Expansão do Canal do Panamá beneficiará portos do Arco Norte
Especialistas em economia e em logística afirmam que projetos de expansão de portos e rodovias da região brasileira conhecida como Arco Norte (incluindo o Porto do Itaqui, em São Luís), associados à expectativa do crescimento da safra de grãos agrícolas e a ampliação do Canal do Panamá, farão o Brasil alcançar os postos mais altos no ranking de produção de alimentos no mundo, de acordo com o noticiário econômico do Sudeste, repercutido em sites do setor marítimo do país.
De acordo com o economista especialista em logística e infraestrutura Luiz Antônio Fayet e a economista e professora Cristina Helena de Mello, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) de São Paulo, em 2015, quando for concluída a obra de ampliação, o Canal do Panamá (ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico) vai receber navios de até 150 mil toneladas de capacidade de carga, mais do que o dobro da atual, limitada a navios de até 60 mil toneladas.
Dessa forma, dizem os especialistas, o Arco Norte brasileiro será um dos maiores beneficiados, devido à maior proximidade do Panamá, se comparado aos portos do Sudeste e Sul, que são os atuais corredores de exportação do agronegócio nacional. Isso representará uma redução no preço dos fretes para a Ásia, atualmente calculado em cerca de 60% dos custos. A economia, no caso do Arco Norte, ficaria de 20% a 25% no frete por saca de produto.
Para os especialistas, os portos brasileiros com maior potencial de aproveitamento da logística do Panamá são: Porto Velho (RO), Itacoatiara (AM), Santarém, Belém (PA), Santana (AP) e São Luís, no caso, o Porto do Itaqui). Em consequência, ocorrerá o descongestionamento os portos de São Francisco (RS), Paranaguá (PR) e Santos (SP), abrindo espaço para outras atividades. Vale lembrar que, em meados de setembro deste ano, em um debate promovido em São Paulo pela revista Globo Rural, enfatizou-se a importância desses portos para o cenário logístico nacional.
Tegram - No caso de São Luís, especificamente, está em andamento o projeto de construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), desenvolvido pela gestora do Porto do Itaqui, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
Os contratos de arrendamento do Tegram foram assinados no início de fevereiro deste ano, marcando a criação do empreendimento, que promete elevar o setor portuário maranhense à lista dos 10 maiores portos do mundo, com uma movimentação de produtos agrícolas da ordem de 5 milhões de toneladas por ano na primeira fase, prevista para entrar em operação no terceiro trimestre de 2013.
O terminal terá capacidade estática de armazenamento de 500 mil toneladas (base soja), compreendendo quatro armazéns com capacidade de 125 mil toneladas/cada e movimentação final de 10 milhões de toneladas/ano na sua segunda fase, prevista para 2019.
O Porto do Itaqui (onde está sendo implantado o Tegram) movimenta atualmente 2,5 milhões de toneladas de grãos/ano. Em princípio, a movimentação de grãos será feita pelo berço 103, já existente, e para a segunda fase será utilizado o berço 100.
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A logística Atlântico/Pacífico sofrerá grande transformação a partir de 2015, quando será inaugurada a ampliação do Canal do Panamá. A capacidade operacional deverá passar de 320 milhões de toneladas por ano para mais de 600 milhões de toneladas anuais.
O atual sistema de interligação que opera perto de 14 mil navios por ano, apesar das inúmeras transformações tecnológicas, permite a passagem de graneleiros da classe Panamax com aproximadamente 60 mil toneladas de carga, em seus 82 km.
O novo canal paralelo permitirá navios de aproximadamente 150 mil toneladas. Quanto aos conteineiros, passará dos atuais 4.400 TEUs (unidade padrão de 20 pés) para mais de 12 mil TEUs.
Os navios maiores que partem das proximidades da linha do Equador, atualmente, utilizam-se basicamente da rota do sul da África para alcançar o mercado da Ásia.
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