Tradição no município de Caxias, cortejo percorreu ruas do Centro Histórico da capital ontem à noite.
A Procissão do Fogaréu, encenação de um dos fatos mais conhecidos dos cristãos, que há 10 anos ocorre no município maranhense de
Caxias, a 350 km de São Luís, aconteceu pela primeira vez na capital maranhense, em uma apresentação de pouco mais de uma hora. A concentração do espetáculo ocorreu nas escadarias da Praça Nauro Machado, na Rua da Estrela, Praia Grande, e o cortejo foi encerrado em frente à Igreja Nossa Senhora do Desterro.
A encenação, que uniu arte sacra, teatro e religião, contou com pessoas vestidas de farricocos - que representam soldados romanos. Portando tochas e guiados por Judas, elas percorreram as ruas do Centro Histórico, simulando o ato ocorrido em Jerusalém, à procura de Jesus Cristo. O público que assistiu ao espetáculo também fez parte da procissão, já que algumas pessoas seguravam bambus, que serviam como tochas.
Da Praia Grande, o cortejo seguiu até a Igreja da Sé, na Praça Pedro II, onde havia uma representação da Última Ceia. Após essa etapa do espetáculo, os farricocos e o público seguiram para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Praça João Lisboa, local escolhido para a prisão de Cristo, após ser capturado. O ato foi representado por um estandarte.
Difusão - A Procissão do Fogaréu seguiu com o estandarte até a Igreja do Desterro. De acordo com o coordenador da Organização Caxiense de Artes e Tradições (OCAT), Leonardo Barata, o objetivo da vinda da encenação para São Luís é difundir a tradição na capital maranhense e em outras cidades. “Além disso, fizemos um espetáculo semelhante ao realizado na parte antiga do estado de Goiás, local em que se faz a procissão mais antiga do país com essas características, ou seja, com essa mistura de liturgia e folclore”, afirmou o coordenador.
O militar Idomar da Silva Rego, de 46 anos, era um dos farricocos e participa da procissão desde a primeira edição. Ele acompanhou a encenação durante todo o percurso. “A cidade de Caxias, quando o espetáculo é encenado lá, se mobiliza e vai para as ruas. Em São Luís, por enquanto, o comportamento da população, pelo que pude perceber, ainda é tímido. No entanto, como é a primeira vez que estamos na cidade, creio que é normal”, disse.
Elenco - Já o autônomo Eudóxio Macedo Filho, de 60 anos, integrou o elenco da Procissão do Fogaréu, pela primeira vez, este ano. “Não pude participar das apresentações em Caxias este ano. Por essa razão, fiz questão de vir à capital maranhense, rever alguns amigos e participar dessa encenação, que ajuda a divulgar a cultura caxiense”, afirmou.
Ainda segundo a coordenação da OCAT, a Procissão do Fogaréu deverá se apresentar, ainda este ano, em datas a serem confirmadas, em Imperatriz, Codó, Santa Inês e Viana. “Existe ainda uma possibilidade de ter uma apresentação na capital piauiense. No entanto, ainda nada confirmado. O que posso dizer é que a Procissão do Fogaréu já faz parte do calendário de atividades da cultura do Maranhão”, disse.
Mais
A Procissão do Fogaréu é coordenada pela Organização Caxiense de Artes e Tradições (OCAT), em parceria com as igrejas de Nossa Senhora das Graças e Catedral dos Remédios. Em São Luís, o evento contou com o apoio da Fundação Municipal de Cultura (Func).
Números
40 farricocos e outras 10 pessoas de apoio fizeram parte da Procissão do Fogaréu, em São Luís
10 anos é o período em que é encenada a Procissão do Fogaréu, em Caxias;
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