domingo, 11 de novembro de 2012

‘Pedras’ agitam multidão no Maranhão Roots Reggae Festival

Público regueiro lotou a Passarela do Samba e dançou ao som do ritmo jamaicano.
 
Raíza Carvalho
Da equipe de O Estado
 
São Luís provou que merece o título de Jamaica Brasileira no sábado último, durante o segundo dia do Maranhão Roots Reggae Festival, realizado pelo Sistema Mirante, quando grupos e cantores locais e internacionais fizeram a massa dançar. O ritmo jamaicano reuniu milhares de pessoas na Passarela do Samba (Anel Viário), incluindo mulheres de salto alto e rasteirinhas, deficientes físicos, pessoas usando chapéus com as cores do reggae e até perucas com cabelos rastafári. Os cantores Lloyd Parks, Ken Boothe e Marcia Griffiths estavam entre as principais atrações da noite.
O locutor João Marcos, da rádio Mirante FM, foi o mestre de cerimônias do evento, que começou com apresentações no Palco Pedra (Stone). A banda maranhense Kazamata abriu os shows por volta das 20h30, seguida da apresentação contagiante do grupo de dança Garotinhos Beleza. Na sequência, os integrantes da banda alcantarense Barba Branca subiram ao palco caracterizados com as cores do reggae: verde, amarelo, vermelho e preto. Eles dançaram sincronizados, mostrando todo o gingado maranhense incorporado ao ritmo jamaicano.
O casal Flávio Farias e Glória Mafra disse que fez questão de prestigiar o evento. “Nós tínhamos de vir! Curtimos reggae juntos desde 1980, no Espaço Aberto”, assinalou ela. “Esse festival é uma oportunidade para vermos ao vivo os cantores que ouvimos no CD e conhecer nossa produção local. É importante mostrar que não estamos copiando, que nós também produzimos o nosso reggae”, assinalou Farias.
As bandas Juba de Leão e Manu Bantu prosseguiram com as apresentações e animaram o público com versões de músicas como Starway to Heaven (Led Zeppelin), Ordinary Man (Matumbi) e Soul Rebel (Bob Marley). Enquanto muitos aproveitavam os shows, outros preferiam o agito da Tenda Roots, onde os casais dançavam agarradinhos as “pedras” da radiola Reggae Point, comandada pelo DJ Waldiney. A tenda ofereceu uma programação diferenciada durante toda a noite. Os que prestigiavam os shows também curtiam o tradicional som dos paredões da Radiola Super Itamaraty durante o intervalo das apresentações.

Estreantes - No camarote, os atores Marcelo Valle e Alessandra Richter, em cartaz no Teatro Arthur Azevedo, literalmente vestiam a camisa do evento. “Eu nunca tinha ido a um festival de reggae antes! Estou adorando o jeito de dançar, bem maranhense”, disse a atriz global em meio a autógrafos e passos do reggae.
Arrancando gritos empolgados do público, a Tribo de Jah abriu a sequência de shows no Palco Rei (King). Além do sucesso que a banda maranhense faz em todo o Brasil, a banda ocupa lugar de destaque no festival por ter sido uma das idealizadoras do evento. “A ideia é potencializar o lado cultural do reggae do Maranhão. Com uma divulgação melhor, poderia trazer gente de todo o país”, afirmou o vocalista da Tribo, Fauzi Beydoun. Às 23h30, o público lotava a arena do Maranhão Roots Reggae Festival e dançava sem preocupação, enquanto curtia o clima de tranquilidade do evento.
Os presentes fizeram coro à Tribo de Jah, cantando músicas como Regueiros Guerreiros, Morena Raiz e Babilônia em Chamas. Um dos pontos altos da noite foi quando o cantor jamaicano Cedric Myton apareceu de surpresa no show da Tribo. O aclamado artista apresentou seu show na sexta-feira, mas prestigiou o evento no sábado. Sua participação agradou aos presentes, que registraram tudo com câmeras.

Estrelas jamaicanas cantam sucessos


O show de Lloyd Parks, um dos mais esperados da noite, iniciou-se a 1h. No repertório do cantor, músicas como We´ll get over it e Stop the war now. No espaço mais próximo ao palco, três deficientes físicos divertiam-se com as apresentações. "É importante que as produções locais ofereçam um espaço para os cadeirantes, para que eles não fiquem em perigo", disse Alessandra Pajana, coordenadora do Projeto Casulus, cuja proposta é levar os deficientes de São Luís para as programações culturais. O cadeirante Antonio José Silva disse que prestigiaria todas as noites do festival. "Eu coleciono CDs, DVDs e discos e sou apaixonado por reggae", declarou.
O cantor jamaicano Ken Boothe subiu ao palco a 1h40 com muito estilo, vestindo um terno azul com detalhes brilhosos brancos. Com sua voz forte, ele declarou várias vezes o seu orgulho por estar no Brasil pela primeira vez. "Muito obrigado mesmo por abraçar a música jamaicana desse jeito. Porque a música não tem cor, nem natureza. É para todos nós!", disse o cantor. O público foi ao delírio quando ele cantou a música Everything I own, muito tocada nos clubes ludovicenses.
A noite finalizou-se em grande estilo com o show de Marcia Griffiths. De adereço laranja no cabelo, vestido de cores quentes com detalhes dourados, a jamaicana fez todos dançarem, às 2h20 da manhã, quando cantou No No No (You don´t love me), muito conhecida pelos maranhenses.
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O Maranhão Roots Reggae Festival, que teve patrocínio da Brahma, presenteou o público com o sorteio de uma moto na noite de sábado.

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