sexta-feira, 18 de julho de 2014

Planos da China incluem construir estrada de ferro integrada ao Itaqui

País asiático quer firmar parcerias para construir ferrovias para transportar grãos e minerais para portos brasileiros.

 
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Os presidentes da China, Xi Jinping, e do Brasil
 
BRASÍLIA - Autoridades brasileiras afirmam que a China quer firmar parcerias para construir ferrovias para transportar grãos e minerais para portos brasileiros. Entre os projetos em estudo estão ferrovias para os portos de Ilhéus, na Bahia, e Itaqui, no Maranhão, que estão mais próximos do Canal do Panamá e reduziriam os custos de transporte.
A China também está interessada em estudar uma ferrovia através dos Andes até a costa do Pacífico no Peru, que poderia encurtar a rota de comércio significativamente, declarou uma autoridade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Reuniões com autoridades chinesas integraram a agenda do Ministério dos Transportes durante toda a semana, em Brasília (DF).
Os encontros ocorrem no ano em que se comemoram 40 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e a República da China contarão com a presença do presidente do país asiático, Xi Jinping.
“Será uma excelente oportunidade de atração de investimentos chineses, principalmente na área de concessões de ferrovias”, segundo o ministro Paulo Passos.
O governo chinês quer garantir a participação de suas empresas em projetos portuários e ferroviários que serão lançados no Brasil e, em especial, naqueles que fazem parte do projeto de integração sul-americana e que permitirão o escoamento de minérios e de produtos agrícolas aos portos do Norte (próximos do Canal do Panamá) e países vizinhos do Pacífico.
Paulo Passos também falou do assunto durante palestra quarta-feira (16) na cerimônia de abertura do Seminário Empresarial sobre as oportunidades de investimentos e parcerias em setores como infraestrutura, agronegócio, comércio e indústria – Brasil e China, promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Ontem, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff recebeu o presidente da China, Xi Jinping, para a assinatura de compromissos políticos e de investimentos na melhoria logística brasileira de escoamento de soja e de minérios para o exterior (principalmente a China), entre outros.

Valemax - As autoridades brasileiras não esperam progressos durante a visita de Xi Jinping no tocante ao impasse na recusa chinesa de permitir que grandes navios de transporte de minério de ferro usados pela Vale, os chamados Valemax, usem portos chineses, forçando a mineradora a transferir carregamentos de portos nas Filipinas e na Malásia e aumentando seus gastos.
Os nav ios da classe Valemax, com capacidade de transporte de carga de até 395 mil toneladas de minério de ferro e 400 mil toneladas de porte bruto, são os maiores do mundo em sua categoria e foram proibidos de atracar nos portos da China desde o primeiro da frota, o Vale Brasil, cuja operação inaugural de carga ocorreu em maio de 2011, no Terminal Ponta da Madeira, em São Luís (MA). A carga tinha como destino a China, mas acaboudesembarcada em portos da Europa.

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A China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil. O comércio entre os dois países aumentou de 3,2 bilhões de dólares em 2002 para 83,3 bilhões de dólares no ano passado - minério de ferro, produtos do complexo soja e petróleo são a maior parte das exportações brasileiras para o país asiático.

A China tem investido cerca de US$ 17 bilhões no Brasil, com sinais de possíveis ampliações no volume e nos segmentos em que os recursos são aplicados, segundo o presidente da seção chinesa do Conselho Empresarial Brasil China, Liu Mingzhzong.

Mais de 100 empresários chineses acompanham o presidente Xi Jinping em sua visita ao Brasil, o que deve fortalecer os contatos para a criação de consórcios capazes de disputar leilões em outras áreas além das ferrovias e portos, como petróleo e energia elétrica.

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