sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bruno Batista lança hoje, em São Luís, o CD " Eu não sei sofrer em inglês " no Teatro Arthur Azevedo


Bruno Batista: %u201CSão Luís é minha cidade, onde estão meus amigos, minha família e pra onde eu sempre retorno%u201D (HONÓRIO MOREIRA/OIMP/D.A PRESS)
Bruno Batista no TAA: São Luís é minha cidade, onde estão meus amigos, minha família e pra onde eu sempre retorno.
O cantor e compositor Bruno Batista está de volta a São Luís para reencontrar grandes amigos e lançar o seu mais recente trabalho: Eu não sei sofrer em inglês. A volta aos palcos de São Luís acontece hoje, às 22h30, no Teatro Arthur Azevedo, após um hiato de 4 anos, desde que fez o último show na Ilha.
Bruno, nascido em Pernambuco, mas radicado maranhense, estava morando no Rio de Janeiro e se mudou recentemente para São Paulo onde produziu o álbum, o segundo da carreira, com 12 faixas autorais. Produzido por Guilherme Kastrup e Chico Salem o disco passeia por diversos ritmos da tradição brasileira, como baião, samba, pop, dentre outras influências, e conta com as participações especiais de Zeca Baleiro, na faixa Acontecesse, Rubi, em Vaidade, Juliana Kehl, em Para um amor em Paris, e Tulipa Ruiz, em Nossa Paz.
Bruno, muito simpático, concedeu entrevista a O Imparcial e falou da saudade que sente da Ilha e da ligação que tem com a cidade. Do cenário musical - embora não acompanhe de perto-, ele destaca as bandas Nova Bossa e Garibaldo e o Resto do Mundo, e o cantor Djalma Lúcio como boas presenças na música, e afirma que o show que será apresentado em São Luís será o mesmo do eixo Rio-São Paulo com a banda completa formada por Guilherme Kastrup (direção musical e percussões), Rovilson Pascoal (guitarras), Zé Nigro (baixo), Marcelo Castilha (piano, teclados e acordeon) e Chico Valle (bateria).


Compositor desde criança
Antes de vir para São Luís, aos 4 anos de idade, passou um breve período em Teresina, cidade natal de seus pais. O interesse pela música veio ainda criança, estimulado pelo pai, colecionador de discos de MPB e apaixonado por Chico Buarque.
Por volta dos seis anos de idade influenciado pela obra de Renato Russo e pelos saraus na casa da avó, decidiu comprar um violão, surgindo daí as primeiras composições, ainda na adolescência, e os primeiros prêmios nos festivais de música da escola.
Em 2001, recebeu o troféu de Melhor Letra no Festival João do Vale pela canção Aquele Beijo. Na época suas canções foram interpretadas pelos cantores maranhenses Cecília Leite, Claudio Lima, Lena Machado, Milla Camões e Tássia Campos e ainda banda Catarina Mina.
O primeiro álbum veio em 2004 e lhe rendeu o prêmio de Revelação do Ano no Prêmio Universidade FM e um convite do SESC para participar do projeto Novo Canto, no Rio de Janeiro. Em 2009 conheceu os produtores Guilherme Kastrup e Chico Salem, com quem iniciou a elaboração do mais recente CD.

DIVIRTA-SE - O título do CD é uma crítica a respeito da influência das músicas internacionais no Brasil?
BRUNO BATISTA - "Na verdade, o nome do álbum é uma espécie de homenagem à minha formação musical que foi, predominantemente, brasileira. Cresci ouvindo Chico Buarque, Elomar, Luis Gonzaga e tantos outros que ajudaram a fundar a nossa música e quis, ainda que inconscientemente, pagar um tributo. Mas sem levantar bandeiras ou fazer proselitismo, é algo bem pessoal."

Do que falam as canções do seu trabalho?
"Sigo, como o título sugere, a linha brasileira de fazer música, ou seja, cabe tudo. No disco há baião, samba, baladas, rock, mas tudo em consonância com o nosso tempo e em busca de uma estética própria. As canções não seguem um caminho específico, indo desde os insuperáveis temas de amor até o cineasta Quentin Tarantino."

