domingo, 23 de agosto de 2009
Mais de 619 mil veículos no MA
A frota de veículos nos 217 municípios maranhenses chegou a 619 mil unidades, em 1º de agosto desse ano, conforme números divulgados essa semana pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Em média existe um veículo para cada 10 pessoas em todo o estado, tomando como base informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pelos dados do Detran, os municípios de São Luís, Imperatriz, Caxias, Balsas e Bacabal têm as cinco maiores frotas do estado, com 207 mil, 62 mil, 20 mil, 18 mil e 17 mil veículos respectivamente. Outras cidades, porém, compõem o menor número de veículos circulando. Benedito Leite tem apenas 57 veículos emplacados; Serrano, 55; Santo Amaro, 48; São Francisco, 39 e Primeira Cruz somente 17.
O número de veículos em cada cidade combinado aos dados do IBGE relacionados à população de cada município revelam que, atualmente, apesar de não ter a maior frota de veículos, Imperatriz é a cidade com o maior número de veículos por habitante.
Na segunda maior cidade do Maranhão, a proporção média é de um veículo para cada 3,76 habitantes; a cidade com o segundo maior número de veículos por pessoa é Balsas, com média de uma unidade para cada 4,53 moradores.
Os dados do Detran também revelam que a cidade de Primeira Cruz não somente é a que detém a menor frota como a que tem o menor número de veículos por habitante do Maranhão. No município, os 17 veículos circulando significam uma média de uma unidade para cada 694,05 moradores. A cidade com a segunda menor frota, São Francisco do Maranhão, tem uma média de um veículo para cada 379 habitantes; Santo Amaro, média de um veículo para cada 243 habitantes. Das cinco cidades maranhenses com a menor frota, São Félix de Balsas tem a maior proporção de veículos por morador: um veículo para cada 66 habitantes.
De acordo com o diretor-geral do Detran, Flávio Trindade Jerônimo, o aumento contínuo do número de veículos no Maranhão é fruto de vários fatores, como a melhoria do nível de renda da população, ligado a “símbolos de status e liberdade” proporcionados pelo automóvel novo. “No Maranhão, existe uma demanda reprimida que, pela melhoria dos indicadores socioeconômicos em todo o Brasil nos últimos anos, aos poucos está sendo equacionada. Além disso, há maior facilidade ao crédito. Dessa forma, os que já têm um veículo compram um melhor; os que não possuem estão aos pouco tendo acesso ao primeiro carro ou moto”, analisou Flávio Jerônimo.
Motos - Os números do Departamento Estadual de Trânsito comprovam, no Maranhão, uma realidade típica do nordeste. No estado, o número de motos em circulação é maior que o de carros. A frota de motocicletas no Maranhão é 35% maior que o número de carros. São 279.164 motocicletas contra 206.579 carros.
O levantamento também revela que, dos 217 municípios maranhenses, 4% deles, em apenas nove o quantitativo de carros, é maior que o de motos (Bacabeira, Matões do Norte, Miranda do Norte, Paço do Lumiar, Paulino Neves, Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão, São José de Ribamar e São Luís). Desses municípios, somente três têm população maior que 100 mil habitantes e dos 10 municípios com as maiores frotas do estado, em apenas um, São Luís, o quantitativo de carros é maior que o de motos.
Nas cidades onde estão as maiores proporções de motos, a média é de quatro motos para cada cinco carros. Atualmente, as frotas com a maior proporção de motos comparadas com as de carros estão em Marajá do Sena (86,42% da frota é composta por motos), São João do Caru (86,23% ), São Pedro do Rosário (85,53%), Lagoa Grande do Maranhão (85,41% ) e São Roberto (84,93%).
Número de veículos teve um aumento de 559% em São Luís
A frota de veículos em São Luís cresceu 559,25% entre 1º de janeiro de 1988 e 1º de agosto deste ano. A quantidade de motos, carros e outros veículos, nas ruas da capital, passou de 31.422 em 1988 para 207.150 no início deste mês.
Tomando como base a proporção de automóveis por habitantes, São Luís tem hoje um universo de um veículo para cada 4,81 habitantes, ficando com o terceiro lugar em relação ao número de automóveis por habitantes no Maranhão. Em 1989, estavam sendo emplacados, em média na capital, 30 automóveis por dia, 940 por mês. Hoje, a média de veículos emplacados diariamente chega a 40 por dia ou 1,4 mil ao mês.
