domingo, 20 de novembro de 2011

Apicultores querem reativação de centro



Uma carta de intenções com o pedido de revitalização do projeto do Centro Tecnológico da Apicultura do Mel do Maranhão fechou as discussões do 8º Encontro Maranhense de Apicultura e Meliponicultura, realizado semana passada, em Santa Luzia do Paruá. O documento é resultado de
reunião com o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca, Cláudio Azevedo, com apicultores do Alto Turi-Gurupi, a pedido destes.
Além de reivindicar a revitalização do projeto, que inclui um centro de capacitação dos apicultores e uma unidade de extração, beneficiamento, armazenamento e envasamento da produção de mel da região - que congrega 10 municípios produtores -, a carta de intenções solicita a intervenção governamental junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para liberar ou amortizar a dívida da Associação dos Apicultores do Alto Turi (Turimel).
“Precisamos fazer algo juntos, com urgência, em prol da atividade apícola no Maranhão”, defendeu o presidente da Turimel, Vicente de Paiva. Ele informou que a Turimel parou por falta de recursos para manter a unidade de extração. “Por dificuldades financeiras, perdemos, inclusive, o Serviço de Inspeção Federal (SIF). A Turimel era a única entidade apícola da região a ter a certificação federal, importante para a apicultura”, destacou.
Problemas - Ao elencar os problemas enfrentados hoje pela Turimel, Vicente de Paiva citou, além da ausência da certificação, as questões envolvendo segurança higiênica, fortalecimento da cadeia da apicultura, padronização das caixas para formação das colmeias com a reativação da marcenaria da entidade, retorno das atividades da Câmara Setorial do Mel, importante instrumento de articulação de políticas para o setor; treinamento dos apicultores; transporte mais ágil e de qualidade para levar os enxames às floradas e fornecimento de água, que na região contém elevado índice de salitre.
Cláudio Azevedo ressaltou que a atividade possui mercado promissor e é uma das que mais gera renda na zona rural. “Assim que o documento for enviado à Sagrima, farei os encaminhos devidos para que possamos resolver as problemáticas que emperram a atividade na região”, comprometeu-se.
O secretário acredita que o Governo do Estado pode, via BNDES, incluir o projeto do Centro Tecnológico da Apicultura do Mel do Maranhão, no Programa Amazônia Sustentável, uma linha de crédito para a sustentabilidade da região amazônica que tem recursos da ordem de R$ 1 bilhão. “Faremos o possível para tornar o Maranhão, legalmente, um estado produtor e exportador de mel. O nosso produto tem qualidade e o Brasil precisa saber que parte do mel que consome vem de enxames maranhenses e não de Santa Catarina, Bahia, Piauí ou Ceará, estados de origem das empresas que compram a nossa produção”, reforçou.
Azevedo comprometeu-se, ainda, a verificar lotes de madeiras apreendidas pelo Ibama, que poderão ser cedidos para revitalizar a marcenaria da Turimel e, assim, tornar a padronização das caixas de abelhas uma realidade. Quanto à questão da água, a resolução pode ser a inclusão da região no Programa Água para Todos ou a colocação de filtros no poço existente, como sugere o presidente da Turimel.
Atividade apícola - O Centro Tecnológico da Apicultura do Mel do Maranhão foi idealizado pela Turimel em meados de 2005, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e Sebrae-MA, que deu o suporte e assessoramento técnico aos apicultores.
A ideia era absorver a produção de mel dos municípios produtores, que hoje englobam, além do Alto Turi, cidades da região do Gurupi: Santa Luzia do Paruá, Nova Olinda, Presidente Médici, Maranhãozinho, Governador Nunes Freire, Maracaçumé, Junco do Maranhão, Amapá do Maranhão, Boa Vista do Gurupi e Centro Novo do Maranhão.
A região, que concentra mais de 400 produtores - entre apicultores fixos e migratórios, tem perspectiva de safra de 1,3 tonelada para este ano, uma média de 28,3 litros/colméia. A extração de mel na região acontece em dois períodos: durante a safrinha, de fevereiro a março, e durante a safra, de julho até a primeira quinzena de novembro.

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A Unidade de Negócios do Sebrae em Santa Inês dá aos apicultores do Alto Turi-Gurupi orientação técnica constante de consultores. São atendidos cerca de 210 apicultores, com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva do mel. Hoje, existem 10 entidades apícolas na região.

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