Marcio Henrique Sales
Enviado especial
Para chegar até a pororoca do Rio Mearim não é muito fácil, pois é preciso acordar bem cedo, por volta das 4h, dependendo do clima, debaixo de muita chuva, encarar 20 minutos de trilha pela mata para chegar ao Curral da Igreja (ponto de concentração das embarcações)e navegar por 30 minutos para encontrar o fenômeno de maré. Porém, para esse grupo de esportistas nada disso é problema, pois os adeptos dos esportes radicais acreditam que quanto mais os obstáculos, maiores serão as recompensas.
O cinza das águas do Mearim e o céu nublado contrastavam com o colorido das roupas e das pranchas dos surfistas. Os visitante divertiram-se muito na pororoca de Arari, cada um no seu estilo, pois alguns deles surfavam de joelho e com remos, o chamado kneeboard. No final da sessão, um susto. Um dos surfistas deu de cara com um filhote de jacaré, mas ficou apenas no susto e logo virou tema de brincadeira entre os participantes.
O surfista francês Alain Touzard, especialista no estilo stand up, disse que ficou tão encantado com a pororoca do rio Mearim que quer voltar mais vezes. “É mágico. Quero comprar uma casa aqui. Já surfei a Mascaret [pororoca francesa que acontece no rio Dordogne, na cidade de Bordeaux, região sul da França], mas nada se compara à daqui”, disse. Para o surfista francês Patrick André, que mora três anos no Ceará, disse ter ficado encantado com a pororoca do rio Mearim. “É maravilhoso, quero com certeza voltar outras vezes para surfar a pororoca de Arari e vou indicar para outros amigos”, afirmou.
Comparação entre fenômenos - Com 25 anos de surfe, o francês Thierry Negro, especialista em kneeboard (surf de joelho), comparou a pororoca do Mearim à Mascaret francesa. “A onda da pororoca é maravilhosa, pois parece com a do mar, só que mais longa. Ela é diferente da Mascaret, pois te joga para a frente e exige além do trabalho de distância, o de manobra. A onda daqui é muito parecida com a da Indonésia. Gostei muito e quero voltar outras vezes”, avaliou.
O surfista francês especialista em longboard (prancha longa) Artiz Losada Goya gostou tanto da pororoca que surfou até a noite. “É muito bom surfar este tipo de onda, pois além de longa ela permite manobras radicais, e durante à noite aumenta a emoção”, contou.
O surfista americano Alex Truziako, que pela primeira vez vem ao Brasil, destacou importância da divulgação da pororoca mundialmente. “É a primeira vez que estou surfando no Brasil e na pororoca, e estou encantado, pois nunca vi nada igual. Seria bom mostrar para outras pessoas que existe este tipo de onda, pois com certeza vou voltar e trazer amigos da próxima vez”, adiantou.
O ator da novela da Globo Insensato Coração, Omar Docena, que interpreta o Cadu, um veterano da pororoca de Arari, acredita no potencial turístico da região para o turismo de aventura. “É a quarta vez que estou aqui e como sempre é maravilhoso. Acho que é a ordem natural das coisas, que o encontro vire um festival, pois o potencial da onda daqui é muito grande”, destacou.
2 comentários:
Parabéns Zeca! Sucesso!
gostei da descriçãao do fenômeno da pororoca no Rio Mearim, no município de Arari, mas, há um erro: onde está mesmo a trilha atravessando matas?
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