sábado, 7 de agosto de 2010

Redução de pacientes do MA para Teresina chega a 50%

Dib Tajra alerta sobre possibilidade de desemprego no setor de saúde do Piauí

Pesados investimentos feitos pelo governo do Maranhão na área de saúde em todo o estado estão afetando a economia do Piauí. Os maranhenses das proximidades de Teresina já não precisam mais se deslocar de suas cidades. Segundo Dom Severino no Portal AZ já tem piauienses buscando atendimento no Maranhão e sendo muito bem atendidos.

Blog do Dom Severino no Portal AZ
06/08/2010 - 17:01 


É precária a situação da saúde pública no PI

É muito grave a situação da saúde pública no estado do Piauí. Imagine você que até vacina anti-rábica está faltando no Hospital Natan Portella, antigo Hospital de Doenças Infecto Contagiosas (HDIC), com os pacientes de Teresina tendo que apelar para o Hospital Municipal de Timon (HMT), onde os piauienses que buscam atendimento no estado do Maranhão, são muito bem atendidos. Fica o registro. Ponto para a saúde timonense.

A falta dessa vacina no antigo HDIC confirma as denúncias que vinham sendo feitas pelo presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Estado do Piauí (Adoretrans/PI ), professor Ozires Lima, contra o governo piauiense pelo pouco caso para com o sistema de saúde estadual.

A saúde pública no estado do Piauí é muito critica, com os hospitais superlotados e faltando medicamentos. No interior do estado a situação é de quase calamidade pública, porque lá além da falta de medicamentos, a medicina é da pior qualidade. Como os pacientes sendo assistidos, quando são, por médicos que só sabem prescrever (passar) caché (pílulas), como diz o caboclo.
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Matéria no Jornal O DIA de Teresina

O presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas Particulares de Teresina, Antônio Dib Tajra, disse ontem que o número de pacientes do Maranhão que procuram atendimento médico na capital já caiu 50% desde dezembro de 2009. Segundo ele, os pacientes do estado vizinho respondem por mais de 30% do faturamento das clínicas e hospitais do polo de saúde de Teresina e, se mantido o ritmo de ausência deles na capital, poderá haver desemprego na rede privada de saúde.
“O polo de saúde é responsável por 7% do PIB da capital, gera emprego e renda. O movimento no setor gera ISS (Imposto Sobre Serviços) para os cofres públicos, mas com a receita em queda, naturalmente haverá menos repasse. O município perderá se a situação permanecer como está”, diz Dib Tajra.

O presidente da Associação Piauiense de Medicina, Felipe Pádua Eulálio, concorda com a queda do fluxo de pacientes maranhenses para Teresina e diz que a tendência é eles deixarem de vir cada vez mais. “O Maranhão tem feito mais investimentos em hospitais tanto da rede pública e privada. Isso faz com que os pacientes fiquem lá”, comenta Felipe.

O veto a pacientes do Maranhão se deu por meio de determinação da Fundação Municipal de Saúde (FMS), que implantou no final de 2009 a Central de Marcação de Consultas e Exames para organizar o atendimento do SUS em Teresina. Com a inclusão dos hospitais estaduais na Central, pacientes do Maranhão ficaram impedidos de realizar consultas e exames na capital piauiense.

A medida foi tomada porque a FMS alegou que gastava R$ 17 milhões por mês com pacientes do Maranhão, sem compensação financeira. Os recursos federais do SUS são repassados aos estados de acordo com a população, e Teresina estaria sendo prejudicada, segundo a FMS.
Na época, o então presidente da Fundação, Firmino Filho, alegou que procurou acordo, mas cidades maranhenses como Timon e o próprio governo do Estado não quiseram assinar o pacto, o que gerou o impedimento em atender os maranhenses.

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União criticou a medida da FMS, embora reconhecesse que não tem ocorrido uma compensação de recursos entre o SUS do Maranhão e do Piauí, prejudicando a FMS.

De acordo com o TCU, em 2008 foram internados 11.192 pacientes maranhenses. A FMS teve uma despesa de R$ 10,3 milhões com eles e recebeu apenas R$ 4,8 milhões, deixando um prejuízo para o município de R$ 5,5 milhões.

“Falta incentivo para o polo de saúde”

O presidente da Associação Piauiense de Medicina (Aspimed), Felipe Pádua Eulálio, reclama que o setor privado da saúde em Teresina não tem incentivo dos gestores públicos da capital e do Piauí para investirem mais no setor e melhorar a qualidade dos serviços prestados. “Chegamos a propor uma redução no ICMS pago para podermos investir em equipamentos, mas nunca fomos atendidos”, diz Felipe.

Segundo ele, os municípios maranhenses de Caxias e Imperatriz, por exemplo, fizeram investimentos nos últimos anos e são considerados polos de saúde em suas regiões, atraindo a população mais próxima. “Precisamos atingir a excelência na qualidade de saúde se quisermos continuar sendo um polo de saúde. Mas não é fácil, pois temos dificuldade de conseguir empréstimos bancários, por exemplo. É necessário intervenção dos gestores públicos”, ressalta Felipe Eulálio.

