Com diversas ações em andamento, o Arquivo Público do Estado (Apem) é espaço privilegiado de pesquisa no Maranhão. As várias ações colocadas em prática nos últimos meses estão atraindo estudiosos de vários estados. É o que garante a diretora do Apem, Conceição de Maria Silva Rios. Os trabalhos, segundo ela, são permanentes e acontecem tanto por meio de projetos, quanto nas atividades de rotina da instituição.
Entre as ações, Conceição Rios destaca o projeto de Revita-lização do Laboratório de Conservação e Restauração de Papéis, que tem por eixo restaurar códices e documentos avulsos referentes aos séculos XVIII e XIX. A iniciativa é financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e começou a ser executada no início deste mês, com duração prevista de dois anos.
Projetos de vários estados participaram do processo de seleção do BNDES. Um dos critérios utilizados pela instituição financiadora para aprovação foi a modernização do laboratório do Apem, o que está contribuindo para o aprimoramento das ações do acervo.
O espaço do projeto no Arquivo foi reformado no fim do ano passado. “Temos o maior orgulho de restaurar documentos tão valorosos para a memória nacional”, disse o chefe do laboratório e restaurador de documentos gráficos, Luiz Otávio Ribeiro da Silva. Ele está envolvido no projeto, juntamente com uma equipe formada bibliotecários, historiadores, restauradores, entre outros. “Foi um espaço todo adaptado para receber o projeto”, atesta Vanda Maria Coelho Lima, especialista em restauração de documentos e coordenadora dos trabalhos.
Escravidão - Atualmente, o Arquivo, que é órgão da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), está envolvido na elaboração do 2º volume do Repertório de Documentos sobre Escravos no Maranhão, com informações compreendidas entre os anos de 1830 e 1888. “É um trabalho de transcrição feito por historiadores”, disse a diretora do Apem, frisando que outra equipe de pesquisadores está atuando na produção do Índice Legislativo de Leis e Decretos Oficiais, que faz parte da Biblioteca de Apoio do Arquivo. “Há outros trabalhos em caráter permanente, como a reestruturação do sistema de informação, compreendendo a criação de novos módulos e de uma linguagem mais acessível”, acrescentou Conceição Rios.
Como exemplo recente, Conceição Rios destacou o Memórias Reveladas, desenvolvido entre novembro de 2008 e julho do ano passado. Com financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF), o projeto restaurou e sistematizou mecanismos de disponibilização dos arquivos referentes ao período da Ditadura Militar no Maranhão. “São documentos que saíram do domínio dos extintos Departamentos ou Delegacias de Ordem Política e Social (DOPS), criados para executar as ações referentes às ações coativas e foram parar nos arquivos públicos dos estados brasileiros”, explicou a diretora.
Ações constantes - A diretora destacou que o acervo está bem preservado e acessível ao público, de forma organizada e monitorada. “Os pesquisadores que conhecem nossas instalações sabem da qualidade do serviço que vem sendo oferecido”, afirmou Conceição Rios. “É essa a meta de todos nós que trabalhamos no Acervo: oferecer um serviço de qualidade para a população”, acentuou Conceição Rios.
Diretora do Apem de 1991 a 2003 e membro da Associação de Amigos do Arquivo Público, a historiadora Maria Raimundo Araújo é uma das pessoas que pesquisa com frequência no Arquivo. “Quando chegamos temos acesso rápido ao acervo, os técnicos trabalham com vontade e tudo é muito limpo”, afirmou.
Nos períodos de chuva, a direção e os técnicos do Arquivo estão sempre atentos, tomando todas as providências para proteger, eliminando problemas de infiltrações. “Não só a estrutura física, mas a de material de pesquisa está sempre passando por processos de manutenção. Há uma prática constante de restauração e conservação dos documentos”, disse.
Mais
Espaço para a Biblioteca Pública Há poucos dias, o Apem cedeu espaço para os arquivos micro-filmados da Biblioteca Pública Benedito Leite (BPBL), referentes a jornais editados desde os primeiros séculos da imprensa maranhense. Esse material está acondicionado em uma sala climatizada e disponível para consultas públicas. “Os visitantes podem, inclusive, fazer cópias do material. Para isso disponibilizamos uma impressora adequada para o trabalho”, contou a diretora da BPBL, Rosa Maria Ferreira Lima.
O Estado do Maranhao
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