sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ministro elogia obra em antiga fábrica Santa Amélia


Jock Dean

Da equipe de O Estado


O ministro do Turismo, Gastão Vieira, conheceu ontem e ficou impressionado com as obras de recuperação da antiga Fábrica Santa Amélia, na Rua Cândido Ribeiro, no Centro Histórico de São Luís. No local, funcionarão os cursos de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Acompanhado do reitor da instituição, Natalino Salgado, e da superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, o ministro destacou que as novas instalações serão um marco na revitalização do Centro Histórico de São Luís.
Erguido no século XIX, o conjunto de oito prédios que compõem o antigo Complexo Têxtil da Fábrica Santa Amélia estava em posse da UFMA há pelo menos 25 anos, sem receber qualquer tipo de serviço de manutenção. Em ruínas, o local servia como depósito de lixo e abrigo para marginais que agiam na área do Centro da capital. Uma parceria entre a universidade e o Iphan possibilitou a total recuperação do complexo arquitetônico.
As obras já estão em andamento há pelo menos um ano, com recursos dos ministérios da Educação e da Cultura. Como os trabalhos precisarão de verbas adicionais para o custeamento de projetos complementares às obras de recuperação, o Ministério do Turismo, percebendo na instalação dos cursos de Turismo e Hotelaria no local uma possibilidade de criar uma nova agenda de trabalhos para o setor, no Maranhão, decidiu entrar como terceiro parceiro do empreendimento, dotando os recursos necessários à continuidade das obras.
Cursos - Gastão Vieira destacou que desde os anos 1970 a universidade pretendia levar para aquela área de São Luís os seus cursos de graduação, o que está ocorrendo agora. “Infelizmente, quando da implantação da UFMA, prevaleceu o modelo americano de campus e ela foi toda instalada no Bacanga. A transferência para o Centro Histórico dos cursos de Turismo e Hotelaria são a concretização desse projeto. Além disso, esses alunos terão uma oportunidade única na sua formação e profissionalização, tendo nestas instalações um excelente equipamento de ensino-aprendizagem”, disse.
Segundo o ministro, em outras regiões do Brasil já existem projetos de sucesso como o que está sendo realizado em São Luís, que se destaca pela grandiosidade das obras. “Em termos de área, é uma das maiores obras de restauração e recuperação do Centro Histórico de São Luís. Após finalizada, ela vai contribuir sobremaneira para a revitalização e reurbanização dessa área da cidade, reinserindo ainda mais no cotidiano da cidade”, comentou Gastão Vieira.
Como ministro do Turismo, essa foi a primeira vez que Gastão Vieira teve contato com o projeto. Ontem à tarde, ele visitou toda a área que está sendo recuperada, ficou sabendo de detalhes do processo de recuperação da estrutura física dos imóveis, conheceu todos os espaços e suas futuras finalidades, sugerindo melhorias às áreas já em andamento. “Já que toda essa área será aberta ao público, acredito que podemos transformar o espaço destinado à lanchonete em um café onde as pessoas possam ler, conversar, trocar experiências, como os antigos cafés-literários. São Luís tem carência de espaços como esse e acredito que essa é uma boa oportunidade de o fazermos”, observou.
Obra - De acordo com o reitor da UFMA, Natalino Salgado, será necessário mais 18 meses de trabalho até que a Fábrica Santa Amélia seja totalmente recuperada e esteja apta a abrigar os cursos que a universidade irá transferir para o local. “Os novos cursos vão funcionar com uma unidade de hotelaria, laboratórios, área de vivência, auditórios, biblioteca, núcleos de pesquisa e ensino, museu, administração, salas com capacidade para 60 alunos e um Hotel Escola com equipamentos de alta complexidade para melhorar a qualidade do aprendizado na graduação e pós-graduação”, informou.
Natalino Salgado frisou também que a presença da universidade no Centro Histórico de São Luís trará ainda benefícios à população que reside e frequenta o local. “Com as obras, os índices de criminalidade nas adjacências da fábrica tiveram significativa redução. Com a presença efetiva da universidade, a região ganhará em infraestrutura, segurança e atratividade turística”, observou.
Recuperação – O trabalho de recuperação de toda a estrutura das antigas instalações da Fábrica Santa Amélia exigiu pesquisa criteriosa de todos os detalhes existentes quando da inauguração de todos os prédios que compõem o complexo. Do telhado ao piso, tudo está sendo restaurado conforme suas características originais. Por ser tombado, o local será aberto para visitação pública, tornando-se um grande centro de estudos e lazer no Centro Histórico de São Luís.
Kátia Bogéa informou que após formalizada a parceria entre a universidade e o instituto foram necessários seis meses de constantes reuniões para a elaboração do projeto acadêmico a ser instalado no local para que em seguida fosse pensado todo o processo de restauração. “Estamos recuperando todo esse complexo em sua totalidade seguindo rigorosamente as características originais do prédio, inclusive com a importação de materiais vindos da Europa”, informou.
Telhado, piso, janelas, vitrais, escadarias, elevadores, poços, azulejaria e todos os demais elementos que compõem o conjunto arquitetônico do local estão sendo restaurados. “As telhas, vindas da França e que foram utilizadas em diversos prédios do Centro Histórico de São Luís, por exemplo, foram tiradas uma a uma e recuperadas”, detalhou Kátia Bogéa.

Números


R$ 15 milhões investidos
9.500m² de área a ser recuperada
8 prédios
16 salas de aula
2 laboratórios
2 auditórios
600 alunos beneficiados
24 meses de obras

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