O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso, Mike Lu, afirmou que o Maranhão reúne condições excepcionais para se transformar em grande produtor de pinhão manso e exportador de óleo como matéria-prima para a produção de biodiesel e bioquerosene para aviação. Mike Lu esteve em São Luís, onde participa de um evento no auditório do Quality Grand São Luís Hotel sobre a cultura.
Mike Lu disse que as condições edafoclimáticas (água, calor e luminosidade solar) do Maranhão favorecem o cultivo do pinhão manso, aliado ao grande contingente de agricultores familiares que podem ser beneficiados e a infra-estrutura do Porto do Itaqui, por onde deve escoar a produção de biodiesel e bioquerosene para exportação.
Atualmente, existem cerca de 300 hectares plantados de pinhão manso no Maranhão, sendo uma boa parte na Ilha de São Luís e outra espalhada pelo interior do estado, principalmente nas regiões de Santa Inês, Zé Doca e Chapadinha.
Na zona rural de São Luís, o cultivo do pinhão manso ocorre nas comunidades de Calembe, Tajipuru e Maracujá. Calembe, inclusive, contribuiu, com sua produção, para o primeiro esmagamento comercial que ocorreu dia 9 deste mês, em Barbacena (MG).
Segundo Mike Lu, do total de óleo produzido nesse primeiro esmagamento, 10 mil litros foram exportados para os Estados Unidos para fins de conversão em bioquerosene de aviação pela Boeing.
O pinhão manso, uma planta nativa dos trópicos, desponta como a melhor alternativa em matéria-prima para a produção de biodiesel, pois seu teor de óleo é de 0,38% em cada semente, o dobro do grão de soja.
Cerca de 50 mil hectares de pinhão manso, hoje em introdução no país, estão plantados nos estados do Paraná, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Paraíba, Pará e Maranhão.
O pinhão manso (Jatropha curcas L.) é um arbusto ou árvore com até quatro metros de altura, flores pequenas, amarelo-esverdeadas, cujo fruto é uma cápsula com três sementes escuras, lisas, dentro das quais se encontra a amêndoa branca, tenra e rica em óleo. A semente contém 66% de casca, fornece de 50% a 52% de óleo extraído com solventes e 32% a 35% em caso de extração por expressão (trituração e aquecimento da amêndoa). O pinhão-manso tem folhas em forma de coração.
O pinhão é considerado uma opção agrícola para a região Nordeste por ser uma espécie nativa, exigente em insolação e com forte resistência a seca. Atualmente, essa espécie não está sendo explorada comercialmente no Brasil. É uma planta oleaginosa viável para a obtenção do biodiesel, pois produz, no mínimo, duas toneladas de óleo por hectare, levando de três a quatro anos para atingir a idade produtiva, que pode se estender por 40 anos.
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