sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Primeiro filme produzido no Maranhão é finalizado

 

Com previsão de estreia para 2013, no Festival de Berlim, o filme O Exercício do Caos, de Frederico Machado, inaugura uma nova fase do cineasta.
 
Raíza Carvalho
Da equipe de O Estado
 
O Maranhão dá mais um passo importante na produção cinematográfica. Está em fase de finalização o primeiro longa-metragem de ficção inteiramente produzido e realizado no estado, intitulado O Exercício do Caos. Produzido pela também maranhense Lume Filmes, o drama foi dirigido e escrito pelo cineasta Frederico Machado, que recentemente foi convidado pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, para integrar a Agência Nacional de Cinema (Ancine), como um dos gestores da Região Nordeste. O filme tem previsão de lançamento internacional em fevereiro de 2013, no Festival de Berlim. O lançamento nacional será no segundo semestre do próximo ano, em cidades como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A produção foi considerada uma das mais aguardadas de 2013 pela revista carioca Filme B, uma das mais importantes do país sobre a Sétima Arte.
O filme apresenta um drama familiar que passa no interior do Maranhão, afastado da população e da vista de instituições políticas e sociais. Em tom de suspense, a história gira em torno de um pai e três filhas adolescentes, cuja sobrevivência baseia-se na colheita de mandioca. Seu único contato com o mundo é por meio da figura de um capataz, que recolhe a mandioca triturada e paga os trabalhadores com o valor oferecido pelo dono da fazenda. O enredo forte mistura relações sexuais entre pai e filha e laços de amizade e solidariedade em um mundo regido pela solidão. A história traz para as telas uma realidade complexa e crua, mas muito comum em vários municípios brasileiros.

Produção - O Exercício do Caos foi filmado e produzido em São Luís entre os meses de julho de 2011 e janeiro de 2012, com a equipe formada somente por profissionais locais. O filme teve um custo de R$ 140 mil e foi feito de maneira independente. De acordo com Frederico Machado, o valor pode ser pouco expressivo em relação aos valores milionários da indústria do cinema, mas tem grande peso para uma produção independente.
"Nem o poder público, nem empresas independentes se interessaram pelo projeto. A Lume Filmes tem reconhecimento até internacional, trabalhamos há 15 anos com cinema de qualidade e as pessoas aqui ainda não se ligaram para o potencial social e até econômico que o cinema tem. Estou um pouco decepcionado", declarou o cineasta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou ansioso para assistir essa pérola da produção maranhense. Paulo Dias