Marabá - O Maranhão poderá escoar parte da produção da Alpa (Aços Laminados do Pará) que já está com o cronograma de construção definido e deverá entrar em operação a partir de 2016. O Terminal Marítimo Ponta da Madeira, da Vale, e o Terminal Portuário de Mearim (TPM), em Bacabeira, aparecem como alternativas por serem portos estratégicos e ideais para o projeto. O presidente da companhia, José Carlos Soares, disse que a empresa também está estudando o uso da logística de ferrovia, a Estrada de Ferro Carajás, como opção. A Alpa está sendo construído no distrito industrial de Marabá.
A ideia da Vale, conforme frisou José Carlos Soares em entrevista a jornais do Pará, é utilizar a ferrovia para levar até Marabá os insumos necessários à operação da usina siderúrgica da Alpa, como carvão e calcários. Também pela ferrovia deverá sair toda a produção do polo metal-mecânico de Marabá. Os produtos seriam escoados em seguida por um dos portos de São Luís.
A obra da hidrovia do Tocantins, que viria complementar as eclusas do projeto Alpa, deveria ter sido iniciada este ano, a um custo de R$ 520 milhões, para ser concluída em 2013. Ela consistiria no derrocamento de um trecho de 43 quilômetros no chamado Pedral do Lourenço, entre Marabá e Tucuruí, e em serviços de drenagem em diversos pontos do rio para remoção de bancos de areia. Se o governo tivesse mantido o seu plano de obras, a Vale poderia ter conservado também o seu cronograma, que previa a entrada em operação da Alpa em 2014. Agora, se prevê que ela possa começar a produzir em 2016.
Tocantins - A hidrovia do Tocantins começou a ir a pique mais uma vez no início deste ano, quando o governo federal anunciou um corte de R$ 50 bilhões no orçamento de 2011. Entre os projetos afetados pela decisão, estava precisamente o da hidrovia do rio Tocantins, que acabou inclusive retirado da relação de investimentos contemplados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A reação política encetada no Pará levou o Ministério dos Transportes, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a acenar com uma versão mais edulcorada, embora considerada pouco verossímil desde o primeiro momento. Por essa versão, o projeto estaria apenas suspenso para ajustes técnicos, mas não cancelado.
Este foi o argumento utilizado pelo diretor de infraestrutura aquaviária do Dnit, Adão Marcondes Proença, numa reunião de que participou com empresários de Marabá no mês de outubro. Nesse encontro, promovido pela Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), Adão Proença disse que as obras da hidrovia seriam futuramente retomadas, mas teve o cuidado de não estabelecer prazos. "O governo está desconversando", foi a conclusão a que chegaram na época, alguns dos participantes da reunião, já incrédulos em relação à retomada das obras.
Em novembro, em Marabá, José Carlos Soares fez questão de reafirmar o compromisso da Vale com a implantação da siderúrgica. "O cancelamento da hidrovia do Tocantins não vai parar a Alpa", disse ele, em entrevista à imprensa, num dos intervalos do I Simpósio do Setor Metal Mecânico de Marabá, o Simpomec. O evento foi promovido pela Associação Comercial e Industrial do município em parceria com o setor privado, Governo do Estado e prefeitura local.
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