O médico discorda da médica da FMS de proibir atendimento de maranhenses, mas concorda que algo teria que ser feito. No entanto, ele explica que a solução definitiva para o problema seria a criação do cartão SUS, que permitia que o paciente ser atendido em qualquer lugar do país e o recurso federal iria ser direcionado exatamente para o local onde ele foi atendido. “Começaram essa discussão, mas nunca mais se falou. O cartão nunca foi criado e a consequência são esses problemas”, conclui Felipe.



MAIS


Polo de Saúde de Teresina está ameaçado pelo Maranhão

Uma das principais referências de Teresina no setor econômico, o Polo de Saúde da capital está ameaçado pelo avanço da medicina nas cidades do Maranhão, estado de onde saem 40% dos pacientes que buscam atendimento na capital piauiense.



 Uma das principais referências de Teresina no setor econômico, o Polo de Saúde da capital está ameaçado pelo avanço da medicina nas cidades do Maranhão, estado de onde saem 40% dos pacientes que buscam atendimento na capital piauiense e contribuíram, ao longo dos últimos 20 anos, pelo já conhecido turismo de saúde de Teresina.

Cidades como Imperatriz, Caxias e Timon estão investindo, nos últimos anos, na melhoria de unidades de saúde de média e alta complexidade, setor que atrai bastante pacientes para a capital do Piauí e tem sido o responsável pelo crescimento de clínicas e hospitais de Teresina. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Timon, as reformas em hospitais do município até o final do ano vão consolidar o atendimento de referência em mais de 40 cidades do Maranhão, alcançando uma população de 400 mil pessoas.

O presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas Particulares de Teresina, Antônio Dib Tajra, explica que somente os pacientes de Teresina e do interior do Piauí não são suficientes para manter o Polo de Saúde em funcionamento. “A população da capital é de 800 mil pessoas, mas temos influência em mais de 5 milhões de habitantes e, sem esses pacientes, o sistema não se sustenta”, afirma o médico.

A vizinha cidade de Timon é a que mais tem investido no setor de alta complexidade. Há 15 dias, a Prefeitura inaugurou a reforma e ampliação da Policlínica, com realização de procedimentos de tomografia, ultrassom 3D, eletroencefalograma, ecocardiograma e eletrocardiograma e densitometria óssea, que até bem pouco só eram realizados em Teresina. Foram investidos quase R$ 2 milhões, sendo R$ 300 mil em estrutura física e R$ 1,5 milhão em equipamentos.

O secretário de Saúde de Timon, Raimundo Neiva Neto, explica que a reforma da Policlínica vai evitar o deslocamento do timonense para Teresina ou outra cidade. “Queremos tirar o sofrimento do paciente que antes tinha que se deslocar para Teresina, São Luís ou Caxias para realizar estes tipos de exames”, afirma. Com os novos exames, o atendimento do hospital, que hoje é de 8 mil pacientes por mês, deverá triplicar.

A cidade também está investindo, junto com o Governo do Estado do Maranhão, na ampliação do Hospital do Parque Alvorada e do Alarico Pacheco. Este último terá um centro de oncologia e UTI
Neo-Natal. Além de ampliação da rede pública, as clínicas particulares do Maranhão também estão investimento mais em equipamentos sofisticados.

Saúde de Teresina deve buscar a excelência, diz Sebrae

A saída encontrada pelos empresários do setor é elevar a qualidade no atendimento no setor de saúde de Teresina. “Hoje, a capital é uma referência nessa área, mas temos que alcançar o nível de excelência. Ou seja, oferecer o melhor serviço e atendimento da região”, comenta o médico e empresário Dib Tajra.

Para agilizar essa mudança, o Sebrae lançou ontem o projeto "Polo de Saúde de Teresina – Clínicas Médicas", que visa a melhorar a gestão empresarial das clínicas da capital, por meio da capacitação dos profissionais e resolução de problemas específicos do setor. Participaram do evento técnicos do Sebrae e representantes da Associação Piauiense de Medicina, do Sindicato dos Médicos do Piauí, do Conselho Regional de Medicina, do Sindicato dos Hospitais e Clínicas
Particulares do Piauí, da Câmara Municipal de Teresina, da Fundação Municipal de Saúde e da Secretaria de Saúde do Piauí.

“Primeiro vamos fazer um diagnóstico do setor, envolvendo inicialmente 50 clínicas. Em seguida, faremos intervenções no sentido de melhorar a gestão, aumentando a lucratividade desse setor e reduzindo os custos”, afirma o gerente de Comércio e Serviços do Sebrae-PI, Gilson Vasconcelos. A ideia da instituição é ensinar às clínicas o que faz com outras empresas: otimizar a gestão empresarial.

O projeto tem um custo de R$ 900 mil e vai durar três anos. Metade do investimento é bancado pelo Sebrae e o restante pelas clínicas participantes do projeto. “Resolvemos dividir com as clínicas os custos até para os empresários perceberem a importância do programa. Além do mais, resolvemos intervir na iniciativa privada porque o setor particular é que propulsiona o desenvolvimento da economia em qualquer lugar do mundo”, finaliza Gilson.

Fonte: Robert Pedrosa / Jornal O DIA

Repórter: Portal O Dia (redacao@portalodia.com)

Edição: Portal O Dia


FONTE: http://www.portalodia.com/noticias/piaui/polo-de-saude-de-teresina-esta-ameacado-pelo-maranhao-77478.html


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