sábado, 1 de agosto de 2009

Porto do Itaqui - São Luís - MA





O grande corredor de exportação

O Maranhão mudará o eixo logístico das exportações brasileiras, mas ainda caminha em ritmo mais lento do que a chegada de investimentos no Estado.



Porto do Itaqui: a rota mais curta e econômica entre o Brasil e os mercados da Europa e dos Estados Unidos

No início desta semana, um navio carregado com minério de ferro da Vale partiu do Porto do Itaqui, no Maranhão, rumo a Roterdã, na Holanda. A viagem levará dez dias. Na mesma segunda-feira, outra embarcação abarrotada de contêineres zarpou do Porto de Santos também com destino à Europa. Até aí, nada além da rotina.

Mas há diferenças entre os dois: o primeiro navio chegará oito dias antes e terá economizado algo próximo a US$ 350 mil. Essa comparação ilustra bem o potencial logístico do Nordeste brasileiro e reforça a importância do Maranhão, um dos mais promissores corredores de exportação do País, para o desenvolvimento econômico brasileiro. Além da questão geográfica, há vários argumentos econômicos. E são argumentos de peso.

O Maranhão vive a maior onda de investimentos das historia. O principal porto do Estado, o do Itaqui, precisará dobrar de tamanho para atender ao crescimento da demanda que já existe - passará da atual capacidade de movimentação 13,3 milhões de toneladas/ano para, no mínimo, 20 milhões de toneladas/ano nos próximos quatro ou cinco anos.

Isso não é um desejo, mas uma necessidade. A chegada da Ferrovia Norte-Sul a São Luís no ano que vem levará boa parte da produção de grãos do Centro-Oeste para ser exportada via Maranhão. Serão cerca de 12 milhões de toneladas/ano. Hoje, é embarcado 1,8 milhão de toneladas de soja, milho e outros grãos.

Somado a isso há megaprojetos industriais no Estado, entre eles a construção da Refinaria Premium da Petrobras - que será a maior da América Latina e terá capacidade de refino de 600 mil barris de petróleo/dia, quase o dobro do limite da Refinaria de Paulínia -, a construção já em andamento das termoelétricas da MPX, do empresário Eike Batista, a ampliação da produção da Vale no Maranhão, Pará e Tocantins, a expansão da Alumar - gigante do setor de alumínio - e os investimentos da Suzano Papel e Celulose. "O tamanho dos projetos e a velocidade com que estão chegando são fora de escala", disse à DINHEIRO o presidente do Porto do Itaqui, Hermes Ferreira. "A modernização do porto e da estrutura logística do Estado é uma questão urgente", completou ele.

E o governo federal sabe dessa urgência. Há R$ 41,39 bilhões prontos para serem investidos no Maranhão, mas que dependem da ampliação do Itaqui. Não por acaso, ainda este mês o porto receberá R$ 260 milhões para recuperação de dois berços (área de atracagem) e ampliação de mais um.

Outros R$ 80 milhões virão do PAC para início da construção de uma retroárea - que servirá para movimentação de contêineres - e mais R$ 50 milhões serão investidos em uma esteira de minérios. Com a readequeação, o Porto do Itaqui terá condições de exportar minério de ferro, milho, soja, madeira e toda a nova produção industrial do Estado e do Centro-Oeste.

Além de desafogar os portos do Sudeste - que trabalham no limite da capacidade -, o porto se tornará um dos principais corredores de exportações do País e o ator principal da nova história econômica do Maranhão.

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/613/artigo143384-1.htm

Baptista quer fazer de Itaqui o principal porto brasileiro

Andréa Margon
reportagem

São apenas oito anos de existência e seguidas mostras de grande potencial no setor portuário nacional. Estamos nos referindo ao Porto do Itaqui, no Maranhão, nordeste brasileiro. Depois de trocar o som dos tambores do congo no Espírito Santo, Ângelo José Carvalho Baptista passou para o reggae (nascido na Jamaica), ao assumir a Empresa Maranhense Portuária (Emap), no dia 17 de outubro do ano passado.



