sábado, 12 de fevereiro de 2011

Setor produtivo está preocupado com a falta de qualificação

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Setor produtivo está preocupado com a falta de qualificação
Muito comemorados na ocasião de seus lançamentos, os grandes empreendimentos em instalação no Maranhão - em sua maioria, industriais - começam a preocupar diferentes setores da sociedade por um motivo em especial: falta de pessoal qualificado para ocupar postos de trabalho.
Recentemente, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), Edilson Baldez, chegou a afirmar que o estado está à beira de um "colapso de mão-de-obra". Este também é motivo de alerta para o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Sedinc), Maurício Macedo. Ele estima que o estado precise atualmente de cerca de 100 mil trabalhadores qualificados. Ambos acreditam que a solução para o problema terá êxito por meio de uma ação consistente e integrada entre governos federal, estaduais e municipais, iniciativa privada e sociedade civil organizada.
O primeiro passo nesse sentido está sendo dado. Está em fase de conclusão o Plano Integrado de Educação Profissional do Maranhão, desenvolvido numa parceria entre a Sedinc, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Fiema/Senai, ICE, Senac, Unyca, Alumar, Vale, secretarias estaduais do Trabalho, da Educação e do Desenvolvimento Social e Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos do Maranhão (Imesc).
"Criaremos um sistema de gestão operacional independente de governos, que possa ser um processo permanente de qualificação para que o estado tenha todos os benefícios de seu desenvolvimento", declarou Maurício Macedo na apresentação da visão preliminar do plano a outros secretários de Estado.
Segundo ele, o objetivo é que o plano se desenvolva não só do ponto de vista econômico, mas também social, visando à qualidade de vida da população.
A importância do problema fez com que a Fiema, por meio do Senai, convidasse consultores técnicos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que contribuíram nas diversas fases de elaboração do plano, da fundamentação teórica a experiências de sucesso em outros estados e até países. O Plano Integrado de Qualificação prevê investimentos mais de R$ 100 bilhões em educação básica e profissional com o objetivo de atender aos empreendimentos instalados, em implantação, além dos futuros investimentos no estado.
Senai quer qualificar 140 mil profissionais até 2015 no MA
Numa reação à grande necessidade que o estado tem de qualificar sua força de trabalho, as instituições de educação profissional já começaram a executar seus planos de expansão. O Sistema Fiema, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/MA) espera formar 140 mil profissionais que atendam de maneira satisfatória às empresas maranhenses até 2015. Hoje, mais de 25 mil trabalhadores são certificados por ano pela instituição de educação profissional, número que vem crescendo nos últimos anos.
“De seis anos para cá, estamos aumentando nossa capacidade de atendimento a uma média de 5% ao ano. E a tendência é mantermos o crescimento de nossa rede de educação profissional”, revela João Alberto Schalcher de Oliveira, diretor regional do Senai.
O presidente da Fiema, Edilson Baldez, diz ser necessário estender as ações para o interior do estado, onde já se encontram muitos empreendimentos importantes e onde outros estão se instalando. “Estamos interiorizando mais as nossas ações. A meta é favorecer ao trabalhador maranhense entrar também na fase de operação das empresas, na qual estão os cargos permanentes e com maiores salários”, explica.
Entre as metas de expansão, está a ampliação e reestruturação física das unidades da instituição e o aumento de cursos de formação técnica na capital e interior. Em 2010, foram oferecidos oito cursos técnicos (Eletroeletrônica, Eletromecânica, Informática, Metalurgia, Mecânica, Vestuário, Logística e Açúcar e Álcool). Para este ano e 2012, entram para a lista mais sete: Automação, Telecomunicações, Design de Móveis, Meio Ambiente, Design Gráfico, Edificações e Eletrotécnica.
O técnico do Centro de Controle Operacional da Vale, Klerysson Soeiro, foi admitido pela mineradora um ano após concluir o curso de Montagem e Manutenção de Computadores do Senai. Ele foi além e procurou qualificação nas áreas de Comandos Pneumáticos e Mecânica de Refrigeração.
“Foi um momento decisivo quando optei pela área técnica. Meu pai, homem de visão, me mostrou que os cursos técnicos estão disparados no mercado, até mais do que uma formação de nível superior”, diz Klerysson Soeiro, que pretende fazer o curso de Técnico em Logística.
Em parceria com as empresas, o Senai ainda fornece assessoria técnica e tecnológica e cursos feitos sob medida.

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