“Nossa meta é continuar crescendo acima do PIB brasileiro”. A frase do secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Maurício Macedo, dá o tom do ritmo de trabalho desenvolvido pela pasta.
Em visita na manhã de ontem à sede de O Imparcial, Macedo falou sobre os vários investimentos que vêm moldando uma nova era de mudanças significativas - e espera-se, definitivas – para o estado, em diversos campos, como produção de energia, construção civil, portuário e ainda de qualificação. “Serão cerca de R$ 100 bi em investimentos no estado, para os próximos cinco anos”, disse o secretário.
Na visita ele apresentou um portfólio, contendo ainda informações dos futuros projetos. Entre os projetos estão investimentos em logística, geração e distribuição de energia, celulose e cimento. Confira a entrevista.
O IMPARCIAL - A governadora Roseana Sarney anunciará no próximo dia 10 um novo programa de qualificação profissional. O que o senhor pode adiantar do programa Maranhão Profissional?
MAURÍCIO MACÊDO - Esse trabalho é fruto de um plano estratégico feito por muitas mãos e os números consolidados são por volta de 200 mil vagas. E no dia 10 vamos ter novidades. Não só de emprego, mas de empregabilidade, porque para ter acesso, a pessoa precisa estar qualificada. O governo criará uma estrutura independente para gerir este programa.
Estamos vivendo um ambiente de estruturação do porto, a duplicação da BR - 135, e com os vários projetos que estão chegando, como a refinaria. A Secretaria de Desenvolvimento, Indústria e Comércio está se posicionando em relação a isso tudo de que forma?
Estamos falando de grandes investimentos privados na área industrial, agroindústria principalmente, além do sistema de energia e dentro desse setor industrial, tem a celulose, a agroindústria, a siderurgia, a metalurgia, energia renovável a partir de biomassa, temos agora a descoberta do gás, tem iniciativas futuras dentro da energia renovável, a energia eólica, além, claro, da refinaria Premium que é o carro chefe. Desses R$ 100 bilhões de investimentos privados previstos para o Maranhão nos próximos cinco anos, R$ 35 bi são da refinaria. Então, esses investimentos estão se consolidando, teremos portos novos, como o Terminal Portuário do Mearim, que vai atender a Petrobras, entre outras, o Terminal da Suzano, que também será privativo, além da ampliação do Porto do Itaqui. Tem também o investimento da Vale, com o Píer 4, a transformação do Porto da Ponta da Madeira em um porto gigante, para 230 milhões de toneladas em cargas, mais que o dobro do que eles embarcam hoje.
Esses projetos já têm data para entrar em funcionamento?
Nós vamos começar neste ano a primeira térmica, em Santo Antônio dos Lopes, que está em fase de licenciamento, e que significa que deve começar este ano, pelo menos dois módulos da térmica, que terá capacidade de 1.800 mega watts.
Todos esses projetos têm previsão de quatro anos, alguns menos. Depende muito da magnitude do projeto.A previsão é para todos entre 2013 e 2014, alguma coisa para 2015. O grupo EBX, com suas subsidiárias, a MPX e a OGX estão ainda em fase de avaliação de reservas. Então tem muita coisa que vai acontecer e esses números finais terão que ser consolidados mais para frente.
A Gasmar já está negociando as próximas etapas, que é a distribuição do gás. É fazer com que esse gás não se transforme apenas em energia. Estamos fazendo alguns estudos, consultorias especializadas, sobre qual o impacto da cadeia do gás na economia do Maranhão nos próximos anos.
Já assinamos um protocolo de intenções com a OGX e a MPX para disponibilização do gás, que pode chegar a até 6 milhões de metros cúbicos em 2020, e para que esse gás seja disponível para atração de novos investimentos.
Pode ser uma nova fronteira para o nosso estado, em uma região que é bastante desprovida de investimentos, como é a região central do Maranhão, em Santo Antônio dos Lopes e entorno que abrange cerca de 40 municípios, uma área de 25 mil quilômetros quadrados na Bacia do Parnaíba. Já tem três poços exploratórios, com bastante potencial. A Gasmar tem 51% de participação e é sócia da Petrobras e da Termogás.
E ela também já vai explorar dois poços pequenos em Barreirinhas, que já existiam. Isso envolve o segmento industrial, com grandes consumidores, como a Alumar e a indústria de ferro-gusa, tem outros empreendimentos que consomem o gás, como combustível, parte desse gás será para uso veicular, e uso doméstico também.
E como a Petrobrás e Votorantim, que também já anunciaram projetos entram neste contexto?
O grande projeto nosso que é a Refinaria Premium deve retomar após o período de chuvas, em junho, julho. Temos a Suzano em Imperatriz já licitada, em terraplanagem, início de supressão vegetal, licenciamentos resolvidos.
O cimento da Votorantim deve começar a produzir esse ano, os projetos de expansão do porto em andamento e tivemos a liberação do Tegram, que vai nos dar oportunidade de fazer a licitação esse ano, projeto de R$ 280 mi, com capital privado, projeto de parceria público-privado.
Tem investimentos menos, em fase de implantação em Balsas, estamos fazendo uma série de distritos industriais no estado para facilitar a atração. Em Imperatriz já teve uma corrida dos empreendedores. Mais de 30 empreendimentos em fase de implantação e negociação.
Quais as principais metas da Secretaria para esse contexto todo?
A meta principal é consolidar os investimentos que já estão em andamento, buscar novos investimentos, e continuar crescendo acima do PIB brasileiro. Como no ano passado, o nosso crescimento foi acima de 9%. Nessa marcha, nós devemos dobrar o PIB em 2011 podendo chegar a R$ 52 bi.
É uma missão sem fim. Estamos também discutindo com a Suzano um projeto novo de energia renovável, que é um segmento que o Maranhão pode ter grande projeção, a partir da biomassa, eólica, além da hidrelétrica e do gás. Podemos ser um grande produtor de energia limpa e renovável.
Devemos passar de 600 mega watts para 3.500 mega watts, com esses projetos de Estreito, OGX, MPX. Esse da Suzano, de bio-massa, é para a produção de pelets de madeira para exportação, para a substituição do carvão, principalmente no mercado europeu, para a redução de emissão de gás.
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