* Itaqui quer ser a referência do Brasil no Atlântico Norte



Ângelo Baptista ao traçar um comparativo entre a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), onde foi presidente de 25 de setembro de 2007 a outubro de 2008, e a Emap, observa que os portos de Vitória e o do Itaqui são semelhantes, quando se trata de faturamento “os valores se aproximaram”. Em Vitória, o Porto fechou o ano com R$ 70 milhões. Já o Porto do Itaqui registrou R$ 77,8 milhões. Isso representa lucro líquido, para a Emap, de cerca de R$ 10 milhões comparado ao mesmo período anterior.

O presidente disse, ainda, que a diferença entre os portos consiste no volume de cargas – “no Itaqui a movimentação é bem maior por suas condições naturais, extremamente favoráveis”. Isso possibilita a recepção de navios de grande calado. Outra particularidade do porto é a sua vocação para o transporte de granéis líquidos. Isso o torna o principal entreposto de derivados de petróleo do norte e nordeste do Brasil.

Outra diferença entre as duas empresas portuárias está na saúde financeira. Baptista lembra que, ao assumir a Codesa, encontrou um passivo complexo e isso foi um grande desafio de sua administração. Já ao sair a Docas capixaba, a situação era outra: empresa saneada e voltada para o desenvolvimento.


Localização
Baía de São Marcos, São Luís (MA)

Profundidade/largura
27 metros de profundidade e 1,8 km de largura

Nº de Berços
06, com 19m de profundidade na maré baixa

Valor do frete dos navios
Entre US$ 50 mil a US$ 70 mil por dia



Porto do Itaqui é âncora dos grandes investimentos



Controlado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), o complexo portuário do Itaqui é a âncora dos grandes investimentos que são atraídos para o Maranhão. Foi assim com a Vale, Alumar e usinas de ferro-gusa. E agora, em relação à refinaria da Petrobras, à fábrica de celulose da Suzano e de tantos outros projetos que estão vindo para o estado.

É imprescindível, no entanto, para atender às demandas de crescimento dos atuais projetos instalados no estado e os outros que virão, que o Porto do Itaqui receba obras de ampliação e modernização. Estão garantidos R$ 165 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção e recuperação de berços, além de serviços de dragagem.

Desse total, a Secretaria Especial de Portos já repassou R$ 49 milhões à Emap recursos destinados à dragagem do canal de navegação e da bacia de atracação dos berços 100 e 103, além da construção do aterro hidráulico da retroárea de 30 mil metros quadrados dos berços 101 e 100, este último ainda em fase de projeto.

Para movimentar toda a produção - óleo diesel, a nafta petroquímica, querosene de aviação, Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), coque e bunker (óleo combustível para navios em geral), a Petrobras informa que necessitará de pelos menos sete novos berços no Porto do Itaqui. Estima-se que 1.329 navios petroleiros façam essa movimentação por ano.

Toda uma infra-estrutura terrestre também será instalada na retroárea do Porto do Itaqui, que abrange parque de tanques, estação de descarregamento ferroviário, entre outros. A refinaria, em Bacabeira, irá se interligar ao Itaqui por uma rede de dutos com 60 quilômetros de extensão de 90m de largura para o escoamento de granéis líquidos.

Emap e Petrobras estão alinhavando um plano de infra-estrutura portuária que venha a atender às necessidades da refinaria, conforme está previsto no protocolo de intenções firmado entre as duas empresas e o Governo do Estado.


Números

49 Milhões de reais: dragagem do canal de navegação


45 Milhões de reais: recuperação


65 Milhões de reais: construção do berço 100


80 Milhões de reais: construção do berço 108

A situação é diferente com relação à Emap. Ao assumir, o técnico portuário encontrou uma empresa financeiramente estável, apenas necessitando de uma reforma administrativa para incentivar o seu crescimento e desenvolvimento. A reforma administrativa refere-se ao corte de contratações de terceirizados, em cargos técnicos.



