quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fernando Fialho avalia o potencial do setor portuário do Maranhão




Fernando Fialho avalia o potencial do setor portuário do Maranhão

Cezar Scanssette
Editor de Portos

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Fernando Fialho, fez uma avaliação do setor portuário do Maranhão e indicou pontos promissores para novos empreendimentos. Em visita à Rádio Mirante AM, terça-feira (9), Fialho disse que o potencial de crescimento industrial e logístico do estado é grande, com possibilidades de investimentos em novos portos, estaleiros e terminais de contêineres.
"Estado que tem uma zona portuária [referindo-se ao Maranhão, em particular] é privilegiado, o que também é uma grande responsabilidade", avaliou Fialho, considerando a área de influência econômica do Complexo Portuário de São Luís, que atende demandas logísticas de estados vizinhos como Tocantins, Pará e Piauí.
Fialho destacou o projeto do Terminal de Grãos do Maranhão, desenvolvido pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), e que deve elevar a movimentação de produtos agrícolas, principalmente soja, de um patamar atual de 2,5 milhões de toneladas para até 15 milhões de toneladas, quando estiver à plena capacidade operacional. O projeto deve entrar em fase de licitação ainda neste semestre.
"Há também um grande projeto da Vale, em andamento, de ampliação da capacidade de movimentação de minérios, que vai aumentar as operações de 90 milhões de toneladas para 230 milhões de toneladas, nos próximos três anos", ressaltou Fialho, referindo-se à construção do novo píer da mineradora no Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM) e demais obras de ampliação logística, como a malha ferroviária do porto, destacando também investimentos em silos de armazenagem de grãos.
Segundo a avaliação de Fialho, esses dois empreendimentos podem transformar o CPSL no maior sistema portuário do país, em volume de carga movimentada. Mas o diretor-geral da Antaq destacou ainda que há mais pontos a serem observados, como a construção de um novo terminal portuário na foz do rio Mearim, projeto desenvolvido pelo grupo empresarial Aurizônia, destinado originalmente à exportação de produtos siderúrgicos de uma usina que seria construída na região de Bacabeira (a 60 quilômetros de São Luís), mas que, atualmente, está voltado para operações com minérios e placas de aço e também é cotado para operar parte da produção da Refinaria Premium I, da Petrobras, em implantação na região.
Cabe ressaltar que a demanda logística marítima da refinaria, à plena capacidade de operação (600 mil barris por dia), vai mobilizar cerca de mil navios mercantes por ano, praticamente duplicando o tráfego atual de embarcações na Baía de São Marcos.
Negócios - Fernando Fialho fez ainda um alerta para o empresariado do setor portuário e também para o poder público. Ele informou que a área situada entre a zona portuária do Itaqui e o Rio dos Cachorros, cerca de 4,5 mil hectares, pode ser aproveitada para o desenvolvimento de vários empreendimentos industriais, como estaleiros de construção e reparação naval, além de indústrias petroquímicas. Porém, essa região é considerada zona rural e esse status deve ser modificado para zona industrial para que tais empreendimentos possam ser implantados.
Neste sentido, Fialho ressaltou que essa mudança de status é uma discussão a ser tratada pelo poder público, entidades privadas e sociais. Entretanto, ele ressaltou que áreas portuárias desse porte já estão sendo aproveitadas economicamente em outros estados, como o Ceará (caso do Porto de Pecém) e Pernambuco (Suape), onde grandes empreendimentos industriais e logísticos estão em desenvolvimento.
Ainda a respeito do setor portuário maranhense, Fialho lembrou que a movimentação de contêineres, atualmente, é um dos maiores negócios do mundo e que vários portos do país, novamente lembrando os casos de Pecém e Suape, que têm investido nesse ramo de atividade. "O Brasil já tem terminais que operam em padrão internacional de serviços, principalmente na movimentação de contêiner", ressaltou Fialho.
Para o diretor-geral da Antaq, a construção de um terminal de contêineres no Itaqui é bastante promissor e traria desenvolvimento não somente para a indústria local, como também para o comércio e para produtores agrícolas de médio e pequeno portes, que poderiam aproveitar a logística portuária para alcançar mercados como o europeu, norte-americano e asiático, valendo-se da proximidade geográfica do Maranhão com o Canal do Panamá.

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