Titãs em São Luís

O retorno dos Titãs

A banda Titãs se apresenta hoje, às 22h, no Trapiche, com show para celebrar canções do terceiro disco da banda e agora reeditado.

Uma das grandes bandas de rock brasileiras de todos os tempos está em São Luís e hoje apresenta o show Cabeça Dinossauro, no Trapiche (Ponta d’Areia), às 22h, comemorando 30 anos de carreira. Os músicos Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto, que integram a atual formação da banda, voltam a São Luís após oito anos.

O show mostrará a reedição do disco homônimo, lançado em 1986, no auge do rock brasileiro, e que agora foi reeditado. O disco original foi remasterizado e vem acompanhado de um segundo CD, com a demo tape que originou o LP.

Cabeça Dinossauro foi um marco na história dos Titãs e do rock brasileiro. Terceiro disco da banda, buscava uma síntese de sua linguagem musical na construção de um estilo próprio, inventivo e original. O álbum foi um fenômeno de vendas e levou os Titãs ao pódio do rock que se fazia na época no Brasil. As canções, influenciadas principalmente pelo punk rock, mas com pitadas de reggae e funk, traziam letras corrosivas e irônicas, com as quais se identificaram milhares de fãs em um momento em que o Brasil sepultava definitivamente os demônios da Ditadura Militar.

Muitas das músicas cantadas pelos Titãs naquela época tornaram-se hinos da rebeldia e da indignação de toda uma geração. Agora, eles estão apostando na reedição do histórico show, oportunidade em que tocam todas as músicas de um de seus mais emblemáticos e reconhecidos trabalhos, com os arranjos originais e na mesma sequência em que foram editadas no disco.

Canções como Bichos escrotos, Porrada, Polícia, Homem Primata, A face do destruidor, Cabeça Dinossauro, Estado violência, Tô cansado e Dívidas serão entoadas durante a apresentação de hoje. Bichos escrotos, por exemplo, é um retrato da evolução entre os dois registros. Antes com um tempero funk e suingado, ganhou densidade. Homem Primata descartou o “uga buga” entoado no final, mas acrescentou as pitadas de castanholas que ficaram eternizadas, com a participação do percussionista Repolho.

Disco - Em junho de 1986, no auge do rock brasileiro, saía do forno o terceiro disco dos Titãs. Cabeça Dinossauro chegava às lojas e rádios provocando certa desconfiança. Vinha no rastro de dois LPs (Titãs e Televisão) que até emplacaram alguns sucessos, mas não definiram uma cara própria para a banda.

No princípio, o grupo, de visual esquisito e uma formação atípica para rock’n’roll, enfrentou resistência fora dos muros de São Paulo. Mas o disco ganhou as ruas sete meses depois da controvertida prisão de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto. Depois, virou referência na música brasileira e entrou para a história como o melhor disco do rock nacional de todos os tempos. Título, aliás, certificado em 1997, em uma eleição da revista Bizz, com dezenas de especialistas. Onze faixas estouraram, inclusive Bichos escrotos, vetada pela censura para radiodifusão e execução pública, o que não foi suficiente para impedir as rádios de a tocarem à exaustão.

O CD 2, com as gravações antes de serem lapidadas, é uma joia rara para os fãs e conta a história de um LP que trazia uma unidade sonora e conceitual poucas vezes alcançada com tanta precisão. Nesta reedição do álbum, das 13 músicas originais, 12 emplacaram e ganharam as ranhuras do vinil. A única descartada do disco original, Vai pra rua (Arnaldo Antunes e Paulo Miklos), cantada por Arnaldo Antunes, que na época era o principal líder do grupo, só agora vem à tona nesse registro inédito. Na gravação de 1986, a canção foi substituída por Porrada, que não estava na demo.

O que não muda na versão comemorativa de Cabeça Dinossauro é a capa e a contracapa, que traduzem visualmente o conceito do disco: Expressão de um homem urrando e Cabeça grotesca são esboços de Leonardo Da Vinci.

Serviço

• O quê

Show da banda Titãs

• Quando

Hoje, às 22h

• Onde

Trapiche

• Ingressos:

R$ 60,00 (pista) e R$ 120,00 (área vip)

Repertório base

Cabeça Dinossauro

AA UU

Igreja

Polícia

Estado violência.

A face do destruidor.

Porrada

Tô cansado

Bichos escrotos

Família

Homem Primata

Dívidas

O quê