segunda-feira, 30 de julho de 2012

Vale Festejar encerra festejos juninos com chave de ouro

Vale Festejar tem grande noite


Grupos folclóricos, como bumba meu boi e de danças típicas, mostraram a beleza e a diversidade das noites de São João no Maranhão.

Jock Dean
Da equipe de O Estado

O último fim de semana de festa do projeto Maranhão Vale Festejar, que desde o dia 12 deste mês transformou a Lagoa da Jansen em um arraial fora de época, foi marcado pela alegria do público, que demonstrou disposição para mais um mês de festejos juninos. No sábado (28), os bois de Maracanã e de Morros foram as principais atrações da noite.
Nessa década de Maranhão Vale Festejar, o aposentado José Carlos Neves, 82 anos, só não frequentou o primeiro ano do evento. Em todas as outras nove edições, ele foi figura constante em todas as noites de apresentações. A paixão do aposentado pelo São João é tamanha que em 2010 ele foi homenageado pela organização do Vale Festejar com uma placa de honra ao mérito. “Eu gosto das brincadeiras, da organização, da tranquilidade que é vir ao arraial no mês de julho”, afirmou.
E foi do cantinho do palco, local em que todas as noites, desde 2004, ele se posiciona para assistir a todas as apresentações, acompanhando o desfile de ritmos maranhenses feito pelo Grupo Piaçaba. Lelê, dança do caroço, dança do coco e quadrilha foram alguns dos ritmos apresentados ao público pela companhia. “Em cada apresentação, contamos um pouco da história e das tradições do Maranhão. Por isso o público gosta tanto”, comentou Boscoto, o cantor do grupo.
Bois - Depois, foi a vez da atração principal do São João do Maranhão ocupar o palco. Os grupos de bumba meu boi atraíram o público, que se aglomerava em frente ao palco para ver mais de perto todos os detalhes das indumentárias dos integrantes do grupo e não perder um só momento da apresentação. “É uma festa tão bonita, tem gosto de quero mais, pena que termina este fim de semana”, disse Ana Cláudia Vieira, que veio de Minas Gerais para participar da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o progresso da Ciência (SBPC) e aproveitou para passar o fim de semana na Ilha.
O sotaque de zabumba, mais antigo dos bumbas maranhenses, do Boi da Fé em Deus, foi o primeiro que ecoou pela Lagoa da Jansen. Os desenhos no couro do boi, feitos de miçangas e canutilhos, deram um colorido e brilho especial à apresentação. Depois foi a vez das orquestras dos bois Mocidade de Pinheiro e da Lua que convidou o público para dançar consigo no palco. “Eu adoro esse momento em que podemos nos juntar aos integrantes do boi”, disse Thiago Vieira, universitário.
Um dos grupos mais antigos de tradicionais do sotaque de matraca, o Boi de Maracanã subiu ao palco para celebrar os seus mais de 100 anos de São João, 40 dos quais esteve sob o comando do cantador Humberto, que mais uma vez mostrou a quem foi ao arraial a toada mais conhecida do grupo. Maranhão, meu tesouro, meu torrão foi cantada em coro pelo público, que aplaudiu o cantador que espera poder cantar por mais 40 anos. “Nasci, cresci e me criei no meio do São João. Por isso quero festejar por muitos anos ainda”, comentou Humberto.
Fechando a noite, a beleza, o bailado e a sensualidade dos índios e índias do Boi de Morros, que aproveitaram a ocasião para gravar o seu segundo DVD. “Não poderíamos escolher outro palco senão o do Vale Festejar para eternizar a magia de Morros. Aqui é onde maranhenses, turistas e os grupos folclóricos renovam suas forças para continuar fazendo essa festa linda que é o São João”, afirmou Lobato, cantador.

Números


5 mil pessoas, em média, por noite
14 noites de festa
112 apresentações
40 atrações diferentes

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