Empresários e representantes de diversas entidades
empresariais maranhenses realizaram uma visita técnica às obras do Aeroporto
Internacional Marechal Hugo da Cunha Machado na manhã de ontem. Em companhia do
superintendente da Infraero no Maranhão, Hildebrando Coelho, o grupo observou o
andamento das obras e cobrou agilidade na entrega dos projetos executivos, com
detalhamento da reforma. Os representantes das entidades afirmam que os atrasos
na conclusão podem causar problemas para eventos de alcance nacional que serão
realizados em São Luís e para novas oportunidades de negócios no estado.
O grupo formado por representantes de entidades como a
Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), Associação Comercial do Maranhão
(ACM), Associação Maranhense de Distribuidores e Atacadistas, Universidade
Federal do Maranhão (UFMA), São Luís Convention & Visitors Bureau e outras
se dirigiu ao aeroporto de São Luís para visitar as obras de reforma que vêm
sendo realizadas desde março do ano passado.
Antes de entrar no terminal de passageiros, onde está
sendo executada a reforma, o grupo cobrou explicações para o terceiro atraso na
entrega da obra. O superintendente da Infraero no Maranhão justificou informando
que os projetos executivos exigidos pela empresa contratada não foram
finalizados.
Organização - Em contrapartida ao argumento, o grupo
reclamou da falta de organização da Infraero para executar a obra e alegou que
as partes responsáveis pelos serviços estão tornando a conclusão mais lenta ao
tentar provar quem é o responsável pelo atraso nas obras. "Tanto a empresa EP
Engenharia como a Infraero estão reunindo documentos para dizer quem é o
culpado, mas isto não ajuda a tocar as obras", criticou o presidente do Conselho
Deliberativo do Sebrae Maranhão e secretário de Estado da Agricultura, Cláudio
Azevedo.
Hildebrando Coelho afirmou que as obras serão
concluídas até o dia 26 de maio, mas os representantes das entidades
demonstraram duvidar que 40 dias sejam suficientes para concluir a reforma. No
dia 24 do mês passado, completou um ano que o aeroporto teve o terminal de
passageiros interditado para reformas emergenciais. A obra estava prevista para
ser entregue em agosto. O valor estipulado inicialmente era de R$ 10,4 milhões,
mas aumentou para R$ 12,7 milhões.
O superintendente da Infraero no Maranhão confirmou
que está sendo realizado um estudo para a ampliação do aeroporto. O presidente
da Fiema elogiou a realização do estudo, mas criticou a ação tardia. "Se a
reforma no aeroporto está demorando assim, imagine ampliar uma estrutura desta.
Era preciso ter projetado e feito esta ampliação desde o início e não só uma
reforma", afirmou Edílson Baldez.
Outro problema exposto pelo grupo à Infraero foi a
falta de um restaurante dentro do terminal de passageiros. Os representantes das
entidades empresariais perguntaram se o aeroporto de São Luís poderia perder o
certificado internacional concedido pela Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), caso as novas instalações do terminal não disponham de um restaurante. O
superintendente Hildebrando Coelho descartou a perda da certificação e disse que
a Infraero não deixará de construir o restaurante no local.
Mas segundo a EP Engenharia, empresa contratada para
executar a obra, não existe nenhuma especificação nos projetos para que seja
construído um restaurante no local.
Movimento - A decisão de visitar a obra foi marcada
após uma reunião na Fiema, realizada quinta-feira, 12. Segundo o presidente da
Fiema, Edílson Baldez das Neves, a visita técnica é o primeiro ato de um
movimento a favor da infraestrutura que discutirá obras importantes para o
desenvolvimento da indústria no Maranhão. "A logística aeroportuária é tão
fundamental para a indústria quanto a duplicação da BR-135. E é por isso que
decidimos acompanhar esses processos de perto", disse.
Atraso provoca prejuízos, afirmam empresários
Os representantes das entidades empresariais alegaram
durante a visita técnica feita ao Aeroporto Internacional Marechal Hugo da Cunha
Machado que o atraso nas obras pode causar vários problemas à economia do
estado. Temem que prejudique os eventos que estão marcados para ser realizados
na capital até junho e influencie negativamente no turismo maranhense.
O diretor do Sindicato das Empresas de Turismo do
Maranhão (Sindetur), Eduardo Mattar, frisou que a maior preocupação é com a
imagem de São Luís que os turistas levam para as suas cidades. "Nós que
exploramos o turismo já sentimos as consequências desse problema nos lucros e
nos comentários dos nossos clientes", afirmou Mattar.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias da
Construção Civil do Maranhão, João Alberto Mota Filho, os serviços que estão
sendo realizados não atendem a todas as necessidades do aeroporto. "Temos um
potencial grande para o turismo e os passageiros merecem um conforto maior; uma
ampliação do terminal de cargas tornaria os negócios mais dinâmicos",
ressaltou.
Infraero - Por meio de nota, a Infraero informou que
desde o dia 1º de setembro de 2011 entregou toda a documentação da obra
contratada para a empresa responsável pelos serviços.
A Infraero afirmou também na nota que, por conta do
ajuste de fluxo operacional e conforto de passageiros, não foi possível, até
então, instalar um novo restaurante no aeroporto de São Luís. Segundo o órgão, o
mix comercial está sendo revisado para que haja a definição de um novo espaço
para o restaurante.
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