Baptista abrirá o primeiro concurso público na história da Emap, aja no segundo semestre deste ano. Outra reestruturação é quanto à redução do número de cargos de confiança e de chefia em, no mínimo, 30%. As decisões, definidas pela diretoria da empresa, passarão, agora, pelo crivo do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), ainda em fevereiro. A Emap já promoveu a redução de 20 pessoas do seu quadro funcional.

Itaqui tem planos ambiciosos e quer ser o principal porto do Brasil


A crise econômica, que se faz sentir no Brasil desde o ano passado, mexe com os portos e o Porto do Itaqui não é diferente. A Emap anuncia que a empresa já está se adequando a nova realidade de mercado e, com isso, será realizada uma revisão orçamentária, prevista para o mês de março. A idéia é reduzir custos para manter os resultados apresentados até o momento. Mesmo assim, Baptista prevê crescimento para os próximos dois anos, tornando-se um dos melhores portos do país.

Em 2008, o Porto do Itaqui movimentou 13,3 milhões de toneladas – 25% a mais no orçamento da empresa em relação ao ano anterior. Mas, com a crise econômica o cenário é outro, mesmo assim, Baptista fala em investimentos para o Porto e isso significa obras estruturais e dragagem.

O Porto do Itaqui vai ganhar um novo berço, o de número 108. Uma espécie de prolongamento do berço 106, onde são movimentados derivados de petróleo. A obra está estimada em R$ 80 milhões e contará com dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A recuperação das estruturas dos berços 101 e 102 e a dragagem de todos os berços custarão R$ 220 milhões.

O Estado do Maranhão se situa num dos pontos mais próximos dos mercados norte-americano e europeu, além de ser o porto brasileiro mais próximo do canal do Panamá


Porto do Itaqui não sente efeitos da crise

O ano passado foi altamente produtivo para o Porto do Itaqui, localizado na baía de São Marcos, a 11 km da cidade de São Luís, capital do Maranhão. De acordo com a EMAP – Empresa Maranhense de Administração Portuária, empresa estadual que administra o porto federal, várias ações comerciais foram desenvolvidas com intuito de aumentar e diversificar as cargas operadas no local, o que possibilitou um faturamento de aproximadamente R$ 77 milhões de reais – 27,85% maior do que o do ano anterior.

O Estado do Maranhão se situa num dos pontos mais próximos dos mercados norte-americano e europeu, além de ser o porto brasileiro mais próximo do canal do Panamá. Esta vantagem, conforme explicação da EMAP, é reforçada pela base logística e pela oferta de infraestrutura do Estado, especialmente a Ferrovia Carajás e o Porto de Itaqui, que recebe cargas de países como China, Rússia, Arábia Saudita, Irã, Holanda, Estados Unidos (Porto de Houston), Singapura, Venezuela e Argentina, entre outros. Ainda, o porto envia produtos para Holanda, Colômbia, Estados Unidos, China e outras localidades.

Segundo o presidente da EMAP, Angelo Baptista, em 2008, Itaqui movimentou mais de 13,3 milhões de toneladas de cargas com 675 navios atracados. "Dentre as novas cargas movimentadas no porto no ano passado, destacam-se a movimentação de contêineres e a exportação de álcool", analisa, lembrando que o porto oferece todos os serviços de embarque e desembarque de cargas e armazenagem. "Os principais produtos que são movimentados pelo Itaqui são contêineres e granéis sólidos e líquidos", acrescenta.

Baptista conta que nos três primeiros meses de 2009 o Porto do Itaqui obteve um resultado de faturamento bem expressivo, apesar da crise. Ele afirma que esse cenário positivo é decorrência da armazenagem de produtos para grandes empresas maranhenses, como Vale, Alumar e Termoelétricas, que estão importando cargas de projetos para suas plantas.

