Meltemi atraca no Itaqui para legalizar carga
Muniz Agência atende navio grego a cumprir exigências legais e garantir exportação para os EUA
Meltemi: o maior já atracado no Pier 106 do Itaqui
Por Carlos Andrade, da Redação
Uma operação especial e inédita exigiu da Muniz Agência toda sua experiência em atendimento marítimo nesta quinta-feira, 21. Por força da legislação mundial, e baseado em resoluções da IMO, o navio Meltemi, de bandeira grega, carregou 163.745 toneladas de full oil na Plataforma da Petrobras em São Sebastião, na Bacia de Santos, numa faina de tipo exportação, com destino ao Golfo dos Estados Unidos.
Como não havia estrutura no local do embarque para os tramites legais exigidos pela legislação brasileira para que o navio deixasse o Brasil, a Petrobras e a Shell montaram uma estratégia logística tendo como base de referência o porto do Itaqui. A decisão teve duas razões que a justificaram: o calado do porto maranhense e a proximidade e facilidade estratégica na hora de seguir viagem. A partir daí os desafios. O primeiro deles seria como atracar um navio de tais dimensões no Píer 106, uma operação até inédita. “Foi o maior navio que o 106 recebeu em toda sua história”, garante o Agente Rocha Muniz, orgulhoso em ver sua empresa envolvida nessa complicada e difícil missão.
Por essa razão, a primeira opção foi atender o navio ainda na zona de espera, sem a necessidade do atracamento. A Muniz Agência, que delegou a complicada missão ao Agente Jurandir, ainda chegou a levar técnicos da Receita a Bordo do Meltemi, enfrentando três horas de lancha e uma variação de maré incomum para esses profissionais cuja rotina, se resume a fiscalizar as embarcações atracadas em porto seguro. Todo staff da Muniz Agência participou da operação, cabendo a Jurandir e Carlos Eduardo, o Cadu, as missões externas de correr atrás de um emaranhado de documentações.
As dificuldades em operacionalizar todas as exigências legais, sem o navio no porto se mostraram impossíveis. Foi então autorizada à atracação e coube ao Prático Almir – auxiliado pelos rebocadores do Consórcio - a difícil missão de atracar o Meltemi de forma segura e profissional. “Foi uma missão complicada e muito competente do prático e de todas as pessoas envolvidas, dada às dimensões do cais e do navio”, afirmou o comandante Steiros Ilias do Meltemi. Que aproveitou e fez uma única observação, sob forma de sugestão as autoridades da Emap: “As defensas estão praticamente sem os anteparos de borracha e precisam urgentes ser reparadas, evitando que o casco das embarcações atritem ferro com ferro”.
Para dar legalidade a carga e garantir que o Meltemi seguisse seu destino, a Muniz Agência envolveu praticamente toda estrutura portuária, além de autoridades marítimas. Entre elas, Polícia Federal, Anvisa – estiveram a bordo os inspetores Raimundo Alves e Ary Estevão - Receita Federal, Capitania dos Portos, Inspectorate, Praticagem, Consórcio de Rebocadores e, como não poderia deixar de ser, o apoio da Petrobras, empresa que a Muniz Agência representa junto aos armadores. A operação, pela sua complexidade, contou também com o apoio da Triaina Agência Marítima – através do seu representante Luciano Barros - na condição de Agente Protetor da embarcação.
O Meltemi – nome que em grego significa a brisa de final de tarde – é um navio novo e ultra moderno. Foi construído na Coréia e tem apenas 3 anos e meio de uso. Além do comandante e dos 8 oficiais, todos gregos, a tripulação se completa com 15 filipinos distribuídos nas demais tarefas de bordo. Da atracação a desatracação, o navio passou aproximadamente 10 horas em São Luís, tendo partido – com toda a documentação em ordem - na noite da mesma quinta-feira, por volta das 21h.
Um encontro de família - Além do ineditismo da operação, uma história ainda mais inédita pode ser contada do Meltemi envolvendo pai e filho. Explica-se: O comandante Steiros Ilias ao comunicar sua família na Grécia que precisaria fazer uma parada estratégica em São Luís para dar legalidade à carga, soube que seu filho, que é marinheiro do navio Nymphe, também de bandeira grega, estava em São Luís, em operação de carregamento em um dos terminais da Vale. Ou seja: navegando em navios diferentes pelos mares do mundo, naquele momento, menos de 2 km separavam pai e filho.
Mais uma vez coube a Muniz Agência demonstrar que além das atividades inerentes ao ofício, tem em sua organização agentes bem relacionados com as autoridades de todos os terminais. Graças a esse bom trânsito, considerando os empecilhos legais que dificultam uma saída e entrada nos dois portos de um tripulante estrangeiro, foi possível, num espaço de tempo inferior a duas horas, proporcionar ao filho Steiros Nikolaos, dar o tão desejado abraço ao pai que não o via há quase um ano.
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