O que você destaca como avanço na sua carreira musical a partir do momento em que você foi morar em São Paulo?
"A enorme profusão e iconoclastia desta geração paulistana, acredito, acrescentou muito à minha música. Encontrei também bastante receptividade e, acho, que o meu caminho hoje passa por essa inquietação e loucura de São Paulo. A música se contamina disso, o que é bom."

O que significa São Luís pra você? Você tem acompanhado a cena musical do Estado?
"São Luís é minha cidade, onde estão meus amigos, minha família e pra onde eu sempre retorno. Infelizmente não tenho acompanhado tão de perto o cenário atual, mas do que conheço mais a fundo, as bandas Nova Bossa e Garibaldo e o resto do mundo são muito legais. Fora a presença do Djalma Lúcio, que voltou a morar na cidade e é um dos grandes compositores que conheço. Há também uma nova geração do reggae, enfim, sempre tem coisa boa surgindo no Maranhão."

O que te marcou mais no início da carreira?
"Ainda procuro o meu espaço o que, no atual cenário musical brasileiro, é bem complicado. Minha carreira, de certa forma, ainda está no início."

O que você costuma ouvir quando não está trabalhando? Que tipo de música você curte?
"Hoje em dia ouço muito pouco música, basicamente a nova produção brasileira. Gente como Leo Cavalcanti, Rhaissa Bittar, Cícero Lins, Rômulo Fróes. Mas sempre ouvi de tudo e, qualquer tipo de música, desde que verdadeira, me emociona."

Você compõe de que forma? Letra e depois música, ou vice-versa, ou tudo junto?
"Sempre parto da melodia. Passo um ou dois dias com o violão e, nesse momento, normalmente surge uma ideia para o texto. Então começo a escrever, o que costuma levar tempo e é bem mais penoso pra mim. Muitas vezes gasto meses até considerar que a canção está terminada."

Suas músicas compõem sua história?
"Não. A maioria das minhas canções é invenção, não sou um compositor confessional e, muitas vezes, acho que sou justamente o contrário."

Quem é o Bruno Batista hoje?
"Continuo flamenguista, boêmio, cinéfilo, ainda moro sozinho e sinto preguiça de fazer a barba. Acho que não mudei muito desde que saí de São Luís (risos)."

E o que dizer das participações do seu CD, como surgiram as parcerias?
"Foi através de Guilherme Kastrup e Chico Salem, os produtores do disco, que cheguei até Tulipa Ruiz, Rubi e até mesmo ao Zeca Baleiro. Todos foram de uma generosidade enorme, e essas participações foram, possivelmente, os momentos altos da gravação. E a parceria permanece. Antes do show em São Luís, por exemplo, faço um show no qual o Rubi e Juliana Kehl (que também participou) são convidados."

Como vai ser o show aqui, quais serão as participações?
"Pretendo levar pra São Luís o mesmo show que tenho feito por aqui (São Paulo/Rio de Janeiro). Por isso estou levando a banda completa formada por Guilherme Kastrup (direção musical e percussões), Rovilson Pascoal (guitarras), Zé Nigro (baixo), Marcelo Castilha (piano, teclados e acordeon) e Chico Valle (bateria). Também terá participações da dupla Criolina (Alê Muniz e Luciana Simões), Claudio Lima e Cecília Leite."

Quem são os seus parceiros musicais locais?
"Tenho parceiros de muitos anos em São Luís que são os convidados do show, Djalma Lúcio, Guilherme Raposo, Thassia Campos e Milla Camões."

Qual a última vez que você se apresentou em São Luís?
"Minha última apresentação em São Luís foi o show Hein, que fiz com o Cláudio Lima (que também participará do show). Já se passaram 4 anos e por isso a ansiedade em tocar na minha cidade."


SERVIÇO
O quê? Show com Bruno Batista
Quando? Hoje, às 22h30
Onde? Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro)
Quanto? R$ 25 (frisa e plateia); R$ 20 (balcão e camarote

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