Instituições se unem contra poluição das praias de São Luís

Órgãos se empenham em apresentar soluções e discutir estratégias que diminuam os índices de poluição nas praias da região metropolitana de São Luís.

 

Leandro Santos
Da equipe de O Estado

 

A poluição nas praias da orla de São Luís vem mobilizando instituições. Em mais um esforço desses órgãos, representantes de 10 entidades assinaram uma carta compromisso na qual se empenham em apresentar soluções e discutir estratégias que diminuam os índices de poluição nas praias da região metropolitana de São Luís. A assinatura do documento aconteceu na quarta-feira, dia 29, durante a I Conferência Estadual de Sustentabilidade nas Praias e Lagoas, realizada no auditório da Assembleia Legislativa do Maranhão (AL-MA), no Cohafuma, na capital.

Durante o evento, 10 entidades se comprometeram em apresentar propostas para melhorar as condições de balneabilidade das praias. As secretarias de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), de Saúde (SES) e de Turismo; as municipais do Meio Ambiente (Semmam) e de Saúde (Semus); a Delegacia do Meio Ambiente, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) da Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBM), a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) são as instituições que estão empenhadas neste compromisso.

Compromisso - No documento, as entidades se comprometem em reverter o quadro de contaminação e degradação ambiental da orla da cidade e contribuir para o desenvolvimento sustentável da capital maranhense. Para isso, os representantes desses órgãos reconheceram que é importante a união de forças e se responsabilizaram em "iniciar, no âmbito interno e externo, discussões para combater a poluição e degradação ambiental das praias, apoiando a elaboração e implementação de um sistema com vistas a mitigar os impactos ambientais".

Além disso, estas instituições se empenharam em "unir esforços no sentido de adotar medidas e programas sustentáveis, orientados pelo "Grupo de Trabalho da Balneabilidade" coordenado pela Sema, firmando cooperação permanente e ajuda mútua para otimizar e assegurar os objetivos do grupo" e participar de forma efetiva e fortalecer o "Grupo de Trabalho da Balneabilidade", conferindo poder de decisão e efetividade".

Para a secretária-adjunta de Desenvolvimento Sustentável da Sema, Lorena Sabóia, a assinatura da carta compromisso foi uma forma de sacramentar a união dessas entidades na luta a favor da despoluição das praias.

"A carta foi um documento simbólico para formalizar essa união. As entidades do âmbito municipal, estadual e federal se comprometeram, dentro de suas respectivas áreas de atuação, em apresentar soluções que possam resolver a poluição das praias", destacou Sabóia.

De acordo com Hulgo Rocha e Silva, superintendente de Planejamento e Monitoramento da Sema e coordenador do grupo formado pelas instituições, o trabalho desses órgãos na luta contra a despoluição das praias já começou.

"O trabalho consiste na elaboração do diagnóstico sobre as condições de balneabilidade das praias e ainda fazer o relatório sobre tais informações", pontuou Hulgo Rocha, ressaltando que foram agendadas reuniões mensais entre os representantes das instituições para discutirem soluções para a poluição das praias.

Mobilização - A assinatura da carta aconteceu durante a I Conferência Estadual de Sustentabilidade nas Praias e Lagoas, evento que antecede o Clean up the World, também conhecido como Dia Mundial da Limpeza das Praias, Lagos e Lagoas, que será realizado pela primeira vez em São Luís no dia 15 deste mês.

Promovido pelo Instituto

Acqualung, com o apoio da Sema, a iniciativa será comemorada com um mutirão de recolhimento de lixo nas praias margeadas pela Avenida Litorânea, atividades esportivas e de educação ambiental serão realizadas durante todo o dia. O recolhimento de lixo será feito simultaneamente em seis cidades brasileiras e 125 países. Os interessados em participar do evento devem se inscrever no site www.sema.ma.gov.br.

Saiba mais

Representantes do Ministério do Turismo, acompanhados de engenheiros da Caema e da Sema, visitaram no dia 7 de agosto os pontos críticos de poluição das praias de São Luís e diagnosticaram como crítica a situação de balneabilidade na orla.

Segundo o secretário nacional do Programa de Desenvolvimento do Turismo, Fábio Mota, o ministério está decidido a repassar verba que complementa o orçamento necessário para a execução de obras de esgotamento sanitário, fundamentais na despoluição dos três rios que deságuam na orla ludovicense. Com isso, será melhorada a condição de balneabilidade das praias, permitindo a volta de banhistas e aumentando o fluxo de turistas na cidade. A obra está orçada em R$ 30 milhões e, segundo a Caema, resolverá o problema nas praias da capital, especialmente Calhau e Olho d´Água.

Todas as praias da orla de São Luís estão impróprias para banho, segundo relatório divulgado pela Sema em julho. Foram avaliadas as praias da Ponta d´Areia, São Marcos, Calhau, Olho d´Água, Praia do Meio e Araçagi.

O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução nº 274/00 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), segundo a qual as águas das praias serão consideradas próprias para o banho, quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras, obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, e colhidas no mesmo local, houver no máximo 800 E.coli/100 ml. As águas das praias serão consideradas impróprias, quando não atenderem aos critérios anteriores ou quando o valor obtido na última amostragem for superior a 2 mil E.coli/100 ml.