terça-feira, 6 de outubro de 2009
Estudo revela potencialidade hidroviária de três rios do MA
Ponte Metálica em Bacabal
De um total de 7.730 quilômetros de rede hidrográfica, o Maranhão dispõe de 1.721 quilômetros de trechos navegáveis em três principais bacias do estado: os rios Mearim, Pindaré e Grajaú. Nas divisas estaduais com o Pará e Piauí, há possibilidade de se executar projetos de navegação pesqueira e comercial. As bacias do Parnaíba (leste) e Tocantins (noroeste) apresentam potencialidades para exploração dessas atividades. Os dados são de um estudo encomendado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC) para a implantação de um Centro de Referência de Navegação (CRN).
A pesquisa foi realizada no ano passado, pelo antigo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), atual Instituto Federal de Educação Tecnológica do Maranhão (IFMA). O projeto do CRN, contudo, não avançou, embora tenha revelado as potencialidades do estado para o setor pesqueiro e navegação comercial, com vistas à exportação de produtos agropecuários.
Segundo a pesquisa, não existem portos organizados ao longo dos rios Mearim, Pindaré e Grajaú, e o transporte é rudimentar, composto por pequenas embarcações de no máximo cinco toneladas, que servem, principalmente, às populações ribeirinhas no transporte de suas produções, alguns insumos básicos e passageiros.
Na região noroeste do estado, a pesquisa revelou uma problemática quanto ao rio Tocantins, pois há trechos de corredeiras que impossibilitam a navegação. O transporte fluvial, neste caso, é possível num segmento de 190 quilômetros, entre São João do Araguaia (PA) e Imperatriz, cuja profundidade média é de 1,5 metro.
Navegação – Dados da Capitania dos Portos do Maranhão
(CPMA) mostram que, no rio Pindaré, há um trecho de 178 quilômetros navegáveis, com profundidade média de 2,5 metros, entre a foz do rio e o município de Pindaré-Mirim. Desse ponto até o município de Santa Inês, há mais 39 quilômetros de hidrovia trafegável, com média de 2 m de lâmina d’água.
No caso do rio Itapecuru, ainda segundo a CPMA, há um segmento de 35 quilômetros da foz até o município de Rosário, com profundidade média de 1,3 metros. Em condições de tráfego de embarcações, há também 836 quilômetros do rio Parnaíba, que divide o Maranhão e o Piauí.
No lado piauiense, da foz do Parnaíba até Teresina, são 350 quilômetros de rio com profundidade média de 2 metros. Da capital até Floriano, são mais 240 quilômetros navegáveis, com lâmina d’água média de 1,5 metro. De Floriano até Guadalupe, são 81 quilômetros com profundidade média de 1,3 metro. Deste ponto até a Barragem de Boa Esperança, há 155 quilômetros com média de 3 metros de profundidade.
A viabilidade da hidrovia do rio Parnaíba é importante ainda para o setor produtivo. Segundo o Plano Estratégico de Desenvolvimento Industrial (PDI), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), a operacionalização do tráfego no Parnaíba diminuiria os custos com transporte de grãos do sul do Piauí, sudeste do Maranhão e noroeste da Bahia. Essas regiões produzem juntas até três milhões de toneladas por ano.
Estudo da Fiema também revela potencialidade das hidrovias do Parnaíba e Araguaia-Tocantins. A primeira, segundo pesquisadores, em pleno funcionamento, atenderia demandas dos estados da Bahia e do
Piauí, o que resultaria em movimentações de cargas no Porto do Itaqui, em São Luís. Já a segunda, beneficiaria os estados Tocantins, Mato Grosso e Pará com o transporte da produção agrícola até o Porto de Vila do Conde, em Belém.
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