Antiga Fábrica Progresso será totalmente restaurada para receber o Núcleo de Arqueologia da UFMA e prédio anexo que será revitalizado.
Leandro Santos
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
Foto: Biné Morais
Jurema Machado (Iphan), governadora Roseana Sarney
Importantes prédios, que integram o conjunto arquitetônico e cultural de São Luís, serão revitalizados e ganharão uma nova utilização para dinamizar o cenário do Centro Histórico da capital maranhense, que está sendo cada vez mais degradado. O imóvel da antiga Fábrica Progresso e o casarão que sediará o anexo do curso de história da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) serão restaurados pelos governos estadual e federal. A ordem de serviço para o início das reformas foi assinado ontem, durante cerimônia no realizada no Palácio dos Leões.
Também ontem foi entregue a obra de restauração do Complexo Ferroviário de Codó, que abrigará o memorial e a sede do Instituto Histórico e Geográfico.
Estiveram presentes no ato a governadora Roseana Sarney; a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado; o gerente-geral de implantação da Refinaria Premium I da Petrobras, Paulo Turazzi de Carvalho, além de secretários estaduais e outras autoridades.
A restauração do prédio da antiga Fábrica Progresso, onde também funcionou o Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge), será feita por meio de um convênio firmado entre o Governo do Estado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Petrobras e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Com a recuperação, a Fábrica Progresso passará a integrar o Complexo Universitário da instituição de ensino superior.
Construído no final do século XIX e localizado na Rua Antônio Rayol, no centro de São Luís, com cerca de 4,4 mil metros quadrados, o prédio será totalmente restaurado para a instalação do Núcleo de Arqueologia da UFMA, que terá como missão a guarda e catalogação do material arqueológico que é, legalmente, de propriedade da União. Também serão desenvolvidos estudos e pesquisas de interesse público e de relevância para o patrimônio arqueológico.
O local terá um espaço para exposição permanente sobre o Patrimônio Arqueológico do Maranhão, com uma mostra que abrigará as mais de 70 mil peças encontradas nas escavações feitas no terreno da Refinaria Premium I, no município de Bacabeira. O edifício terá ainda laboratório, reserva técnica para abrigar os achados arqueológicos e salas de aula. O prédio também abrigará o curso de História e a pós-graduação.
Para a restauração do prédio, serão investidos R$ 11 milhões feitos pela Petrobras no âmbito do licenciamento ambiental da Refinaria Premium I, como medida de mitigação aos impactos do empreendimento ao patrimônio arqueológico.
Já no âmbito do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, na mesma cerimônia será assinada a ordem de serviço que autoriza o início da obra de reforma e adaptação do prédio que sediará o anexo da Faculdade de História da Uema. O casarão fica situado na Rua da Estrela, no centro da cidade, e serão investidos R$ 2,6 milhões na restauração do prédio.
Importância – De acordo com a governadora Roseana Sarney, as obras são de grande importância, pois, além de restaurar esses espaços, os serviços contribuirão para dar uma nova utilidade para esses locais, que estavam abandonados. A chefe do Executivo estadual destacou ainda que tais ações são necessárias para a valorização do patrimônio cultural maranhense.
“São Luís é uma cidade histórica, patrimônio da humanidade. O nosso patrimônio é importante para todos nós. Por isso, devemos preservá-los para manter a cultura da nossa cidade e do estado. Nós temos um patrimônio arquitetônico e cultural único. Esse convênio que firmamos hoje [ontem] é mais um exemplo do cuidado e da visão de futuro que deixamos para as futuras gerações”, completou a governadora.
Na opinião da presidente nacional do Iphan, Jurema Machado, as obras são importantes para revitalizar o Centro Histórico da cidade.
“Essas obras são fundamentais para dar um dinamismo para a área tombada da cidade. Esse espaço está sendo esvaziado não apenas pela população, mas principalmente pelo seu sentido. Estamos revitalizando e, ao mesmo tempo, dando um uso para esses espaços”, afirmou.