Fenômeno - O crescimento exponencial do número de veículos rodando em São Luís é um fenômeno verificado principalmente entre os anos de 2004 e 2007. Entre 1991 e o ano de 2004, estavam sendo emplacados, em média, na capital, 5.908 veículos ao ano. Já entre o ano de 2004 e 2007, a média anual de automóveis emplacados na cidade dobrou, passando a ser de 11.403 veículos. As conseqüências de um número cada vez maior de veículos são visíveis: o aumento da quantidade de congestionamentos e diminuição da velocidade média nas vias em horários de pico.
Conforme dados da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) referentes ao ano passado, a velocidade média nas vias da capital foi de 50 km/h no ano passado, em horários de pico; em 2002, essa velocidade média era de 57 km/h. Uma redução de 7 km/h em seis anos.
A SMTT aponta que São Luís tem 31 gargalos de tráfego de veículos. O estudo, feito nos dois primeiros meses deste ano, toma como base 12 grandes avenidas de São Luís. Conforme a análise de trânsito da SMTT, o maior número de gargalos no trânsito da capital está nas avenidas dos Holandeses e Guajajaras. Cada uma possui cinco trechos críticos. Na avenida Beira-Mar, Daniel de La Touche, na Estrada de Ribamar (MA-201) e na Jerônimo de Albuquerque existem três trechos críticos de tráfego de veículos.
Sofrimento - Independente dos números da SMTT, as pessoas que mais sofrem com o aumento da frota de veículos são os motoristas e motociclistas. O taxista José Fonseca, de 53 anos, dirige desde 1972 e em 1982 passou a trabalhar ‘na praça’. Ele afirmou que há uma grande diferença entre o trânsito da capital há 27 anos e o atual. “Agora, não há avenida na qual você não pegue um pequeno congestionamento. Até 1995, o trânsito de São Luís era tranqüilo. Depois disso, começou a piorar, principalmente depois de 2003”, comparou.
O motociclista Lúcio Sousa de Jesus dirige há 15 anos e falou que, para os condutores de veículos de duas rodas, hoje é necessário mais atenção do que na década de 90. “Além do problema com o número excessivo de carros, também existe a falta de preparo dos condutores que fazem com que o trânsito seja ainda mais caótico”, analisou o motociclista.
Apesar do aumento expressivo no número de veículos na capital, as intervenções no trânsito nos últimos cinco anos foram diminutas. Ocorreram 36 intervenções entre os anos de 2002 e 2008, com um gasto de R$ 11 milhões e nenhuma grande avenida construída no período.
O Estado manteve contato com a superintendência de comunicação da Prefeitura de São Luís para obter explicações do secretário Municipal de Trânsito e Transportes, José Ribamar de Oliveira, sobre projetos relacionados à construção de novas vias para a diminuição dos congestionamentos, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta.
Quantidade de condutores é menor que a de veículos
Em todo o Maranhão existem mais veículos circulando do que condutores habilitados para dirigi-los, conforme o Detran. Pelos dados do órgão, existem hoje 451.920 condutores (a frota é de 619 mil veículos) no estado. Destes, 355.913 são homens e 96.007 são mulheres. Em São Luís, a situação é inversa, existem mais condutores que veículos em circulação. São 237.777 condutores (177.763 homens e 60.014 mulheres) para 207 mil veículos.
As situações inusitadas estão nos municípios com as menores frotas do estado. Em Primeira Cruz, são apenas nove condutores habilitados para um universo de 18 veículos; em São Francisco do Maranhão, somente três pessoas têm carteira de habilitação para 39 veículos e em Santo Amaro, são oito condutores aptos para 48 veículos.
De acordo com o diretor-geral do Detran, Flávio Jerônimo, os números revelam que existe ilegalidade em relação a vários condutores. “É notório que muitas pessoas estão andando sem carteira no estado, mas também não podemos generalizar. Nesses números, devemos admitir que algumas pessoas têm mais de um veículo ou o quantitativo de frotistas (proprietários de empresas de veículos) que também aumentam o número de automóveis em circulação”, declarou Flávio Jerônimo.
“É fato também que muitas pessoas acabam entrando na ilegalidade ao priorizar o pagamento da prestação do veículo em vez de tirar a carteira de habilitação ou pagar o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores)”, especulou o diretor do Detran.
Diante do grande número de pessoas sem carteira de habilitação no Maranhão, o Detran já prepara uma campanha de conscientização para tirar condutores da ilegalidade. “O motorista precisa saber que com a carteira ele não somente está regular, como também tem conhecimento sobre direção preventiva, que é essencial para preservação da vida”, finalizou.
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