quinta-feira, 12 de abril de 2012

Acordes de Dilú Mello em publicação


Caderno musical registra 32 composições cifradas da cantora, compositora e musicista maranhense.

Carla Melo
Do Alternativo

Com a finalidade de resgatar e difundir a obra musical da compositora maranhense Dilú Mello, a Academia Vianense de Letras lança amanhã, às 19h, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, o Caderno Musical Dilú Mello. A publicação, feita com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, reúne 32 partituras de autoria da artista e foi organizada pelo biógrafo Luiz Alexandre Raposo e editado pelo maestro Zezé da Flauta. Na ocasião, os cantores Fátima Passarinho, Alessandro Batista e Fernando de Carvalho interpretarão músicas da maranhense em um show com 10 canções.
A noite reserva espaço ainda para o lançamento dos livros Retrato de um Município, de Ozimo de Carvalho, e Memória de América Dias, de Luiz Alexandre Raposo. O primeiro é uma reedição – a primeira data de 1957 – de um documento de grande relevância para o município de Viana por reunir informações sobre sua geografia, economia e gente. O segundo é a biografia da também musicista vianense América Dias, que morreu em 2001.
O Caderno Musical Dilú Mello faz referência ao centenário de nascimento da cantora e compositora maranhense que foi registrada em 1911 em Viana, mas que para os anais da Música Popular Brasileira, nasceu em 1913. “No Cartório do Registro Civil de Viana, terra natal de Dilú Mello, o nascimento da menina Maria de Lourdes Argollo está registrado em 1911, dois anos antes do que está posto nos anais da MPB”, assinala Luiz Alexandre.
Ele explica que escolheu 2012 para celebrar o centenário da artista por estar entre as duas datas. “Dois anos a mais ou a menos, pouco importa. O importante é reverenciar a memória de uma das mais completas artistas brasileiras”, diz.
Obra - Luiz Alexandre explica que a obra musical de Dulú Mello reúne aproximadamente 100 composições, sendo algumas ainda inéditas. Ele explica que a seleção das 32 obras que figuram no catálogo foi feita com base em três critérios. “Escolhemos primeiro as mais famosas, depois as composições de cunho essencialmente folclórico, grande paixão da artista, e, por último, as que tiveram o torrão maranhense como fonte de inspiração”, assinala o biógrafo.
Fazem parte do livro de partituras músicas conhecidas como Fiz a cama na varanda, Meu Cariri, Qual o valor da sanfona, Conceição da Praia, entre outras; as folclóricas a exemplo de Rolete de Cana, O Caminhão de Laranjas, Sapo Cururu, Coisas erradas do mundo etc.; e, finalmente, as que falam do Maranhão a exemplo de Acalentado São Luís, Redinha de Algodão, Nas águas do Mearim e a emotiva Saudades do Maranhão.
Além de cantora e compositora, Dilú Mello era musicista e tocava sete instrumentos. O auge do seu sucesso foi na década de 1940, época áurea do rádio, o que fazia com que sua música alcançasse grandes distâncias. A maranhense foi a segunda compositora brasileira com maior número de músicas gravadas, perdendo apenas para a carioca Chiquinha Gonzaga.
Partituras – O maestro Zezé da Flauta explica que o processo de editoração do caderno foi feito com base em partituras antigas, produzidas principalmente pelo professor de Acordeão Mário Mascarenhas, além de parte da discografia da artista. Participaram ainda do trabalho o trombonista Elder Ferreira e o violonista, arranjador e professor da Escola de Música do Maranhão Marcelo Moreira.
O Caderno Musical Dilú Mello traz ainda textos informativos sobre cada uma das músicas que estão no catálogo e reúne informações sobre a data da composição, em que disco está gravada e o contexto das canções, além de quem as gravou.
O livro de partituras será distribuído gratuitamente entre estudantes e profissionais da música, além de escolas de música do Maranhão e de outros estados. O caderno será lançado na Academia Vianense de Letras dia 4 de maio, em Viana.

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