Plano de Desenvolvimento e Zoneamento, aprovado no início deste mês pelo conselho maior do porto, prevê a construção de uma grande infraestrutura.
A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) divulgou
ontem mais informações sobre o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do
Porto do Itaqui, aprovado pelo Conselho da Autoridade Portuária (CAP) no início
deste mês. Além de novas áreas para arrendamento, o plano prevê a construção de
mais seis atracadouros de navios para absorver uma projeção de alta na demanda
de cargas em grãos agrícolas, combustíveis, fertilizantes e contêineres. O texto
também prevê a construção de um terminal de contêineres e de uma ponte ligando o
porto do Distrito Industrial, projetos que podem ser executados nos próximos 20
anos.
O PDZ, que descreve os cenários referenciais para o crescimento
e aprimoramento das atividades portuárias para os próximos 20 anos, terá
monitoramento constante e atualização a cada ano, visando acompanhar as mudanças
econômicas e sociais pelas quais passam o Maranhão. Projeção de cargas, tipos de
cargas, equipamentos, instalações e ações ambientais são alguns dos itens
tratados no estudo que será encaminhado para a Secretaria de Portos (SEP), do
Governo Federal, e para a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
O documento analisa o cenário de referência em três diferentes
marcos temporais: a curto prazo (2012-2016), médio prazo (2017/2021) e a longo
prazo (2022-2031). Este ano, por exemplo, será iniciada a construção do berço
108, píer totalmente dedicado a granéis líquidos e cuja licitação, ora em
andamento, prevê a abertura dos envelopes com as propostas comerciais para a
primeira quinzena deste mês; construção dos berços 98 e 99 e da retroárea do
berço 100, que começará a operar ainda no primeiro semestre deste ano. O PDZ
prevê ainda a necessidade de um planejamento integrado do Porto do Itaqui na
atualização do Plano Diretor do Distrito Industrial de São Luís (Disal).
O diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Emap, Daniel
Vinent, explicou que o Distrito Industrial é de grande importância para o Porto
do Itaqui, dada a sua vocação para funcionar como área retroportuária, assim
como para a instalação de indústrias fortemente ligadas ao comércio exterior. "O
Disal necessita de melhorias em sua infraestrutura e de planejamento para se
consolidar como a alavanca para o desenvolvimento do Maranhão e estados
vizinhos, principalmente ao se considerar o Corredor Centro-Norte, que depende
do desenvolvimento e ampliação do Porto do Itaqui e do Distrito Industrial para
o escoamento do seu potencial agropecuário e mineral", disse.
Nesse sentido, a partir de 2013, o berço 103 passa a ser usado
para escoamento da soja, farelo e milho do Terminal de Grãos do Maranhão
(Tegram). Até 2016, serão implantados os berços 98 e 99, além da 1ª etapa do
armazém para fertilizantes com no mínimo 56 mil toneladas na retaguarda do berço
98. O berço 99 movimentará celulose e pellets vegetais.
A longo prazo, até 2031, entre outros projetos, está prevista a
implantação dos berços 93 a 95; a segunda etapa do Terminal de Contêineres
(Tecon), com dois berços (95 e 96) e de sua expansão futura, nos berços 93 e 94.
O berço 96 será interligado com o Distrito Industrial, por meio de uma ponte,
criando-se um novo acesso ao porto.
Ações - Para atrair novas cargas e consolidar outras que já
estão sendo movimentadas no Itaqui, a Emap deve melhorar ainda mais nos próximos
anos alguns indicadores de desempenho, como tempo de espera dos navios,
setorização dos berços, tempo de atracação das embarcações para carregamento e
descarga, taxa de ocupação dos berços (que não deverá ser inferior a 60%), maior
produtividade nas operações e criação de novas áreas de armazenagem, entre
outros.
"Estamos em franco processo de evolução e o Itaqui está cada vez
mais se consolidando como indutor de desenvolvimento do estado. Todo
planejamento nos dá um norte e por ser o PDZ um documento dinâmico, que
acompanha as mudanças econômicas, precisamos estar atentos para fazer ajustes
pelo menos a cada ano", explicou o presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati. "O
PDZ aprovado está mais próximo da realidade que vive hoje o Itaqui", completou
Arthur Horta, presidente do CAP.
Mais
De acordo com a Emap, o perímetro portuário conta atualmente
vários lotes disponíveis ao fechamento de novos contratos de arrendamento, num
total de 371.560 m². Celulose, pellets (tipo de combustível granulado que pode
ser feito de diversos tipos de biomassa como serragem, cascas e podas de
árvores), contêiner, derivados de petróleo, soja, farelo de soja, milho, carga
geral e de projetos são algumas das cargas que deverão representar as maiores
demandas nos próximos anos.
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