sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Jurado que tirou o título de " Ratos e Urubus" se diz arrependido


Jurado que tirou o título de "Ratos e urubus" lamenta: "Se eu soubesse, teria dado 10 para a Beija-Flor"


Por: Leonardo Bruno 


Na morte de Joãosinho Trinta, sábado passado, muita gente lamentou que sua maior obra, o desfile "Ratos e urubus, larguem minha fantasia", não tivesse ganhado o título. Naquele ano, três jurados deram nota 9 à Beija-Flor (não havia divisão por décimos), que, no desempate, perdeu o primeiro lugar para a Imperatriz Leopoldinense (com "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós"). Um deles foi o jornalista João Máximo, o mais famoso deles, que muito já falou sobre sua nota em samba-enredo.
A coluna, então, foi atrás dos outros dois jurados. Pedro Ângelo Suzana, que julgou conjunto em 1989, hoje vive no Espírito Santo e é vice-presidente da Liga das Escolas de Samba local. Pedro diz que sua nota foi correta e que hoje faria da mesma forma. "Ninguém vê o que o olho do julgador vê. Estamos lá para isso. Julguei com boa intenção, baseado no que vi". Segundo o julgador, o regulamento sinalizava que deveria haver um espaço mínimo entre as alas, e que a partir da metade do desfile da Beija-Flor, as alas se embolaram. "Joãosinho estava vestido de gari, trouxe muita gente pra dentro da escola e ficou uma confusão. Aquilo quebrou o ritmo do desfile, acabou com a uniformidade das alas. Seria injusto eu não punir a escola", relembra ele.
Mais curioso é o depoimento de Cláudio Cunha (foto abaixo), ator, que falou com a coluna de São Paulo, onde vive atualmente. Ele era jurado de evolução na época e tirou um ponto por um buraco que a escola abriu em sua frente. Na época, estava seguro do que fez: mesmo com o excelente desfile da Beija-Flor, houve um problema em seu quesito e a penalidade foi adequada. Mas hoje, emocionado com a morte de Joãosinho, Cunha revê o passado: "Se soubesse que a nota tiraria o título, teria dado 10 à Beija-Flor. Lamento por aquilo. A escola estava impecável".
Cláudio Cunha conta uma curiosidade sobre aquele carnaval. Ele tinha namorado, anos antes, a atriz Edna Velho, que naquele carnaval estava saindo com um dos diretores da Beija-Flor. Por conta desse imbroglio amoroso, disseram que sua nota tinha sido dor de cotovelo, por ciúmes da ex-namorada. No Desfile das Campeãs, a Beija-Flor levou três Judas à frente da escola, simbolizando os jurados que tiraram o título da escola. Um deles, o que representava Cláudio Cunha, veio com um belo par de chifres!
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Já viu o Cristo Mendigo descoberto? Componentes rasgaram o plástico no Desfile das Campeãs

Por: Leonardo Bruno em



Pouca gente lembra, mas o plástico do Cristo Mendigo, probido pelo Igreja no desfile "Ratos e urubus, larguem minha fantasia", foi retirado pelos componentes durante o Desfile das Campeãs de 1989 — só a cabeça ficou coberta até o final. Foi uma confusão nesse momento, já que alguns desfilantes rasgavam o plástico, enquanto diretores da Beija-Flor, preocupados em desrespeitar uma decisão judicial, tentavam recolocar a cobertura. Esse vídeo mostra bem esse momento. Destaque para a fala de Fernando Pamplona, na transmissão da TV Manchete, contra a proibição da alegoria, e percebendo que aquele era um momento histórico para o carnaval carioca.


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