quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Diretor da Suzano Papel e Celulose cogita a construção de outra fábrica no estado


Antônio Maciel Neto



Wilson Lima
Da equipe de O Estado

Apesar das obras de uma fábrica de celulose da Suzano, na região de Imperatriz, ainda não terem sido iniciadas, a empresa já vislumbra a possibilidade de implantar uma outra unidade no Maranhão. A informação foi dada pelo presidente do Grupo Suzano Papel e Celulose, Antônio Maciel Neto, durante o Painel Empresarial 2009.

De acordo com o presidente da companhia, a entidade tem tido, nos últimos oito anos, crescimento anual aproximado na casa dos 15%. E, para conseguir crescer em patamares similares aos atuais, ela precisará investir em pelo menos mais três unidades que deverão consumir investimentos da ordem de U$$ 6 bilhões ou R$ 10,2 bilhões. Duas já estão confirmadas (Maranhão e Piauí). A outra ainda está em estudo. A unidade maranhense entra em operação em 2013; a do Piauí, em 2014. “Existe mais uma filial, que está sendo pensada. Pode ser no Maranhão, pode ser no Piauí. Isso ainda está em análise”, declarou Antônio Maciel Neto. “E, se nós queremos crescer 14% ou 15%, essas unidades são vitais”, complementou.

A unidade do Maranhão tinha, inicialmente, a expectativa de receber investimentos da ordem de U$$ 3,65 bilhões até o momento, mas a Suzano confirmou ontem que o projeto foi revisto. Agora, a tendência é que o empreendimento seja ampliado para abrigar, além de uma fábrica de celulose com capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas de celulose/ano, uma microunidade para geração de energia, com capacidade produtiva de 110 MW. O projeto todo abrange as áreas de Imperatriz, Porto Franco e Açailândia, onde já existem florestas disponíveis, infra-estrutura e sistema de logística para o empreendimento.

Conforme dados da Suzano, deverão ser gerados aproximadamente 15 mil empregos diretos e indiretos. Somente na fase de construção da fábrica, que deve durar dois anos, serão gerados de 7 mil a 8 mil empregos. Ao final, serão 4.600 empregos diretos na área florestal e 1.250 na industrial, somando 5.850 postos de trabalho. “Mas a tendência é de efeito multiplicador. Imaginem uma fábrica com capacidade de receber 900 carretas por dia. Imaginem o universo de postos de gasolina, de lojas que serão necessárias para atender a essa demanda diariamente”, ilustrou o presidente do grupo Suzano.

Ainda segundo o presidente da Suzano, a intenção da fábrica, após ela entrar em operação, é utilizar a Estrada de Ferro Carajás (EFC) para escoar a produção em direção ao Porto do Itaqui. E a da empresa também é escoar a produção da unidade piauiense para o mercado internacional pelo porto. “Estreitamos nossas conversas com a Vale para nos ajudar nesse processo”, acentuou Neto.

No Maranhão, a unidade da Suzano terá uma área de 130 mil hectares de eucaliptos para iniciar a produção. A empresa também utilizará mudas do projeto Vale Florestar para iniciar a sua operação no Maranhão. Mas, apesar dos indícios positivos, o presidente da Suzano fez um alerta. “É necessário se capacitar os recursos humanos da região. Não vamos fazer apenas uma fábrica, mas queremos atrair fornecedores para que ser origine um pólo de produção”, finalizou.

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