Clayton, que exibe camisa da Tunísia
Clayton, que jogou os mundiais da França (1998) e Japão-Coreia (2002) pela Tunísia, aponta time de Felipão como favorito.
Márcio Henrique Sales
Da equipe do E+
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Um dos efeitos do êxodo de jogadores brasileiros pelo mundo é a naturalização de alguns atletas que, sem chances de disputar uma vaga na Seleção Brasileira ou em função de gratidão (emocional e/ou financeira) aos países que os acolhem, vestem a camisa de outras nações. Jogadores nascidos no Maranhão que vestem camisas de outras seleções não é algo incomum, mas apenas Clayton conseguiu disputar duas copas do mundo, França em 1998 e Japão-Coreia em 2002, pela Tunísia. Com a sua segunda pátria fora do mundial de 2014, ele aponta a Seleção Brasileira como principal candidata ao título e espera que protestos não comprometam a imagem do país lá fora. Hoje, o ex-atleta tem uma residência no bairro Turu, na capital, mas passa maior parte do tempo na ponte área entre São Paulo e África.
José Clayton Menezes Ribeiro, mais conhecido como Clayton, nasceu em São Luís em 21 de março de 1974. Em 1996, naturalizou-se tunisiano e disputou as copas de 1998 e 2002 e também os Jogos Olímpicos de 2000, como jogador de sobre-idade, ou seja, com mais de 23 anos. Com a camisa da seleção da Tunísia, ele fez 38 jogos e marcou dois gols. Entre os clubes que ele jogou fora do país estão o ÉtoileduSahel(Tunísia), SC Bastia (França) StadeTunisien(Tunísia), Espérance ST (Tunísia), Al Sadd (Catar), Sakaryaspor (Turquia) e StadeGabèsien (Tunísia).
Aos 40 anos e já aposentado, Clayton disse que ainda se lembra da emoção de disputar uma Copa do Mundo. "Com certeza é uma emoção muito grande. Ainda mais porque tudo foi muito rápido para mim. Em um intervalo de apenas quatro anos, saí do Moto para a Seleção da Tunísia. Como jogador, não existe nada melhor do que disputar um mundial, uma competição que reúne os melhores jogadores do planeta e concentra toda a atenção do mundo", destacou.
Da Copa da França de 1998, Clayton guarda grandes lembranças. "Foi a primeira que disputei e tive a oportunidade de jogar contra David Beckham e Michael Owen, da Inglaterra, e diante de Valderrama e Rincón, ambos da Colômbia. Além é claro de conhecer a França, que é um país maravilhoso", recordou.
Já na Copa da Coreia/Japão 2002, o que mais marcou o jogador maranhense foi o medo de atentados. "Se a Copa na França foi bem organizada, a da Coreia e Japão foi muito mais, porque são dois países que primam pela organização de seus eventos. Entretanto, havia um clima de pânico muito grande naquele torneio, porque no ano interior houve o atentado de 11 de Setembro nos Estados Unidos", lembrou.
Clayton encerrou a carreira em 2007, no StadeGabèsien, da Tunísia, e atualmente trabalha como empresário da Fifa levando talentos brasileiros para o Norte da África. "Já levamos para a Tunísia jogadores de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. O único maranhense que quase conseguimos levar foi o Válber, que atualmente joga no Sampaio Corrêa, mas, como ele tinha compromisso com o Red Bull, de São Paulo, não foi possível concluir a negociação", contou. Além da atividade de empresário, o ex-jogador ainda se ocupa com o time amador do Jaguarí, que completou 50 anos em março deste ano.
Na Copa do Brasil, por pouco Clayton não conseguiu um emprego de comentarista esportivo na TV Al Jazeera. "Já estava tudo certo com a TV, mas infelizmente a Tunísia foi eliminada pelos Camarões e eu perdi a oportunidade de trabalhar como comentarista", lamentou.
Com a experiência de quem disputou duas copas, Clayton disse que o povo brasileiro tem que mostrar que é mais que futebol. "Nós somos um povo de emoções. Espero que não haja tantos protestos. Temos que ter tranquilidade e respeito nessa Copa", declarou o ex-jogador.
Outros dois maranhenses também jogaram copas
Outros dois maranhenses que também disputaram copas do mundo por outros países foram Oliveira ou Oliverar, que jogou a Copa da França em 1998 pela Seleção da Bélgica, e Francileudo, mais conhecido como Santos ou Dos Santos, naturalizado tunisiano, que jogou a Copa da Alemanha em 2006.
Luís Airton Barroso Oliveira, conhecido somente por Oliveira ou Oliverar, nasceu em São Luís, em 24 de março de 1969, naturalizou-se belga, mas passou a maior parte da sua carreira na Itália.
Filho do atacante José Ribamar Barrozo, o Zezico, ex-jogador do Moto Clube, Oliverar iniciou a carreira pelo Tupan, em são Luís. Em seguida, transferiu-se para o Anderlecht, da Bélgica, em 1985, onde jogou por três temporadas, o suficiente para se tornar ídolo. Após se naturalizar belga, fez 31 jogos e marcou 7 gols pela Bélgica e atuou por seu país adotivo na Copa de 98, na França, após não ter sido convocado para a Copa anterior.
Embora ídolo na Bélgica, Oliverar jogou a maior parte da sua carreira no futebol italiano, onde atuou pelo Cagliari, em seguida foi para a Fiorentina, ao lado do argentino Gabriel Batistuta e do polêmico Edmundo, Bologna, Como, Catania, Foggia e Venezia. Defendeu também o Lucchese, o Nuorese e o Derthona. Aposentado, atualmente mora em Nápoles na Itália.
Francileudo Silva dos Santos, mais conhecido como Santos ou Dos Santos, nasceu em Zé Doca em 20 de março de 1979 e iniciou sua carreira nas categorias de base do Sampaio Corrêa, em 1996. Em seguida, transferiu-se para o Standard de Liège, da Bélgica.
Pouco aproveitado na equipe belga, onde atuou em apenas 10 partidas e não marcou nenhum gol, o jogador maranhense aceitou a proposta do ÉtoileduSahel, que era então treinado pelo técnico francês Jean Fernandez. Por essa equipe, Francileudo jogou 50 partidas e marcou 32 gols. Após a passagem pelo ÉtoileduSahel, se transferiu para o futebol francês, para atuar pelo Sochaux, clube onde jogou de 2000 a 2005, disputando 144 partidas e marcando 53 gols.
Pela seleção tunisiana, ele disputou a Copa das Confederações de 2005, a Copa do Mundo de 2006 e ainda as Copas das Nações Africanas de 2004, 2006 e 2008. Fez 40 jogos e 22 gols.
2 comentários:
Olá, você poderia me passar o seu contato para eu poder falar com você sobre o Clyton? Abraço!
jrreis@hotmail.com
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