domingo, 24 de julho de 2011

Mineradoras estrangeiras investem no Maranhão


Operários Forbes and Manhathan, em reserva de potássio no AM


De O Globo:
Atraídas por uma alta nos preços dos minérios de até 200% entre 2005 e 2010, empresas estrangeiras, sobretudo as canadenses, estão avançando sobre jazidas brasileiras em busca dessas riquezas e começam a redesenhar o mapa da mineração no país. Há pelo menos cinco projetos em desenvolvimento que somam investimentos de US$ 7,3 bilhões até 2015/2016. Todos eles em regiões sem tradição mineral ou onde a atividade mineradora tinha como foco substâncias distintas das que estão sendo exploradas hoje. No radar das multinacionais está um amplo leque de elementos, de minério de ferro a ouro, passando por minerais considerados estratégicos pelo governo, como o potássio, usado na fabricação de fertilizantes e cuja produção nacional não atende a sequer 10% do consumo.

Na quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff cobrou de Vale e Petrobras um acordo para viabilizar o aumento da produção de potássio em um mina de Sergipe, que foi arrendada pela estatal à mineradora. Desentendimentos entre as empresas impediam a renovação do contrato, comprometendo a expansão da única fonte produtora do mineral no Brasil hoje. Também está em discussão uma parceria entre as companhias para viabilizar a exploração de potássio em jazida da Petrobras jamais explorada no município de Nova Olinda do Norte (AM), localizado em uma região apontada por especialistas como uma das três maiores reservas mundiais de potássio, ao lado de áreas no Canadá e na Rússia.
O projeto da Potássio Brasil é apenas uma pequena mostra do apetite dos investidores estrangeiros. Levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) revela que no período 2011-2015 serão investidos US$ 68,5 bilhões no setor, dos quais cerca de 30% virão de fora. O cálculo inclui não apenas novos projetos, como também expansões. Não há restrições para investimento estrangeiro em mineração, segundo o DNPM. A Vale, sozinha, deve investir aproximadamente US$ 13 bilhões em mineração este ano no país.
- Há demanda crescente por minerais no mundo, o que tem elevado os preço. Isso desperta interesse dos investidores, nacionais e internacionais, por áreas antes despercebidas. O aporte de recursos só vai aumentar – diz o gerente de dados econômicos do Ibram, Antonio Lannes.
O preço médio da tonelada de potássio, por exemplo, passou de US$ 192 em 2005 para US$ 374 em 2010, alta de 95%. O ouro, que superou a marca de US$ 1.600 a onça-troy (31,1g) semana passada, viu seu preço médio saltar 200% naquele período. Isso motivou dois projetos numa área remota no Maranhão, conhecida como Gurupi, no Noroeste do estado e onde se pratica o garimpo ilegal. Juntas, as duas novas minas vão produzir 210 mil onças por ano ou seis toneladas anuais, 10% da produção nacional em 2010.
Um dos projetos é da Aurizona, controlada pela canadense Luna Gold, que já investiu cerca de US$ 64 milhões na unidade. A operação começou em junho de 2010, marcando o início da produção de ouro em escala comercial no Maranhão. Sua concorrente, a Jaguar Mining deve iniciar a atividade em 2013, com investimento de US$ 277 milhões. A empresa é um exemplo de como o capital estrangeiro abre seu caminho no Brasil. Ela foi fundada no Canadá em 2002, por engenheiros brasileiros que se associaram a um grupo americano, e só atua no Brasil.
- O setor de mineração é de alto risco. O Canadá tem tradição de investir nesse segmento e facilidades de captação de recursos – explica o vice-presidente de geologia e engenharia da Jaguar Mining, Adriano Nascimento .
Leia íntegra da reportagem.

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