Para o gerente-geral de Implantação da Refinaria Premium I da Petrobras, Paulo Turazzi de Carvalho, a restauração dos imóveis traz benefícios para a sociedade, que passa a contar com espaços importantes de preservação cultural.
“Essa ação representa uma integração da Petrobras com a sociedade. A nossa expectativa é que com esse convênio possamos produzir um marco para a cidade e para o estado. Ações como essas são importantes para a preservação da cultura”, destacou Paulo Turazzi de Carvalho.
Complexo Ferroviário foi totalmente reformado
A governadora Roseana Sarney participou ontem, no município de Codó, da entrega da obra de restauro da Estação Ferroviária, que inclui o Memorial da Cidade e a sede do Instituto Histórico e Geográfico de Codó, compondo agora o Complexo Ferroviário do município. A iniciativa é do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Ministério da Cultura (MinC).
"Fico muito feliz de estar aqui em Codó, participando da entrega desta importante obra, não somente para o povo da cidade e da região dos Cocais, mas também para todo o Maranhão, uma vez que se trata de obra realizada com o empenho do Governo Federal, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional", disse a governadora.
Logo na chegada, acompanhada das autoridades, a governadora descerrou a placa marcando a entrega do Complexo Ferroviário. Ao final, após o corte da fita inaugural, conferiu as instalações do espaço e visitou o acervo do Memorial da Cidade de Codó, bem como a primeira exposição de artes plásticas instalada no local.
Presentes nesse evento estavam a presidente nacional do Iphan, Jurema Machado; a superintendente do Iphan no Maranhão; Kátia Bogéa; o prefeito de Codó, Zito Rolim; a secretária de Estado da Cultura, Olga Simão; e o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Codó, Ribamar Amorim, além de outras autoridades.
Kátia Bogéa, superintendente do Iphan no Maranhão, destacou que se trata de um legado da história brasileira e que merece preservação. "Este complexo é de suma importância também por abrigar o Instituto Histórico e Geográfico e esse projeto de recuperação está sendo feito em outras cidades maranhenses, como é o caso de Caxias", lembrou.
A secretária de Estado da Cultura, Olga Simão, destacou o projeto e salientou a exposição permanente sobre o patrimônio ferroviário.
"Além disso, temos aqui uma biblioteca, auditório, café e a loja de artesanato, que será útil para que as quebradeiras de coco babaçu comercializem seus produtos artesanais", frisou Olga Simão.
O prefeito Zito Rolim agradeceu ao Iphan pela obra e sua importância para os moradores da cidade. "Sem dúvida, todos nós estamos felizes e sabemos também que este espaço será útil para os nossos artistas, estudantes em suas pesquisas e para toda a sociedade codoense", afirmou.
Toda a obra de restauração foi realizada com recursos do Iphan, no valor de R$ 981 mil. A montagem da exposição e compra dos equipamentos tiveram investimentos da ordem de R$ 490 mil, recursos provenientes da compensação ambiental da exploração do gás natural.
A obra de restauração do Complexo Ferroviário de Codó foi realizada também com o apoio das usinas termelétricas Itaqui e Parnaíba e da empresa Parnaíba Gás Natural, localizadas no Maranhão.
Mais
Durante a solenidade realizada no Palácio dos Leões, foi lançado o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) das cidades de Rosário, Santa Rita e Bacabeira. O estudo consiste no mapeamento e registro das manifestações culturais e artísticas de um povo cujo objetivo é reconhecer o saber e fazer, divulgar e fortalecer a história e identidade cultural de determinadas comunidades, assegurando e garantindo o direito à memória.
O inventário traz informações sobre a importância histórica e cultural, aborda comunidades tradicionais quilombolas e ribeirinhas do Itapecuru-Mirim e o modo de vida baseado na agricultura familiar, pesca e extrativismo vegetal. O estudo também apresenta a arquitetura religiosa colonial e eclética assim como as manifestações culturais através das danças do coco e o tambor de crioula, entre outras. Por intermédio do inventário cultural, se reconhece o papel da comunidade como agente principal de suas práticas culturais e perpetuação do seu saber e consequentemente sua valorização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário