O presidente do
Senado, José Sarney recebeu ontem, quinta-feira (12/04/2012) uma Comissão
Pró-criação do Estado do Maranhão do Sul que foi a Brasília pedir o seu apoio
para colocar na pauta do senado ou da Câmara, um dos dois projetos que pedem a
autorização para a realização de plebiscito no Maranhão para saber se a
população quer ou não a criação do novo Estado.
O encontro,
solicitado pela Frente Parlamentar Pró-criação do Maranhão do Sul, com apoios da
Frente Popular pela criação do Maranhão do Sul e do Comitê Pró-criação do
Maranhão do Sul, aconteceu por volta do meio dia no gabinete da presidência do
Senado.
Estiveram presentes
compondo a comissão, a deputada estadual Valéria Macedo (PDT), que representou
os demais deputados sul-maranhenses, os deputados federais Chiquinho Escórcio
(PMDB) e Lourival Mendes (PTdoB), este último representando a Frente Parlamentar
Pró-Maranhão do Sul, Sabino Costa, representando os ruralistas de Imperatriz e
região, o prefeito Alex Alves de São Francisco do Brejão, representando os
prefeitos através da Associação dos prefeitos da Região Tocantina (Amirt), Chico
Brasil, representando a CDL e a Associação Comercial e Industrial de Imperatriz
e os jornalistas Josué Moura e William Marinho, representantes do Comitê e da
Frente Popular Pró-Maranhão do Sul, respectivamente.
Assessorando a
comissão também esteve presente o professor e economista Célio Costa, autor do
Estudo de viabilidade sócio-econômica do Estado do Tocantins e dos estudos de
viabilidade econômica para a recente tentativa de criação dos Estados de
Carajás e Tapajós. Célio entregou ao
presidente do Senado, José Sarney, um exemplar do Livro de sua autoria Viabilidades
Econômicas do Estado do Carajás, informando que está
sendo acertado com a Frente Parlamentar, a Frente Popular e o Comitê Maranhão do
Sul para que este também faça um estudo sobre as viabilidades econômicas para a
criação do Estado do maranhão do Sul.
Por cerca de uma
hora, Sarney ouviu atentamente todos os integrantes da comissão, iniciando pelo
deputado Lourival Mendes que fez um relato do seu trabalho na Câmara em prol da
criação do novo Estado, com a criação da Frente Parlamentar pró-Maranhão do Sul.
“Sabemos do seu espírito democrático e da sua força como um dos
homens mais influentes da república, por isso viemos aqui pedir o seu apoio para
que a vontade do povo seja feita, que é autorização para realização do
plebiscito e a criação do Maranhão do Sul. E estamos confiantes que o senhor vai
atender nossa reivindicação”, disse Lourival Mendes.
Em seguida falou o
presidente da Frente Popular Pró-Maranhão do Sul, William Marinho, que fez um
breve histórico da criação da Frente, informou sobre a tramitação dos dois
projetos (do Senado e o da Câmara) e a exemplo de Lourival Mendes também
manifestou a sua confiança na força e no apoio de Sarney para viabilização do
projeto. “Trata-se de um sonho do povo sul-maranhense e sei que o
senhor será sensível a isso, nos ajudando a concretizar esse sonho”,
asseverou, Marinho, entregando em seguida um documento, a “Carta de Imperatriz”,
assinada por várias entidades, lideranças políticas, comunitárias e
empresariais.
Por sua vez Chico
Brasil fez um relato das potencialidades da região a ser desmembrada e dos
anseios da classe empresarial em ver criado o novo Estado, também fazendo um
pedido em prol da autorização para o plebiscito e a ajuda de Sarney para a
criação do Maranhão do Sul. “Sabemos que se o senhor quiser isso
acontecerá, por isso viemos aqui pedir o seu apoio: permita que o povo do
Maranhão realize esse plebiscito e decida sobre a criação dessa nova unidade da
federação”, apelou Chico Brasil.
O prefeito Alex
Alves também manifestou ao presidente Sarney o pedido dos prefeitos da região
tocantina e sul do Maranhão, o de verem um dia criado o Maranhão do Sul na
certeza de maior desenvolvimento. “Nós prefeitos sabemos que com a
criação do Maranhão do Sul serão abertos novos horizontes de progresso e
desenvolvimento econômico, melhorando assim consequentemente nossos municípios.
A maioria de nossos prefeitos também acreditam que com a sua ajuda em prol dessa
causa será mais fácil a concretização desse sonho que é o de todo o povo de uma
região”, afirmou Alex.
Sem meias palavras,
o jornalista Josué Moura fez um informe sobre o movimento e lembrou ao
presidente do senado sobre uma audiência com ele com o mesmo fim, ocorrida há
alguns anos atrás através do Comitê Pró-Maranhão do Sul. Josué foi enfático ao
afimar ao presidente do Senado que na região a ser desmembrada, principalmente
em Imperatriz, ninguém acredita que Sarney seja a favor da criação do novo
Estado.
“O quê
se ouve dizer, presidente, é que o Maranhão do Sul só sai um dia depois que o
senhor morrer, por que enquanto o senhor for vivo não deixará dividir o
Maranhão. Mas eu digo que nunca li, nem ouvi nenhuma afirmação sua na imprensa
se posicionando contra o Maranhão do Sul, pelo contrário tenho recortes de
jornais o senhor dizendo que se fosse da vontade do povo o senhor não seria
contra. Pois saiba que é da vontade do povo sim e por isso estamos aqui
solicitando o seu apoio para ajudar a liberar o pedido de plebiscito para que
possamos fazer a vontade do povo e criar o Maranhão do Sul”, afirmou Josué
Moura.
A deputada Valéria
Macedo fez uma rápida exposição sobre o desejo do povo da região sul-maranhense
pela emancipação, informou sobre sua iniciativa de tentar abrir o debate sobre o
Maranhão do Sul na Assembleia assim que assumiu o mandato com o pedido e a
aprovação da Comissão de Estudo de Redivisão Territorial do Maranhão e que
estava ali em nome dos seus colegas de bancada da região tocantina e sul do
Estado (os deputados Antonio de Pádua, Léo Cunha, Carlinhos Amorim, Antonio
Pereira e Francisca Primo) e demais deputados que apoiam a causa do Maranhão do
sul, solicitando que Sarney ajude a proporcionar ao povo o direito de se
manifestar através de um plebiscito sobre a criação do novo Estado. “Por onde a gente anda naquela região é o que se ouve, é a cobrança do
povo pedindo que a gente se mobilize que faça algo para que finalmente seja
criado o Maranhão do Sul. Já é uma cultura do povo sul-maranhense esse desejo de
emancipação e acreditamos que respeitando esse desejo o senhor vai ajudar a
concretizá-lo”, disse Valéria.
O empresário
agropecuarista e secretário de Desenvolvimento Econômico de Imperatriz, Sabino
Costa, fez um breve relato sobre as aspirações das classes produtoras e das
perspectivas de desenvolvimento econômico com a criação do Maranhão do Sul e
manifestou sua crença de que com apoio do presidente do Senado o plebiscito
acontecerá de maneira afirmativa e o novo Estado será criado. “Nós
entendemos que assim como aconteceu com o norte do Goiás com a criação do
Tocantina, assim será com o sul do Maranhão com a criação de um novo estado, é o
caminho mais curto para acelerar ainda mais esse processo de desenvolvimento que
já está se dando lá na nossa região”, afirmou Sabino.
O deputado Francisco
Escórcio falou que também era um apoiador da causa, pois teria sido num passado
não muito distante o mentor de um pedido de criação do Estado do Planalto
Central e como deputado estava desde que assumiu o mandato empenhado na luta de
criação do Maranhão do Sul, tendo já entrado com requerimentos solicitando na
Câmara que o pedido de plebiscito fosse colocado em votação. “Sei
também que o senhor não é contra, pois foi no seu governo como presidente que
foi criado o Estado do Tocantins. Portanto tenho certeza que o senhor nunca foi
nem será contra a criação do Maranhão do Sul”, disse Escórcio.
O último a falar,
Sarney começou lembrando o encontro anterior, dizendo que esteve com o saudoso
bispo de Imperatriz o falecido Dom Afonso Felipe Gregory e outros integrantes do
-comitê. Falou também das potencialidades das duas regiões - a que pretende se
emancipar e a região onde ficará o antigo Maranhão -, tais como a descoberta do
Gás de Capinzal e a perspectiva de outras jazida na região sul, a refinaria de
Bacabeira e a Suzano em Imperatriz, concluindo que tanto no Maranhão do Sul como
no velho Maranhão o desenvolvimento econômico está a passos largos.
“Vou
dizer o que já disse antes: Eu não vou ser um ativista, nem tenho mais idade
para isso, mas não colocarei entraves, nenhum obstáculo para a criação do
Maranhão do Sul, pois quando uma região tem um ideal de autonomia, de liberdade,
pode passar um tempo, mas evidentemente isso termina acontecendo, não adianta
lutar contra, todas as nações foram feitas assim, é um processo normal e
inexorável ”, disse.
Sarney surpreendeu a
todos quando disse que não sabia ou lembrava que no senado havia um Decreto
Legislativo do senador Edison Lobão (PDS nº 02/2007) solicitando a autorização para a realização do
plebiscito do Maranhão do Sul. “Me desculpem a
franqueza, mas essa é a prova de que não estava segurando nada, pois nem sabia
ou me lembrava que tinha um projeto nesse sentido aqui no senado”,
asseverou.
Finalizando Sarney
disse que seria objetivo solicitando à sua secretária e demais assessores que
vissem o mais breve possível o que poderia ser feito para que fosse apreciado o
Decreto Legislativo do então senador Edison Lobão, reiterando mais uma vez que
jamais será contra. “Eu estou na fase de não perder amigos, nem
arrumar novos inimigos. Vou ver como está esse decreto, se puder ajudarei para a
realização do plebiscito e não criarei nenhum obstáculo para a criação do
Estado...Está bem?”, finalizou Sarney. Todos responderam: “está
bem!”.
Durante o encontro,
o economista Célio Costa estudo igual o que foi feito antes por ele para a
criação do Estado do Tocantins e mais recente para as tentativas de criação
dos Estados de Carajás e Tapajós.
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