terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Vale divulga projeto de duplicação do sistema logístico do Maranhão



A mineradora Vale divulgou, ontem, detalhes da expansão do seu sistema logístico da região Norte. O investimento estimado é de R$ 9,8 bilhões, com o incremento da movimentação de cargas da ordem de 100 milhões de toneladas/ano no Terminal Marítimo Ponta da Madeira (TMPM), que tem no minério de ferro o seu principal produto. Para tanto, já em 2010 está programada a duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e início da construção do novo atracadouro (Píer IV), em São Luís. O restante da expansão tem prognóstico de conclusão no biênio 2013/2014.

Cabe ressaltar que o complexo atual da Vale (píeres I e III do TMPM e píer II do Itaqui), de janeiro a outubro, movimentou cerca de 72 milhões de toneladas de minério de ferro. Isso representa 82,57% da pauta portuária total de São Luís, que acumulou no período em referência 87,3 milhões de toneladas. Em 2008, a mineradora computou 79,1 milhões de toneladas do produto. Com dois atracadouros e custo estimado de R$ 2 bilhões, o Píer IV está projetado para atender o incremento de 100 milhões de toneladas/ano, isto é, vai duplicar a capacidade do TMPM.

Navios - O investimento da mineradora Vale no setor logístico inclui ainda a aquisição de, pelo menos, 20 novos navios para implantar uma linha exclusiva de transporte para a Ásia, a um custo de US$ 1,7 bilhão. Deste lote, 12 são cargueiros da classe Chinamax, com capacidade para 400 mil toneladas de carga, superiores ao graneleiro Berge Stahl (356 mil toneladas de carga), até então tido como o maior do mundo na sua categoria. Estas embarcações vão operar no Píer IV.

Ainda a despeito do complexo logístico do TMPM, a Vale pretende investir R$ 829 milhões em várias ações, como a construção de 94 km de linhas férreas na região portuária. A previsão de investimento total na infra-estrutura é da ordem de R$ 2,2 bilhões. Isso inclui a aquisição de quatro viradores de vagão, o que vai elevar para oito o total desses equipamentos no complexo portuário.

Atualmente, no sistema logístico da Vale há duas empilhadeiras (equipamento utilizado para estocar minério no pátio) e duas recuperadoras (para abastecer o minério do pátio nas correias transportadoras até os navios). Há também quatro equipamentos mistos, isto é, empilhadeiras-recuperadoras. O projeto de expansão inclui a aquisição de mais quatro empilhadeiras-recuperadoras.

Além disso, serão construídos 70 km de correias transportadoras no complexo industrial-portuário.

Ferrovia – A expansão logística da Vale contempla ainda a duplicação da Estrada de Ferro Carajás, orçada em R$ 3,9 bilhões. Com 892 km de extensão e 56 pátios de cruzamento (desvios auxiliares para controle do fluxo ferroviário), a previsão é construir 604 km de linha, o suficiente para interligar os pátios de cruzamento, criando uma segunda estrada de ferro. Além disso, a mineradora pretende construir 720 km de linha férrea ligando Açailândia (MA) a Palmas (TO), como parte da Ferrovia Norte Sul (FNS). Desta maneira, a Vale pretende, no futuro, interligar o sistema Norte com o complexo logístico da região Sudeste.

Seminário - As informações sobre a expansão da Vale foram divulgadas durante um encontro de jornalistas de São Luís com profissionais da empresa, ontem, na sede da mineradora, na praia do Boqueirão. O evento, organizado pela gerência de relacioamento com a imprensa, teve como objetivo apresentar o sistema logístico, desde o transporte ferroviário até o embarque de produtos no TMPM. Pela mineradora, falaram o gerente de gestão integrada e infra-estrutura, Francisco Fontes, além do gerente de relacionamento institucional e de comunidades, José Carlos Sousa, bem como o gerente de programação do porto, Anderson Dalvi.

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