Em relação à movimentação de cargas, o presidente da EMAP revela que o porto vem tendo uma redução na movimentação de minérios, ferro gusa e insumos para fabricação de pelotas. Outra movimentação que diminuiu no primeiro trimestre foi a importação de fertilizantes, porque seu início foi atrasado para abril. "Somente agora estamos tendo uma grande movimentação de fertilizantes", assume. Em síntese, Baptista garante que o Porto de Itaqui não sentiu os efeitos da crise: "mesmo com uma diminuição na movimentação de cargas, o porto vem obtendo um excelente faturamento principalmente com a armazenagem", justifica.

Para que o porto siga navegando em bons mares durante o ano de 2009, as obras de recuperação dos berços 101 e 102, bem como a dragagem dos mesmos, além da construção do berço 100, com retro-área de 72.000 m2, que no momento estão paradas. Segundo Baptista, todos estes investimentos já programados e licitados estão previstos no PAC. "Além deles, há ainda a construção do berço 108 para operação de granéis líquidos, com valor de R$ 80 milhões; e o Projeto TEGRAM – Terminais de Grãos do Maranhão, que será licitado até este mês de junho, no qual a EMAP vai construir uma esteira rolante e adquirir um carregador de navios", comenta, ressaltando que fora estes grandes investimentos, o Itaqui vai investir também na pavimentação e melhoria de sua área operacional, bem como na ampliação de áreas para armazenagem de contêineres e carga geral.

O presidente da empresa que administra Itaqui conta, ainda, que o porto está se preparando para receber os grandes investimentos que estão programados para o Estado do Maranhão. Estes empreendimentos vão utilizar o Itaqui como embarque e/ou desembarque de seus produtos, o que, para Baptista, demonstra que o Porto de Itaqui é um indutor de desenvolvimento do Maranhão e toda região Centro-Norte. "Cabe destacar que com o término da construção da ferrovia Norte-Sul, previsto para 2010, o Itaqui vai poder atender todos os estados da região, que tem grande potencial agrícola e industrial", projeta. Para ele, também merece destaque a construção da refinaria da Petrobras no Maranhão, a qual irá utilizar o porto para a exportação de seus produtos. "Somente a Petrobras vai demandar a utilização de pelo menos sete berços. Para atender todas as demandas que estão acontecendo no Estado e na região, o porto vem estudando projetos de ampliar sua capacidade de operação", revela.

Em suma, Itaqui vem passando por uma modernização e está estudando formas de ampliar sua estrutura num futuro próximo, de acordo com o presidente da EMAP. Por isso, para 2009, mesmo diante da crise, a administração do porto está otimista, uma vez que as cargas de projetos – que devem ter a intensidade diminuída no segundo semestre – continuarão chegando durante todo o ano. Já o movimento de navios tende a crescer com as movimentações de soja (safra), fertilizantes e ferro gusa, que estão sendo retomadas desde o mês de abril.


Estrutura é o que não falta


O Porto do Itaqui possui seis berços de atracação que podem receber todos os tipos de navios e a profundidade da área vai de 10 a 19 m. Todos os berços de atracação são dotados de sistema de tubulação para operar granéis líquidos, além de contarem com equipamentos de embarque e desembarque de cargas, como dois guindastes de 64 toneladas, entre outros. "Cabe destacar que o Itaqui é o maior entreposto de distribuição de derivados de petróleo do Norte e Nordeste", aponta Baptista.

Ele informa que o canal de acesso possui 1,8 km de largura, atinge até 38 metros de profundidade, é sinalizado e seguro, contando com amplas áreas abrigadas de fundeadouro e bacia de evolução tranquila protegida de ventos e correntes. "Essas características possibilitam as operações de todos os tipos de navios. Estes atrativos possibilitam a redução do custo na movimentação das cargas, tornando o porto maranhense mais competitivo para o escoamento da produção da sua hinterlândia, condição que o consolida como o Porto da Integração Regional", comemora.
http://sistemacnt.cnt.org.br/webCanalNoticiasCNT/noticia.aspx?id=57e2c426-4f7d-428d-b620-4b25ebda74da
Portal LogWeb


Website: www.portodoitaqui.ma.gov.br

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