domingo, 4 de novembro de 2012

Cremação ainda divide opiniões em São Luís

 
 (HONÓRIO MOREIRA/OIMP/D.A.PRESS)
Cremação ainda divide opiniões de hereges e religiosos em São Luís

Vantagens e desvantagens. Cremação de corpos ainda divide opiniões. Na capital ainda sai mais barato enterrar os corpos nas covas.

Até ano passado, São Luís não poderia optar pela segunda opção por falta do serviço. Este ano, uma empresa apostou na viabilidade e construiu um crematório, primeiro e único do estado, e é mais uma opção para guardar a lembrança de entes queridos. Até o momento, apenas um funeral foi feito na modalidade. A razão é o preço, bem salgado, em comparação ao tradicional enterro. Enquanto paga-se, em média, R$ 2 mil por uma cova, optando pela cremação o valor sobe para R$ 4.200 e deve ser pago à vista. Para a sociedade, a escolha vai de acordo com a orientação familiar. As igrejas divergem. Há as que consideram a cremação uma heresia e desrespeito ao corpo; outras aceitam, pois, para elas, o corpo é mortal e a salvação se dá no espírito que parte em acordo com a palavra cristã.

A empresa detentora do serviço conseguiu a concessão após um ano e tem a expectativa que a modalidade possa ultrapassar a procura pelo funeral comum. Tanto a cremação quanto o enterro têm a facilidade do parcelamento, mas, na segunda o valor sobe bastante e o serviço é disposto após a quitação. A cremação não exclui a compra do caixão, pois o corpo é cremado dentro deste. Já a cova é permanente e pode ser utilizada por outros membros da família, a cada cinco anos decorridos do último enterro - por outro lado, a taxa é vitalícia.

A funcionária pública Maria José Cirqueira, 62 anos, opta pelo tradicional funeral com velório e enterro. Sua vontade é ser sepultada na terra natal, São Vicente Férrer. “Quero ficar perto do meu pai e minha mãe, que estão enterrados lá. É mais uma oportunidade de ficar próximo da minha família e mantê-la unida”, explicou Maria José.

A cremação já era procurada por uma pequena parcela de maior poder aquisitivo. Mas, na falta do serviço, todo o trâmite era feito em Fortaleza. A primeira cremação na capital foi do corpo de uma vítima de assassinato. Diferente do funeral, que são pedidos documentos pessoais e certidão de óbito, no caso da cremação há particularidades. Quase se trata de crime, é necessário apresentar, além de documentos pessoais, um laudo com a assinatura de dois médicos ou de um legista, mais autorização assinada por um juiz liberando o corpo. Sendo morte de causa natural, não é exigida a autorização judicial.

A vantagem da cremação estaria em longo prazo: não há taxas de manutenção. Atualmente, elas chegam a R$ 80 mensais nos cemitérios. Fazendo os cálculos na ponta do lápis, com a cremação e o caixão a família gastaria R$ 4.900, à vista. Optando pela cova esse valor pode aumentar bastante. Em cinco anos, o total ultrapassaria o valor da cremação e a família continuaria pagando a manutenção do espaço. A cremação inclui uma pequena urna de madeira decorada onde são depositadas as cinzas. Um caixão custa entre R$ 700 e R$ 15 mil. “Se pensar bem, apesar do preço, a cremação pode ser uma boa alternativa. Mas, as pessoas ainda optam pelo funeral por causa do valor”, disse o gerente da Central de Velórios Pax União, Maciel Filho.

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