Em visita de Temer, chineses anunciam aportes de cerca de R$ 15 bi no Brasil
Em evento que reuniu cerca de 100 empresários brasileiros e 250 chineses em Xangai, alguns investimentos já foram anunciados
A atração de investimentos chineses para projetos
de infraestrutura no Brasil é um dos pontos centrais da visita que o
presidente Michel Temer iniciou nesta sexta-feira, 2, à China. Mas o
maior objetivo de Temer com a viagem - no domingo, ele participa da
reunião do G-20 -, é passar a mensagem de que o período de instabilidade
política no Brasil foi superado e que seu governo está tomando as
medidas necessárias para ajustar a economia e dar segurança aos que
coloquem capital em grandes projetos de infraestrutura.Em evento que reuniu cerca de 100 empresários brasileiros e 250 chineses em Xangai, alguns investimentos já foram anunciados. A CBSteel oficializou um acordo de US$ 3 bilhões (R$ 9,75 bilhões) para siderurgia no Maranhão. A China Communications Construction Company (CCCC) informou um aporte de US$ 460 milhões (R$ 1,5 bilhão) em um terminal multicargas em São Luís (MA). A Hunan Dakang disse que investirá US$ 1 bilhão (R$ 3,25 bilhões) em agricultura no Brasil. E a Embraer fechou a venda de pelo menos 4 aviões para dois grupos chineses.
Apesar da referência de Quintella à estabilidade política, Temer desembarcou em Xangai sob o impacto de mais uma crise em sua base de apoio no Congresso, sem a qual não conseguirá aprovar o ajuste fiscal nem o novo modelo de concessões, dois dos principais elementos de sedução de potenciais investidores estrangeiros. A manobra de parcela do PMDB para livrar Dilma Rousseff da perda dos direitos políticos irritou o PSDB e abalou o apoio do governo entre os parlamentares.
Principal articulador do acordo pró-Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros, acompanha Temer na viagem à China. Também estão na comitiva os ministros José Serra (Relações Exteriores), Henrique Meirelles (Fazenda) e Blairo Maggi (Agricultura), além de Quintella, dos Transportes.
EncontroDepois de participar de seminário com os empresários em Xangai, Temer foi para a Hangzhou, onde se reuniu com o líder chinês Xi Jinping às 16h50 de sexta-feira (5h50, horário de Brasília), em sua primeira reunião oficial com um chefe de Estado estrangeiro.
Em encontro com Temer, o presidente da China expressou confiança na capacidade do Brasil em manter estabilidade, após o impeachment de Dilma, em mensagem durante encontro com o presidente brasileiro em Hangzhou. "A China possui grande confiança nas perspectivas de desenvolvimento do Brasil, assim como confiança na cooperação entre China e Brasil", disse Xi. "Devemos seguir nos tratando como parceiros em desenvolvimento e fortalecer a cooperação, e tornar a cooperação China-Brasil um destaque em unidade e relações de cooperação entre países em desenvolvimento."
Em discurso, Temer afirmou que o "controle da inflação é pressuposto do crescimento sustentado e do real progresso econômico e social" e que o "fundamento central de meu governo é a responsabilidade. Responsabilidade fiscal, pois o gasto desmesurado penhora o futuro em troca de uma prosperidade efêmera e falsa”. Já Meirelles afirmou que o governo irá trabalhar "para fazer as reformas fundamentais para que o Brasil volte a ter taxas de crescimento ao redor de 4% ao ano em média como já teve no passado”. Temer reiterou no encontro com Xi a necessidade de se manter as "relações sólidas" construídas entre os dois países ao longo dos anos.
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