domingo, 3 de julho de 2011

Lava-Bois atrai multidão e encerra temporada junina




Lava-Bois atrai multidão e encerra temporada junina


Yane Botelho
Da equipe de O Estado

Ao som das matracas, zabumbas e pandeirões, os batalhões de bumba meu boi desfilaram em homenagem a São José de Ribamar durante o 58° Lava-Bois, realizado sábado (2) e ontem na cidade balneária que tem o nome do santo. A Avenida Gonçalves Dias – principal via da sede do município localizado na Região Metropolitana de São Luís – transformou-se no corredor da trupiada e recebeu dezenas de grupos de todos os sotaques. Ao longo dos dois dias de comemorações, a organização do evento estima que 150 mil pessoas tenham participado da festança, que encerra definitivamente a temporada de apresentações dos grupos folclóricos pelos terreiros do Maranhão.
A Avenida Gonçalves Dias foi interditada para o desfile das brincadeiras. O Boi de Ribamar comandou o Lava-Bois. Em seu reduto, o grupo agitou a multidão em uma apresentação que durou aproximadamente sete horas. O batalhão com suas índias, matraqueiros, pandeireiros e caboclos surgiu na avenida por volta das 14h. O espetáculo de cores e ritmos só teve fim à noite, no palco do Parque Municipal do Folclore Therezinha Jansen, localizado na orla marítima. O timbre encantador de João Chiador, que completa 18 anos no Boi de Ribamar, foi o tom mais esperado da festança.
A batida cadenciada e forte dos pandeirões e das matracas do Boi da Maioba também compareceu ao encontro. Apesar da rivalidade existente entre os grupos de bumba-boi, os brincantes se uniram em homenagem a São José de Ribamar. Foi o caso do matraqueiro Janderson Ferreira, 32 anos, que, mesmo carregando uma matraca com as inscrições “100% Maioba”, curtiu a passagem do Boi de Ribamar. “Matraqueiro é matraqueiro. Bumba-boi é bumba-boi”, disse.
Resistência - O Boi do Maracujá também participou do Lava-Bois. Vindo da Vila Maracujá, localizada no bairro Maracanã, zona rural de São Luís, seus integrantes mostraram resistência mesmo após a longa e cansativa temporada de apresentações juninas.
Para garantir tranquilidade aos brincantes e ao público, a Prefeitura de São José de Ribamar organizou esquemas de segurança pública, trânsito e saúde. Um efetivo de quase 500 homens da Polícia Militar, além de integrantes do Corpo de Bombeiros, participou do trabalho de segurança. Outros 150 seguranças privados foram destacados para trabalhar nos dois dias de evento. Postos de fiscalização no trânsito foram instalados nas principais vias que levam à sede do município. Barreiras policiais de revista foram montadas nos pontos de acesso à festa.
Na área de saúde, a Prefeitura manteve o funcionamento por 24 horas do Centro de Saúde Onório Gomes, localizado no santuário religioso, e o Hospital Municipal, também localizado na sede da cidade, que ficou preparado para oferecer atendimento médico para casos mais graves.

Saiba mais


Há poucos relatos sobre a origem do Lava-Bois. Os moradores mais antigos de São José de Ribamar contam que a festa surgiu na década de 1950, de um ritual promovido por boieiros que foram até o município pagar uma promessa a São José de Ribamar, um dos santos mais reverenciados no Maranhão. Os batalhões de Axixá, Rosário, Peri-Mirim, Santa Rita e São José de Ribamar – todos de sotaque de orquestra – comandaram a primeira festa. Eles vieram a convite de organizadores de brincadeiras locais e com o objetivo de pagar promessas. As apresentações se concentraram em frente à Igreja Matriz.
Nos anos seguintes, outros grupos integraram-se à festa. O evento ganhou maiores proporções com a participação dos Bois de São José dos Índios e Sítio do Apicum. O Lava-Bois, que finaliza oficialmente a temporada junina no estado, foi assim designado em alusão ao Lava-Pratos, festa que marca o encerramento do Carnaval no Maranhão.

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