Inara Rodrigues
Ex-integrante do grupo Planet Hemp, Marcelo D2 lançou em 1997 seu primeiro disco solo, Eu tiro é onda. Em 2003, D2 lançou o seu elogiado álbum À procura da batida perfeita, que inclui os sucessos A maldição do samba, Qual é? e Lodeando, a primeira parceria com o filho Stefan. O amor do rapper pelo samba foi declarado com o lançamento do CD Meu samba é assim, de 2006, que teve as participações dos sambistas Alcione e Zeca Pagodinho. As homenagens ao ritmo continuaram no ano passado, com o lançamento do disco Marcelo D2 canta Bezerra da Silva, um tributo a um dos maiores ídolos do cantor carioca.
Conhecido pelas parcerias consolidadas, no show A Arte do Barulho Marcelo D2 conta com duas participações de peso: DJ Nuts e Fernandinho Beat Box. O DJ paulista Nuts é um dos principais representantes do gênero turntablist, um dos pilares do hip hop, caracterizado como a arte de misturar sons e criar músicas. Já o paulistano Fernandinho Beat Box é um dos principais expoentes da arte de criar sons de bateria, grooves de gravações, scratches e outros efeitos de DJs utilizando apenas a boca.
De São Cristóvão para o mundo
Nascido no bairro de São Cristóvão e criado no Andaraí - todos localizados na Zona Norte carioca -, Marcelo D2 desde pequeno ouvia samba, pois era o que mais ouviam em sua família. Antes da fama havia sido vendedor de móveis, porteiro e camelô, quando então entrou para o mundo da música graças ao incentivo de seu amigo, Skunk, hoje já falecido. Suas letras irreverentes traduziam com exatidão o pensamento de Skunk, atiçando sua voz.
A perda do amigo em junho de 1994 marcou profundamente a vida e a carreira de D2, que criou o Selo Positivo para ajudar no tratamento de crianças portadoras do vírus HIV. Skunk era o vocalista do grupo Planet Hemp no início da década de 1990. Mesmo com uma verdadeira legião de fãs, a banda circulava apenas no circuito alternativo carioca. Skunk, na ascensão do grupo musical, participou de shows em inúmeros lugares, mas infelizmente não presenciou a dimensão que o Planet Hemp ganhou. Após a sua morte, o primeiro álbum do grupo, Usuário, de 1995, foi dedicado a ele, vendendo 380 mil cópias, e o segundo, Os Cães Ladram, mas a Caravana não Para, de 1997, ultrapassou o anterior em 400 mil.
Em 1998, D2 começou sua carreira solo com o lançamento do seu primeiro álbum, Eu Tiro é Onda, que é uma gíria carioca que significa "Eu sou poderoso" ou também "Eu posso tudo". Gravado em seu estúdio caseiro por David Corcos e mixado em Nova York e Los Angeles por Carlos Bess e Mário Caldato Jr, esse álbum foi muito bem aceito pelo público e pelo movimento rap de São Paulo. Seus maiores sucessos, após reiniciar a carreira solo, foram 1967, que conta a história de sua vida, inspirada na música Espelho, de João Nogueira, seu maior ídolo junto com Bezerra da Silva. A música posteriormente foi mostrada ao vivo no álbum Acústico MTV. Lançou seu segundo disco solo em 2003 chamado À Procura da Batida Perfeita.
D2 misturou o samba tradicional com o rap, ajudando a divulgar a música americana no Brasil e a brasileira no exterior. Também participou de Assim Caminha a Humanidade, de seus ídolos Thaíde & DJ Hum. Em Maio de 2006 lançou o seu terceiro disco, Meu Samba é Assim, muito bem recebido pela crítica. A apresentação do novo disco incluiu uma excursão de dois meses pela Europa, com início dia 4 de Junho em Portugal, na abertura do último dia do Rock in Rio Lisboa 2006. Marcelo D2 fez nesta digressão uma pequena pausa para alguns concertos nos Estados Unidos da América.
Venceu o Prêmio Multishow 2007 na categoria Melhor Clipe, com Dor de Verdade. Ainda no mesmo ano o single That's What I Got ganhou uma versão mixada, que entrou na trilha sonora nacional de Malhação 2007, que abriu o disco. Em 2008 várias músicas do cantor foram compradas para estar na trilha sonora do filme americano Turistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário