domingo, 20 de julho de 2014

R$ 1,3 bilhão em infraestrutura viária é investido pelo governo

O titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura, José Raimundo Frazão, faz um balanço das ações do governo com a pavimentação de vias urbanas.

Jock Dean
Da equipe de O Estado
 
Foto: Flora Dolores
Secretário José Raimundo, da Sinfra
 
Uma série de obras de infraestrutura viária, que vão desde a pavimentação de vias urbanas até a construção de grandes rodovias, está em andamento no Maranhão. As obras estão sendo executadas pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), e o investimento soma mais de R$ 1,3 bilhão. Em entrevista a O Estado, o titular da pasta, José Raimundo Frazão Ribeiro, fez um balanço de todo esse trabalho e anunciou para o fim de agosto a conclusão da segunda etapa da Via Expressa, uma das principais obras em execução na Região Metropolitana de São Luís, com investimentos de R$ 500 milhões, e que melhorará a mobilidade urbana na capital. No interior do estado, o objetivo é interligar todos os municípios por meio do asfalto. Hoje, muitas cidades maranhenses são consideradas isoladas por causa da precariedade da sua malha viária.

O Estado - A Via Expressa é uma das principais obras viárias em execução em São Luís. Em que estágio estão as obras da segunda etapa da avenida?
José Raimundo - A segunda etapa da Via Expressa, que corresponde ao trecho que vai do Cohafuma ao Ipase, está em fase de imprimação para depois ser feito o asfaltamento. Com isso, até o final de agosto estaremos concluindo os trabalhos. Além da via, quando concluirmos a obra, iremos entregar também um museu, que foi construído ao lado da Igreja de São João Batista de Vinhais, onde ficarão em exposição os achados arqueológicos durante a execução da obra. A igreja e a associação de moradores também foram recuperadas e um livro com a catalogação das peças também será entregue com a obra.

O Estado - A Via Expressa faz parte de um pacote de obras para melhorar a mobilidade urbana de São Luís, que inclui a Avenida Metropolitana. Quando começam as obras dessa segunda avenida?
José Raimundo - As obras da Metropolitana começam em agosto. Ela sairá do aeroporto, margeando o muro da Universidade Estadual do Maranhão [Uema], atravessando a MA-201 [Estrada de Ribamar] pela Maiobinha, chegando à MA-202 [Estrada da Maioba], passando pela Beira-Rio e se interligando à duplicação da MA-203 [Estrada do Araçagi]. Vamos iniciar as obras no trecho que segue do Alphaville à Beira-Rio e depois a etapa restante.

O Estado - Além da Via Expressa e da Metropolitana, a Sinfra está executando duplicação da Estrada do Araçagi. Que etapas dessa obra já foram concluídas?
José Raimundo - Conseguimos concluir toda a parte de drenagem do trecho em execução e em 15 dias começa a imprimação de um trecho grande, onde já foram concluídas as desapropriações. O trecho que vai ser asfaltado está liberado há três meses, mas as chuvas não permitiram a pavimentação. O restante da obra tem problemas pontuais de desapropriação que serão resolvidos até o fim de agosto. Temos ainda o elevado que interligará as MAs 204 e 203, que ficará concluído em dois meses. O restante não será asfaltado agora porque ainda falta a terraplanagem. Nosso prazo para conclusão da obra é novembro deste ano.

O Estado - Quais os benefícios que estas obras trarão para a população?
José Raimundo - Todas essas obras estão sendo executadas para melhorar a mobilidade urbana, criando um sistema viário que garanta um tráfego mais eficiente. A duplicação da Estrada do Araçagi, por exemplo, faz parte do Anel Metropolitano, que inclui a Metropolitana e a Via Expressa. Também já temos recursos do Ministério das Cidades para melhorar o restante da Avenida dos Holandeses, construindo viadutos em todas as rotatórias.

O Estado - A MA-201 (Estrada de Ribamar) é alvo constante de reclamações por quem trafega pela via. Ela também receberá melhorias?
José Raimundo - Sim. Estamos investindo em projetos de restauração da MA-201, no trecho da Forquilha ao Maiobão. As pistas de rolamento serão melhoradas. Também serão feitas calçadas e ciclovia e uma nova obra de drenagem, pois à época da construção da rodovia o sistema de drenagem foi pensado para uma obra rodoviária, mas com o tempo as margens da via foram ocupadas e essa drenagem perdeu sua eficácia e em alguns pontos sequer funciona. Toda essa obra está orçada em R$ 25 milhões dos quais R$ 17 milhões são apenas para a drenagem.

O Estado - Outra via que é alvo constante de reclamações é a MA-202 (Estrada da Maioba). Que projetos estão planejados para essa rodovia estadual?
José Raimundo - Em 2013, executamos várias obras de pavimentação de vias importantes. Outras estamos executando agora, como a Estrada do Miritiua, que sai da MA-202, no Miritiua, ligando-a à General Arthur Carvalho, no Turu, que hoje tem um volume de tráfego muito intenso. Por isso, estamos recuperando toda essa via. Outra é a Estrada da Mata, uma via importante por causa do volume de empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida. Estamos recuperando desde a Estrada de Ribamar até o Cemitério da Mata, próximo à Avenida Tancredo Neves.

O Estado - Quanto o Estado está investindo nesse programa de recuperação, construção e pavimentação de vias?
José Raimundo - O Programa Viva Maranhão inclui uma série de obras de pavimentação urbana não apenas em São Luís, mas em todo o estado. São recursos do empréstimo feito pelo estado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
[BNDES]. Somente as obras viárias somam mais de R$ 1,3 bilhão em todo o estado. Na Região Metropolitana, são R$ 500 milhões, não só de obras viárias.

O Estado - E que obras estão em execução no interior do estado?
José Raimundo - No interior, estamos executando um programa de interligação de todos os municípios a uma via pavimentada ou a outro município que tenha acesso pavimentado. Hoje, temos alguns trechos já inaugurados, como São João do Sóter, que era uma cidade isolada e foi interligada a Caxias. São Raimundo do Doca Bezerra e São Roberto já estão ligadas a Esperantinóplis. Outras obras estão em andamento, como a ligação de São Domingos a Governador Luiz Rocha, que até o fim do ano será concluída.

O Estado - Há uma previsão de quando todas essas obras estarão concluídas?
José Raimundo - As maiores obras serão concluídas em dois anos por serem rodovias extensas e cuja execução demanda mais tempo. Mas as mais curtas estarão concluídas até o final do ano, como Coelho Neto a Afonso Cunha, Matões a Caxias, Fortaleza dos Nogueiras a São Pedro dos Crentes e Barra do Corda a Fernando Falcão. Visitamos todas essas obras há pouco tempo e vimos que elas estão em ritmo acelerado, sobretudo agora, que passou o período chuvoso, que não nos permitiu avançar mais nas obras. No caso das que têm previsão de dois anos, estamos trabalhando para deixar pavimentado pelo menos do quilômetro zero ao primeiro povoado até dezembro deste ano.

O Estado - Além da mobilidade urbana e interligação de municípios, a Sinfra executa obras para melhorar o escoamento da produção. Quais as principais em andamento?
José Raimundo - Um deles é o Anel da Soja. Dois trechos já foram licitados e iniciados. Um de Balsas até um trecho de 50 quilômetros depois de um povoado chamado Ouro, que inclui as MAs 140 e 007. Desse trecho, vamos até Batavo, outro povoado na região. Com isso, teremos um eixo de rodovias de apoio à produção. Algo muito desejado pela classe produtora de Balsas e da região.

O Estado - Além do Anel da Soja, a Estrada do Arroz está com as obras adiantadas?
José Raimundo - A Estrada do Arroz, um trecho que vai de Imperatriz a Cidelândia, será outra via importante. A produção de arroz não é mais o forte daquela área, que agora tem os negócios voltados para a celulose, por causa da Suzano. Só nesse trecho há mais de 10 povoados grandes. Também estamos trabalhando na estrada que vai de Sangue a Santo Amaro e de Santo Amaro a Primeira Cruz. O primeiro trecho já está em andamento.

O Estado - Há outras obras em execução para melhorar o escoamento da produção?
José Raimundo - Além do Anel da Soja, estamos licitando obras secundárias para ligar o estado ao Tocantins, do povoado Ouro a um chamado Porto Cordeiro, e outra desse povoado a Riachão. São dois trechos importantes porque vão ajudar a fluir a produção, seja no sentido Tocantins ou do Tocantins ao Porto do Itaqui ou por meio de Riachão. Sempre se objetiva ligar cidades, mas temos também que pensar no escoamento da produção, que gera emprego, renda e recursos para o estado.

O Estado - Mas muitas estradas também estão sendo restauradas em várias regiões do estado. Como está o andamento destas obras?
José Raimundo - Estamos fazendo restaurações de estradas que não tiveram manutenção ou são muito antigas [tem mais de 10 anos]. Uma delas é a de João Lisboa a Amarante. São 100 quilômetros, que estarão concluídos até outubro. A obra já está com 80% prontos. Outro trecho é o de Buriticupu a Arame. Já estamos nos 16 quilômetros finais, que serão concluídos até o fim do ano. Lá, tivemos alguns problemas por causa das aldeias indígenas, mas já resolvemos.

O Estado - Outra ação do programa é a pavimentação de vias urbanas. Que municípios já foram beneficiados?
José Raimundo - As pavimentações das vias urbanas variam de trechos de três a 10 quilômetros. Nos municípios menores, são três quilômetros. Nos maiores, 10, como Imperatriz. Em alguns municípios, três quilômetros é praticamente pavimentar toda a cidade. Essas obras são feitas por execução direta da Sinfra. Já concluímos Timbiras e até o fim do mês de agosto ficam prontos as de Presidente Dutra, Tuntum, Governador Luiz Rocha, Eugênio Barros, Senador Alexandre Costa. A região de Colinas também está adiantada.

O Estado - Quantos quilômetros de vias estão sendo asfaltadas no estado?
José Raimundo - Hoje, entre restauração, pavimentação e construção de novas vias, temos 1.100 quilômetros de rodovias contratadas e mais 822 quilômetros de vias urbanas. Além disso, em 2013, conseguimos fazer serviços de manutenção em 2.300 quilômetros de rodovias. Por falta de conservação ou por serem muito antigas (mais de 10 anos), as estradas estão muito ruins e nós estamos recuperando e fazendo a conservação. Temos 4 mil quilômetros de estradas pavimentadas e outros 5 mil sem pavimentação. Desse total, estamos fazendo 1.100 quilômetros e outros dois mil estão com ordem de serviço.

O Estado - Mas não são apenas obras viárias que estão em execução. Em São Luís, por exemplo, há o Espigão Costeiro. Quando esta obra será entregue?
José Raimundo - A previsão de inauguração do Espigão é outubro. Fizemos toda a pavimentação da área. No final do espigão está em construção um mirante e o Memorial Bandeira Tribuzi está sendo reformado para receber uma praça de alimentação, uma área de exposição e a administração do local. Também fizemos o calçamento do entorno, que vai do Forte de Santo Antônio até o Hotel Praia Mar. As vias de trânsito também vão ser restabelecidas. Haverá ainda ciclovia e o forte que será reformado integrará essa área.

O Estado - Ainda na Região Metropolitana, a Sinfra está fazendo a manutenção dos logradouros públicos. Todas estas obras já foram concluídas?
José Raimundo - Todos os Vivas estão em reforma de piso, banheiro, iluminação. Os espaços do Anjo da Guarda, Vinhais, Renascença e Angelim estão entre os já concluídos. Raposa e Maiobão estão em andamento. O da Raposa tinha um problema grave e precisou ser reconstruído. Quando a maré estava cheia, invadia o piso, que foi todo destruído, então foi construída uma contenção. O Viva também tem uma área de apoio ao turista que foi reformada.

O Estado - No Maracanã, além do Viva, o entorno também foi reformado. Quando esta obra fica pronta?
José Raimundo - No Maracanã, recuperamos o Viva e vamos entregar agora. Nesse Viva tem um lugar de restaurante que não é usado e uma sala que pode ser um auditório ou um lugar para oficinas. O espaço é administrado pela Associação do Boi de Maracanã, mas ela precisa de apoio. Por isso, pedimos à Secretaria de Estado da Cultura que assuma o espaço. Na Maioba, arrumamos o Viva, igreja, associação e a praça onde ocorrem as atividades do grupo de bumba meu boi.

Obras já entregues


Em março de 2014, a Sinfra entregou à população a pavimentação da rodovia MA-127, no trecho que vai de Caxias até São João do Sóter, totalizando 55,30 quilômetros de extensão. O município de São João do Sóter é um dos que saíram do isolamento. Já em 2013, o Governo do Estado entregou a MA-012, ligando os municípios de Esperantinópolis a São Roberto e São Raimundo do Doca Bezerra, totalizando 41 quilômetros. Já na região do Baixo Parnaíba, o município de Santana do Maranhão recebeu pavimentação de 25 quilômetros da MA-327.
Na região de Barra do Corda, o município de Jenipapo dos Vieiras passou a ter acesso por via pavimentada. São 20 quilômetros de asfalto da MA-328 entre o município e a BR-226.

Números


8.240 quilômetros é o total aproximado de rodovias implantadas
4.710 quilômetros já foram pavimentados
3.530 quilômetros não pavimentados ou estão em pavimentação
18 obras rodoviárias estão em execução no Maranhão
3 milhões de pessoas serão beneficiadas direta e indiretamente
720 mil agricultores serão beneficiados com as obras de pavimentação, o que representa cerca de 30% da população rural do estado

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