domingo, 30 de outubro de 2011

Não ria: Maranhão tem mais gás natural do que a Bolívia. Afirma Eike Batista para a revista Carta Capital


Não há bala perdida

O bilionário, eleito o líder mais admirado do Brasil, critica os empresários e executivos nacionais. Foto: Marco Antônio Teixeira/Ag. O Globo

Inaugurado nos anos 1940, o Hotel Serrador, em sua forma arredondada, era a confirmação da elegância e do cosmopolitismo do Rio de Janeiro entre as décadas de 50 e 60. A visão panorâmica dos andares altos permite percorrer, em segundos, cenários de tantos sambas: o Corcovado, o Pão de Açúcar e os Arcos da Lapa, mais adiante. Mergulhado na decadência do centro e da própria cidade por cerca de 30 anos, o Serrador acaba de renascer pelas mãos de Eike Batista, empresário que se acostumou a ver seu nome associado ao adjetivo polêmico. Uma definição tão vazia quanto incompleta, como se verá ao longo desta entrevista. Há pouco mais de um mês, após uma reforma, a sede do Grupo EBX foi totalmente transferida para o antigo hotel. Foi para CartaCapital a primeira entrevista de Batista no novo escritório, motivada por sua escolha como o líder empresarial mais admirado do País,- em pesquisa coordenada pelo consultor Paulo Secches e publicada por esta revista. Pelas janelas da sala de reunião, no 22º andar, as luzes e as cores da cidade ocupam cada canto. Alguém faz uma brincadeira: “Em dias de reuniões chatas, é só olhar o horizonte, não?” O empresário sorri.
A transformação do Serrador em sede- da EBX revela muito sobre as concepções e as ambições de Batista. Famoso pela meta de se tornar o homem mais rico do mundo (objetivo que ele promete atingir em 2015), ainda lembrado pelo tumultuado casamento com a modelo Luma de Oliveira, o empresário toca, longe dos holofotes, o mais ambicioso projeto privado no Brasil: um superporto no litoral do Rio de Janeiro, associado à construção de uma cidade com capacidade para 250 mil habitantes, que usará canais marítimos como vias de transporte e, por isso, acabou apelidada de a “Veneza brasileira”. Segundo ele, o porto, que englobará um complexo industrial com siderúrgica e termoelétrica, entre outras unidades, terá papel fundamental na redução de parte das ineficiências da economia nacional. “Nosso carro popular custa 25 mil reais!”, exclama. “A China tornou-se o que é por ter complexos desse tipo por toda a costa.”


A concessão da OGX tem 22 mil quilômetros quadrados. Já monetizamos, entramos no leilão de energia. Monetizei gás que achei há um ano, quando todo mundo ria de mim. Lembra quando falei de meia Bolívia? É possível que tenha mais de uma Bolívia em gás natural lá. O mais importante é o seguinte: se consigo captar 26 bilhões de dólares, deve ser porque não tenho papéis de vento. Uma das razões de sucesso é a nossa transparência. Se disserem que estou fazendo algo errado, tento corrigir. Se o caro do meio ambiente me pede outro estudo, mando fazer.
Do empresário Eike Batista, em entrevista à revista Carta Capital, mostrando que é bilionário porque pesquisa, investe e lucra sem medo de gastar munição.
*Leia matéria completa na Edição 670 de CartaCapital, já nas bancas 

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