terça-feira, 16 de março de 2010

Produção do Cerrado requer a ampliação de portos do N/NE


O XVIII Encontro sobre o Corredor Centro-Norte e Hidrovia do Parnaíba, realizado na semana passada pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte (Adecon), no Centro de Convenções Governador Pedro Neiva de Santana, teve como ponto culminante a elaboração da “Carta de São Luís”, que definiu prioridades de investimentos no setor logístico como solução para escoar a produção do país. Entre os pontos focais está a ampliação do Complexo Portuário de São Luís e do Porto de Vila do Conde, no norte do Pará.

Além disso, segundo o presidente da entidade, Alberto Polo Pereira, o documento também adverte para a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, ligando Palmas (TO) a Açailândia (MA); as duas eclusas da barragem de Tucuruí, que iniciam operação no segundo semestre, permitindo a navegação pela hidrovia Tocantins-Araguaia, bem como a eclusa da Hidrelétrica de Estreito (MA), que deve ser concluída ainda neste ano. Há também o asfaltamento da rodovia BR-158, que vai de Altamira (PA), passando pelos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, culminando na fronteira com o Uruguai, no município de Santana do Livramento.

De forma geral, a “Carta de São Luís” é uma avaliação positiva da logística atual do país, embora recomende atenção para o avanço das fronteiras agrícolas em função das deficiências estruturais de modais de transporte, mais por falta de investimentos do que por carência de opções modais.

Recentemente, os agricultores criticaram a infraestrutura do país, incapaz de acompanhar o crescimento da produção do campo, que, na safra 1990/1991, era de 57,8 milhões de toneladas, e, na safra atual, conforme previsão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pode chegar a 143,95 milhões de toneladas.
O corredor tem como objetivo sustentar exatamente a expansão da produção agrícola brasileira, melhorando o escoamento interno e a exportação. Para Alberto Pereira, são necessários mais investimentos em instalações e equipamentos e a mudança da matriz de transportes.

Portos – No caso específico do Porto do Itaqui, a maior preocupação do setor produtivo é com a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que deve entrar em operação em meados de 2012, movimentando cinco milhões de toneladas por ano (mtpa), na primeira etapa, de um total de três fases. Por isso, a meta é vencer os trâmites burocráticos e realizar os processos licitatórios ainda neste ano para construir o terminal no decorrer de 2011.g

Quando totalmente concluído - previsto para 2014 -, o Tegram vai movimentar 15 mtpa. O projeto está orçado em R$ 280 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas há previsão para mais investimentos da iniciativa privada, estimados em R$ 500 milhões.
Em paralelo ao Tegram, a Adecon também ressalta a construção de um terminal de granéis em Vila do Conde (PA), que vai movimentar até 25 milhões de toneladas/ano, investimento estimado de R$ 610 milhões. Além disso, o plano prevê construir um berço exclusivo para movimentação de grãos no Porto de Santarém (PA).

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Os projetos de expansão do Porto do Itaqui incluem ainda a construção de mais dois atracadouros de navios no cais sul (berços 100 e 99), que serão utilizados na movimentação de granéis sólidos, principalmente agrícolas. O Tegram, na primeira fase, vai executar os embarques no berço 103. Na segunda fase, será utilizado o berço 100 e, por fim, o berço 99. Serão destinados, portanto, três atracadouros para o projeto, cada um movimentando em média cinco milhões de toneladas de carga por ano.

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