Resgate histórico e preservação do bem patrimonial. Com estes objetivos, a Secretaria de Estado da Cultura (Secma), por meio da Superintendência do Patrimônio Cultural (SPC), iniciou no mês de janeiro um levantamento tipológico, de infra-estrutura e equipamento, além de pesquisa socioeconômica, em três áreas do centro de São Luís: Rua Rio Branco, passando pela Rua Silva Maia até a Praça Gonçalves Dias, entorno da Casa das Minas e da Igreja de São Pantaleão.
O levantamento vai compor o projeto de revitalização urbanística desses espaços, os quais pertencem à zona tombada pelo Governo do Estado desde 1986. "O projeto visa à melhoria das condições de mobilidade, acessibilidade e segurança do local que reúne este acervo arquitetônico. Depois de concluído, o projeto será submetido a órgãos financiadores, como o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas do Governo Federal", destacou o superintendente da SPC, Frederico Lago Burnett.
A escolha das áreas teve como critério a grande afluência de pessoas e veículos, o número de núcleos residenciais e a precariedade da infra-estrutura e serviços coletivos, causados pelo descontrole do trânsito e pela insegurança. "O perímetro compreendido pela Praça João Lisboa, Desterro, Praça do Pantheon e Beira-Mar precisa receber maior atenção do poder público. Por isso optamos por iniciar este inventário arquitetônico e das condições do espaço nessas localidades", explicou o superintendente.
O trabalho será desenvolvido por três empresas contratadas, com a participação de assistentes sociais e sociólogos, e supervisionado pela equipe técnica da Superintendência do Patrimônio, composta por arquitetos, engenheiros e historiadores. A primeira etapa do trabalho é a pesquisa socioeconômica com comerciantes e moradores, por meio da aplicação de questionários sobre atividades, renda, escolaridade, quantidade de ocupantes dos imóveis e outras informações necessárias para a elaboração do projeto. "A colaboração dos usuários é indispensável para o sucesso da pesquisa. Para facilitar o acesso, todos os profissionais que irão aplicar os questionários estarão devidamente identificados com crachá", ressaltou.
Mais
Ainda segundo Frederico Burnett, ao final deste processo, a população poderá sentir os efeitos positivos na valorização imobiliária e na auto-estima dos moradores, o que contribui para a consolidação do uso residencial e o favorecimento da preservação do patrimônio cultural edificado. "Por condições desfavoráveis, muitos acabam saindo de seus casarões, deixando-os em completo abandono", finalizou.
Pesquisa será estendida também a três municípios
A partir do mês de março, a Superintendência do Patrimônio Cultural (SPC) irá estender as atividades de levantamento socioeconômico e inventário do equipamento urbano para três municípios do estado: Carolina, Caxias e Viana. Mesmo guardando um significativo acervo arquitetônico já tombado pelo Estado, as cidades ainda não têm um órgão gestor municipal que esteja voltado para a manutenção e fiscalização das áreas protegidas, o que redobra a atenção do Governo do Estado diante deste cenário.
A pesquisa, que será realizada em parceria com as prefeituras municipais, tem como foco fortalecer a preservação do bem público histórico por meio de cada município e orientar a população na fiscalização de possíveis vandalismos. "Precisamos fazer um comparativo do equipamento urbano que existia na época do tombamento e o que ainda existe atualmente. A falta de manutenção acarreta em modificações, destruição e uso inadequado desse acervo", disse a chefe do Departamento de Projetos Especiais da SPC, Marilúcia Basílio Bandeira.
De acordo com as arquitetas Justina Castro e Francilene Castro, o estudo será baseado em fontes historiográficas, encontradas em cartórios e jornais das cidades, e em entrevistas com moradores e usuários dos espaços tombados. "Também iremos considerar a parte paisagística dos três municípios. Depois de um ano, que é o prazo previsto para a conclusão da pesquisa, teremos não só um inventário descritivo do que ainda existe, mas também um inventário fotográfico de todo esse acervo", descreveu Justina Castro.
Outra etapa importante do estudo é o convênio de cooperação técnica que será estabelecido entre o Governo do Estado e as Prefeituras de Carolina, Caxias e Viana. A partir do convênio, o Estado continuará orientando e capacitando os municípios nas atividades de preservação e fiscalização do bem patrimonial tombado, e as prefeituras ficarão responsáveis pela sua manutenção, já que é a administração municipal quem gerencia o solo urbano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário