quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Assinado termo de instalação da Refinaria Premium da Petrobras


A Governadora Roseana Sarney,  o Ministro das Minas e Energia Edson Lobão e o Presidente da Petrobrás Sérgio Gabrielli assinaram o termo de instalação da Refinaria Premium  no Maranhão.





Wilson Lima
Da equipe de O Estado

A governadora Roseana Sarney (PMDB), o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, assinaram ontem no Painel Empresarial 2009 o termo de instalação da Refinaria Premium que será construída na cidade de Bacabeira, a aproximadamente 60 km de São Luís. Na ocasião, o executivo da Petrobrás aproveitou o momento para dar um recado aos críticos do projeto e confirmou “a refinaria já está sendo feita no Maranhão”.

De acordo com o presidente da Petrobrás, a empresa já está em posse do terreno onde será instalada a Refinaria, cedido pelo estado no dia 30 de setembro último. Desde a cessão, já foram realizadas sondagens geotécnicas na área para identificar a existência de lençóis freáticos e o tipo real de solo da região de Bacabeira. As medida visa, fundamentalmente, evitar problemas na fase de terraplanagem do terreno. Nesta sondagem, é necessária a instalação de 891 furos de sondagem; destes, 850 já foram feitos.

Ainda segundo Sérgio Gabrielli, todo projeto de Refinaria demanda um prazo de sete a nove anos para entrar em operação. Mas, esse tempo contabiliza também a fase de elaboração de projeto e avaliação de oportunidades que são necessárias para um empreendimento como esse. “Inevitavelmente isso leva tempo, que são sete, oito, nove anos da concepção para ficar pronta. Isso não significa que a refinaria precisa levar esses sete anos para começar a ser feita. Ela já está sendo feita hoje no Maranhão. Ela está na fase atual de identificação de oportunidades e de início de desenvolvimento do projeto conceitual”, declarou Gabrielli.

A expectativa é que em novembro a Refinaria de Bacabeira já receba o muro de demarcação de terreno e em janeiro seja iniciada a fase de supressão vegetal. Ainda no final desse ano, a Petrobrás espera receber a Licença Prévia a partir de novembro e a Licença de Instalação do empreendimento em dezembro deste ano. Para a construção do porto de apoio da Refinaria, a empresa espera que a Licença de Instalação seja concedida em janeiro do ano de 2010. Além disso, os cronogramas da Petrobrás listam o mês de janeiro de 2010 como o marco do início das obras civis. O pico de construção da Refinaria está previsto, nesse momento, para o ano de 2012. Nessa fase, 25 mil empregos devem ser gerados diretamente. Isso representa praticamente o dobro da população de Bacabeira, hoje de 14 mil pessoas.

Especial - O presidente da Petrobrás também declarou durante o Painel Empresarial 2009 que a refinaria que será construída na cidade de Bacabeira é “especial”, apesar de não ser a única a sair do papel até 2020 (a Petrobrás espera construir mais quatro). E os motivos são muitos. Primeiro pela grandiosidade do projeto, nas palavras de Gabrielli. “Ela é um pouco maior que o dobro da maior refinaria da Petrobrás”, definiu o presidente da Petrobrás.
Depois por questões técnicas. A refinaria de Bacabeira irá refinar o petróleo que virá dos poços da Bacia de Campos, na região do Pré-Sal e também dos poços de Santos e de Tupi, em regiões de águas profundas. Isso significa que a refinaria de Bacabeira processará petróleo tanto ultra-leves, da casa dos 15° a 18° API, ou os menos puros, na casa dos 28° a 30° API (quanto maior o grau, menor a pureza do petróleo).

Pelo projeto atual, 50% da produção da refinaria será de diesel de altíssima qualidade. O restante da produção será de nafta, de querosene de avião e de GLP. “Ela quase não irá produzir gasolina, porque somos auto-suficientes em gasolina. Ela terá unidades tecnológicas mais complexas que uma refinaria convencional. E ela tem uma vantagem operacional fantástica porque tem uma proximidade com os mercados dos Estados Unidos e Europa”, analisou Gabrielli.

A refinaria de Bacabeira é considerada vital para a expansão do programa de exportação do petróleo brasileiro. Hoje, a capacidade de refino do petróleo no Brasil é de 2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) e até 2020, a Petrobrás quer ampliar essa capacidade de refino para 3,2 milhões bpd. Isso significa que somente Bacabeira, com capacidade de processamento de 600 mil bpd será responsável por 50% no aumento da capacidade de refino do Brasil.

“Precisamos preparar o estado hoje”

Apesar das boas notícias, o presidente da Petrobrás fez um alerta: “é necessária realizar a capacitação da mão de obra e preparar o Estado para esse empreendimento”.
O presidente da Petrobrás chamou a atenção para a necessidade de treinamento de mão de obra no Maranhão. “Precisamos iniciar esse treinamento agora, porque quando começar as obras essas pessoas precisam estar treinadas para serem empregadas. Caso contrário, teremos que trazer pessoas de fora. Então, o chamamento da governadora é para envolver as instituições do Maranhão, para participar do programa de mobilização da cadeia de petróleo”, alertou o presidente da Petrobrás.

Ele ainda fez uma outra ponderação. “Um empreendimento como uma refinaria é desestruturante. No local onde está prevista a refinaria, que tem 14 mil habitantes, vamos ter 25 mil pessoas trabalhando no pico da obra. Quase duas vezes a população existente. Isso é um impacto gigantesco sobre a cidade. É preciso recriar novas estruturas. É preciso haver uma integração maior das cidades, uma participação maior do estado para a prevenção dos problemas, na definição dos processos”, disse complementando. “Mas depois este é um projeto estruturante. Porque atrai novos investimentos, novas cadeias produtivas, novas atividades, progresso, civilização e desenvolvimento”, disse, fazendo uma ressalva. “A governadora está fazendo todo o esforço e mobilização possível”, declarou.

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