Vale Festejar tem grande noite
Grupos folclóricos, como bumba meu boi e de danças típicas, mostraram a beleza e a diversidade das noites de São João no Maranhão.
Jock Dean
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
O último fim de semana de festa do projeto Maranhão Vale
Festejar, que desde o dia 12 deste mês transformou a Lagoa da Jansen em um
arraial fora de época, foi marcado pela alegria do público, que demonstrou
disposição para mais um mês de festejos juninos. No sábado (28), os bois de
Maracanã e de Morros foram as principais atrações da noite.
Nessa década de Maranhão Vale Festejar, o aposentado José Carlos
Neves, 82 anos, só não frequentou o primeiro ano do evento. Em todas as outras
nove edições, ele foi figura constante em todas as noites de apresentações. A
paixão do aposentado pelo São João é tamanha que em 2010 ele foi homenageado
pela organização do Vale Festejar com uma placa de honra ao mérito. “Eu gosto
das brincadeiras, da organização, da tranquilidade que é vir ao arraial no mês
de julho”, afirmou.
E foi do cantinho do palco, local em que todas as noites, desde
2004, ele se posiciona para assistir a todas as apresentações, acompanhando o
desfile de ritmos maranhenses feito pelo Grupo Piaçaba. Lelê, dança do caroço,
dança do coco e quadrilha foram alguns dos ritmos apresentados ao público pela
companhia. “Em cada apresentação, contamos um pouco da história e das tradições
do Maranhão. Por isso o público gosta tanto”, comentou Boscoto, o cantor do
grupo.
Bois - Depois, foi a vez da atração principal do São João do
Maranhão ocupar o palco. Os grupos de bumba meu boi atraíram o público, que se
aglomerava em frente ao palco para ver mais de perto todos os detalhes das
indumentárias dos integrantes do grupo e não perder um só momento da
apresentação. “É uma festa tão bonita, tem gosto de quero mais, pena que termina
este fim de semana”, disse Ana Cláudia Vieira, que veio de Minas Gerais para
participar da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o progresso da
Ciência (SBPC) e aproveitou para passar o fim de semana na Ilha.
O sotaque de zabumba, mais antigo dos bumbas maranhenses, do Boi
da Fé em Deus, foi o primeiro que ecoou pela Lagoa da Jansen. Os desenhos no
couro do boi, feitos de miçangas e canutilhos, deram um colorido e brilho
especial à apresentação. Depois foi a vez das orquestras dos bois Mocidade de
Pinheiro e da Lua que convidou o público para dançar consigo no palco. “Eu adoro
esse momento em que podemos nos juntar aos integrantes do boi”, disse Thiago
Vieira, universitário.
Um dos grupos mais antigos de tradicionais do sotaque de
matraca, o Boi de Maracanã subiu ao palco para celebrar os seus mais de 100 anos
de São João, 40 dos quais esteve sob o comando do cantador Humberto, que mais
uma vez mostrou a quem foi ao arraial a toada mais conhecida do grupo. Maranhão,
meu tesouro, meu torrão foi cantada em coro pelo público, que aplaudiu o
cantador que espera poder cantar por mais 40 anos. “Nasci, cresci e me criei no
meio do São João. Por isso quero festejar por muitos anos ainda”, comentou
Humberto.
Fechando a noite, a beleza, o bailado e a sensualidade dos
índios e índias do Boi de Morros, que aproveitaram a ocasião para gravar o seu
segundo DVD. “Não poderíamos escolher outro palco senão o do Vale Festejar para
eternizar a magia de Morros. Aqui é onde maranhenses, turistas e os grupos
folclóricos renovam suas forças para continuar fazendo essa festa linda que é o
São João”, afirmou Lobato, cantador.
Números
5 mil pessoas, em média, por noite
14 noites de festa
112 apresentações
40 atrações diferentes
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