e padrões instituídos pelos Iphan e Dphap. Somente no primeiro dia da ação foram notificados 83 pontos comerciais. “A ideia é que os letreiros sejam proporcionais às fachadas para evitar a poluição visual. Se todos obedecerem não haverá concorrência desleal”, afirmou Kátia Bogéa.

Nenhum comentário: