Da equipe de O Estado
O Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES), lançou na manhã de ontem, no Palácio Henrique de La Rocque, no Calhau, uma grande campanha de combate à dengue em São Luís. O objetivo da ação é evitar uma epidemia da doença na capital maranhense. Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), de janeiro até o início deste mês, ocorreu aumento de aproximadamente 1.000% no número de casos de dengue em São Luís, em comparação com igual período de 2010.
A governadora do Estado, Roseana Sarney (PMDB), afirmou que essa ação é um esforço concentrado do Executivo estadual para evitar a proliferação da doença. "Estamos fazendo um esforço muito grande para que possamos impedir que a dengue se propague, não somente em São Luís, mas no Maranhão todo", declarou a governadora. "É um esforço para que a população possa estar tranqüila, pois o Governo está junto dela, orientando e melhorando a vida da população", complementou.
O secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, disse que a força-tarefa é uma determinação da governadora Roseana Sarney, diante do aumento substancial do número de casos na capital. "Com a ação, não teremos epidemia", projetou Murad. A força-tarefa de combate à dengue integrará agentes de endemias, Prefeitura de São Luís, Governo do Estado e outros órgãos como o Corpo de Bombeiros e Exército. As atividades ocorrerão nos próximos 90 dias. Quinhentos e cinqüenta e oito agentes de controle de endemias trabalharão na ação emergencial.
Desde ontem, cada agente de controle de endemia passou a ter a responsabilidade de visitar 35 residências por dia. A idéia é de que, todo dia, sejam visitadas aproximadamente 20 mil casas em São Luís, para combater os focos do mosquito Aedes aegypti.
Cada agente recebeu uma mochila de lona, fornecida pela SES, com material para o trabalho de campo (folhetos informativos e veneno contra o mosquito da dengue). "Vamos ter um ganho efetivo em termos de visitações", ressaltou o secretário Ricardo Murad.
Durante o mutirão, serão realizadas ações rotineiras de visitas domiciliares com inspeções prediais, eliminação e tratamento de criadouros, limpeza pública de terrenos baldios e recolhimento de materiais de grande porte não utilizáveis.
Emergência - Os agentes também receberão uma ajuda de custo mensal de R$ 150,00 durante o período do mutirão. Em greve desde o início do ano, eles suspenderam o movimento ontem, especificamente para a ação emergencial. "Continuaremos negociando na Justiça os nossos direitos. Mas como existe uma emergência e houve acordo, voltaremos ao trabalho", afirmou Antônio Alves de Sousa, diretor de patrimônio do Sindicato dos Trabalhadores do Controle de Endemias do Estado do Maranhão (Sintracema). Durante a paralisação, os agentes reivindicavam melhorias salariais, nas condições de trabalho, fornecimento de equipamento de proteção individual, entre outros itens.
Para o trabalho emergencial, também estão sendo destinados 60 homens do Corpo de Bombeiros e 530 homens do 24º Batalhão de Caçadores. O Corpo de Bombeiros e Exército entrarão no mutirão para dar apoio logístico aos agentes de controle de endemias. "Vamos dar o suporte para que os agentes de saúde possam entrar em locais de difícil acesso. Vamos também verbalizar e conscientizar a comunidade", explicou o diretor de ações logísticas do Corpo de Bombeiros, coronel Vanderlei Pereira.
Dos 530 homens do exército, 30 realizaram um treinamento específico para o combate à dengue e os demais trabalharão também no apoio aos agentes de saúde, com limpeza de locais com grande concentração de focos de dengue, entre outras ações emergenciais. "É importante a participação do cidadão nesse momento", frisou o comandante do 24° Batalhão de Caçadores, coronel Flávio Peregrino.
A estrutura de combate à dengue terá ainda 20 carros fumacê para a borrifação nos bairros e 10 carros de som que farão a divulgação de mensagens de alerta contra a doença. "A parceria [com o Exército e Corpo de Bombeiros] é importante porque vai nos ajudar. Eles vão somar com os nossos agentes, para combater, com mais eficácia, a dengue no nosso estado", ratificou a governadora Roseana Sarney.
Recomendações de saúde pública
A única melhor maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito nascer. É necessário acabar com os criadouros (lugares de nascimento e desenvolvimento dele). Não deixe a água, mesmo limpa, ficar parada em qualquer tipo de recipiente como: garrafas; pneus; pratos de vasos de plantas e xaxim; bacias; copinhos descartáveis
Tampar: Caixas d'água; poços; cisternas; outros depósitos de água.
Outras recomendações:
lave bem os pratos de plantas e xaxins, passando um pano ou uma bucha para eliminar completamente os ovos dos mosquitos.
Uma boa solução é trocar a água por areia molhada nos pratinhos.
Limpe as calhas e as lajes das casas.
Lave bebedouros de aves e animais com uma escova ou bucha; e troque a água pelo menos uma vez por semana.
Guarde as garrafas vazias de cabeça para baixo. Jogue no lixo copos descartáveis, tampinhas de garrafas, latas e tudo o que acumula água. Mas atenção: o lixo deve .ficar o tempo todo fechado.
Furar as folhas das bromélias para não acumular água
Manter os ralos fechados
Mais
Além de ações pontuais como combate aos focos de dengue em residências, durante o mutirão serão desenvolvidas ações direcionadas em bairros onde há maior incidência de focos de dengue: entre esses bairros estão Cidade Operária, Vinhais, Cidade Olímpica, Centro, Anjo da Guarda, Cohatrac, Cohab, Coheb Sacavém, Quebra Pote e Maracanã.
Números
387 casos de dengue foram registrados em São Luís nos dois primeiros meses e início de março deste ano, contra 38 do mesmo período do ano passado.
2.797 casos da doença foram registrados no Maranhão nos dois primeiros meses deste ano, contra 595 casos no início de 2010 - uma variação de 370%
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