sábado, 14 de julho de 2012

São Luís produz mais lixo do que Paris e Barcelona

Ludovicense produz, em média, 1,740 quilo de lixo por dia, quase 200 gramas a mais que os habitantes de Barcelona.
A quantidade de lixo produzida por uma sociedade é diretamente proporcional ao poder de compra dos seus integrantes. Quanto maior o poder aquisitivo, mais consumo e, portanto, mais lixo. Esse parâmetro funciona para o mundo inteiro, mas desmorona quando agrega os números produzidos pelo serviço de limpeza pública pago pelo prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB). Os ludovicenses, que nem de longe formam uma das duzentas mais ricas comunidades do mundo, pelo menos na conta de lixo atual, seriam uma das duas populações com maior poder de compra do planeta, deixando para trás cidades como Paris, Barcelona, Tóquio, Londres e Nova Iorque.
O morador de São Luís produz, em média, 1,740 quilo de lixo por dia, 100 gramas a menos que os moradores de Roma e quase 200 gramas a mais que os habitantes de Barcelona, na Espanha. Roma é o maior centro de visitação turística do mundo, onde se concentram 365 dias por ano pessoas com elevado poder de compra. Há três anos e meio, antes de Castelo assumir a Prefeitura, a média era de 1,240 quilo/dia, quantidade já considerada alta em comparação à média das cidades mais ricas do mundo.
Gastos - O dinheiro gasto com a limpeza pública de São Luís até o último dia antes da posse de João Castelo na prefeitura era de R$ 4.624.890,68 por mês, valor que subiu para R$ 6.097.582,22 por mês no primeiro ano de gestão do atual prefeito, R$ 7.162.343,53 no ano de 2010 e que chegou a R$ 8.200.000,00 em 2011.
O gasto com a limpeza pública de São Luís pode já estar custando R$ 14.500.000,00, podendo chegar a R$ 18.000.000,00 a cada 30 dias com a efetivação do resultado de uma licitação feita para adotar aqui o modelo denominado Parceria Público-Privado (PPP). A fatura do lixo produzido na cidade deve chegar a R$ 216 milhões por ano.
A quantidade de lixo produzida por pessoa em São Luís, de acordo com os números apresentados pela Prefeitura de São Luís, aumentou 40,55% desde que João Castelo assumiu o cargo. Em dinheiro, o custo desse serviço aumentou na proporção de 289%.
Imperatriz, segunda cidade com maior população do estado, com 247 mil habitantes, coleta 230 toneladas de lixo por dia, 0,93kg por habitante, e paga uma conta mensal de R$ 900 mil. Com um quarto da população da capital, Imperatriz paga 6,2% pelo mesmo serviço. São José de Ribamar, região metropolitana de São Luís, com 15% dos habitantes da capital, coleta 0,63kg por habitante e gasta por mês R$ 600 mil.
Comparação - Enquanto um morador de Paris produz, em média, 1,52kg de lixo por dia, o do bairro da Ponta d’Areia, de São Luís, gera 9,58kg, 630% a mais, segundo os dados das contas pagas em 2010 pela prefeitura da capital maranhense à empresa contratada para esse serviço.
Mesmo sendo o bairro de São Luís que abriga a Península da Ponta d’Areia, área residencial mais nobre de São Luís, fica difícil imaginar que no Maranhão exista uma elite de consumo com poder de compra mais de seis vezes maior do que o do povo parisiense.
Em São Luís pelo menos 26 bairros aparecem nas contas do lixo como comunidades com maior poder de consumo do que a da capital da França. O morador do bairro Liberdade, já em 2010, produzia mais de 1,6kg de lixo por dia. A média do Anjo da Guarda de 1,53,kg/dia, ainda assim maior que a de Paris.

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