Miguel Spinet compara a capital ludovicense à Cartagena, mas diz que há um contraste entre o aspecto panorâmico, paradisíaco, e a vista de dentro, sem coerência.
Ribamar Júnior - O Imparcial
Diante do reconhecimento de que a capital maranhense possui potencial e vem crescendo ao longo do tempo, ele considera que para receber esse desenvolvimento São Luís tem que ser reestruturada.
"É uma cidade muito extensa, muito parecida com as cidades dos EUA, sem centros direcionais, em extensão. Lá as cidades vão ocupando territórios com uma densidade muito baixa e existem muitas zonas desocupadas, ainda virgens, de baixa ocupação. São Luís é mais compacta que as cidades europeias, com bairros e precisa se reestruturar urbanamente", afirma, dizendo que por isso que em uma vista panorâmica da cidade, do alto, e a percebida de dentro, há muita diferença. "A cidade vista de cima é excepcional, paradisíaca, com poucos edifícios, com lagoas, com zonas verdes. Entretanto, a realidade vista de dentro precisa de coerência por não ter um projeto urbanístico definido.", completa.
Três perguntas para Miguel Spinet:
Como o senhor vê o presente e o futuro das moradias da capital?
MS - As pessoas vivem em casas de plantas baixa. É uma cidade rica que, apesar de estar ainda desestruturada, tende a crescer muito mais em 5 a 8 anos. Muitas pessoas mudarão de nível social e irão entrar na zona do entorno da Avenida dos Holandeses.
O senhor comentou que realizará projetos em São Luís. Que características eles terão?
MS - Um dos projetos que iniciarei com a L&F; visa conseguir um nível de eficiência energética e de eco-desenho mais alto, um tema que o Brasil ainda não explora e até mesmo a Espanha não sabia o que era há 20 anos. Hoje reaproveitamos e reciclamos as águas da banheira, dos lavabos, direcionando a um depósito especial para, depois, irem para os vasos, reduzindo entre 30 a 40% os gastos com energia e água e ventilações cruzadas, artifício que provoca a entrada do vento nas residências.
Qual o futuro dos empreendimentos no Brasil em relação à sustentabilidade ecológica?
MS - O Brasil será obrigado a implantar o eco-desenho na construção, devido ao crescimento imobiliário ou, nos próximos anos, acontecerão desajustes impossíveis de serem reparados. Além disso, nos dias em que estive em São Luís, percebi que todos estão preocupados com esse aspecto e aceitando o conceito ecológico, não somente como um plus, mas como algo essencial.
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