sexta-feira, 13 de julho de 2012

Torre do CLA passa por testes para lançar o VLS-1 em 2013

A nova Torre Móvel de Integração ( TIM) foi apresentada ontem, no Centro de Lançamento de Alcântara.

Jock Dean
da equipe de O Estado
Alcântara - O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) apresentou, na manhã de ontem, a nova Torre Móvel de Integração (TMI), estrutura que permitirá o envio do Veículo Lançador de Satélite ao espaço a partir do segundo semestre de 2013. A torre passou por testes funcionais em diversos dos seus subsistemas, com a integração de um protótipo do VLS-1 inerte (sem combustível), com tamanho e peso real. A atividade foi a parte final da Operação Salina, que começou a ser realizada no CLA em junho.
Ontem, técnicos operacionais do centro realizaram testes de diversos subsistemas da torre, como a elevação de carga (pontes rolantes), abertura das portas, elevação das plataformas, movimentação de carga da mesa de lançamento, assim como de todos os meios de solo do centro associados ao transporte e à integração mecânica de um protótipo VLS-1. Os testes objetivam ainda manter a operacionalidade do centro de lançamento por meio da retomada das atividades operacionais de preparação e integração do veículo em sua plataforma de lançamento.
Segundo o tenente-coronel César Demétrio Santos, diretor do CLA, a etapa de finalização da Operação Salina foi realizada com sucesso. “O nosso objetivo era treinar nossas equipes operacionais envolvidas em campanhas de lançamentos de veículos espaciais e testar o sistema elétrico da nova torre. Agora, com a integração mecânica de um mock-up [estrutural inerte do VLS-1 com peso e tamanho reais na nova TMI], podemos testar todas as etapas do processo e antecipar resultados”, afirmou. Como o CLA está localizado em uma região com muita salinidade, os sistemas precisam ser testados para verificar se nada foi danificado, por isso a importância de operações como a Salina.
As estruturas do protótipo do VLS-1 começaram a ser transportadas para o CLA no dia 20 de junho deste ano, como parte das atividades da Operação Salina. O veículo foi montado na TMI e trata-se de uma estrutura real, mas sem combustível ou satélite a bordo, para a realização de ensaios e simulações para verificação da integração física e lógica da torre e dos meios de solo do CLA associados à preparação para voo do foguete.
2013 - De acordo com o tenente-coronel César Demétrio Santos, o lançamento do VLS-1 deverá acontecer no segundo semestre de 2013. Até lá, novos testes serão realizados, para a certificação da segurança da nova estrutura e dos sistemas operacionais, sobretudo a parte elétrica. O lançamento dependerá também da liberação de recursos pelo Governo Federal. Até agora, R$ 50 milhões já foram investidos no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). “Esse programa tem como objetivo dotar o Brasil de centros de lançamentos, veículos espaciais e satélites totalmente desenvolvidos no país”, explicou o diretor do CLA.
No dia 22 de agosto de 2003, o VLS-1 explodiu por volta das 13h30 na base de Alcântara, três dias antes do seu lançamento, matando 21 pessoas. Desde então, o centro se prepara para voltar a realizar a atividade, fazendo testes com Foguete de Treinamento Básico (FTB). Durante o acidente ocorrido há quase 9 anos, a Torre Móvel de Integração (TMI), que possibilita o lançamento de Veículos Lançador de Satélites, foi completamente destruída e outra teve que ser edificada no local.
A torre apresentada e testada ontem tem tecnologia superior à que foi destruída durante a explosão ocorrida no ano de 2003, o que aumenta a segurança das operações de lançamento. “Até hoje não sabemos o que causou aquela ignição intempestiva. A torre que explodiu tinha uma tecnologia de 30 anos. Esta tem sistemas mais atualizados. Além disso, aumentamos os protocolos de segurança em toda a área”, informou o tenente-coronel César Demétrio Santos.

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O VLS
É um veículo satelitizador, de pequeno porte, com capacidade de colocar satélites de 200kg de massa numa órbita circular equatorial de 750 quilômetros de altitude, quando lançado a partir de Alcântara. Outro fator importante da Operação Salina é o treinamento das equipes que estarão envolvidas com o lançamento do VLS-1.
O CLA
Criado pelo Decreto Nº 88.136 e ativado no dia 1º de março, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) foi à alternativa para a expansão do Programa Espacial Brasileiro devido à impossibilidade de ampliação do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em razão do processo de expansão urbana de Natal (RN). Além disso, para a escolha pela cidade de Alcântara, levou em consideração sua proximidade com a linha do equador (2 graus e 18 minutos de latitude sul) que auxilia o impulso dos lançadores e favorece a economia do combustível utilizado nos foguetes.

Confirmada operação de descarga de tanques de combustível do Cyclone-4

Carga pesa 310 toneladas e será desembarcada em 20 carretas especiais, que levarão o equipamento em comboio para o Centro de Lançamento de Alcântara.
A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) programou para hoje o descarregamento dos tanques de combustível do foguete Cyclone-4. A operação está marcada para as 9h, no berço 103. A carga de 310 toneladas chegou no navio Socol 3, que fundeou na Baía de São Marcos no início desta semana.
Serão descarregados 15 tanques de combustível e mais equipamentos acessórios do foguete. Na operação, serão utilizados guindastes com capacidade para içar até 40 toneladas. Os tanques serão instalados em 20 carretas, que levarão a carga até o terminal Ponta da Espera.
No terminal, segundo informes da empresa brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space (ACS), proprietária da carga, as carretas serão embarcadas em ferry-boats para levar os tanques de combustível até o terminal de Cujupe, em Alcântara, uma travessia marítima que dura em média uma hora (22 milhas náuticas, cerca de 40 quilômetros de percurso). De lá, o comboio seguirá para o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Foguete - O primeiro voo do Cyclone-4, tecnicamente chamado de voo de qualificação, está previsto para o fim de 2013. O prédio (TC-100) para a montagem, integração e teste da carga útil, situado no complexo técnico do sítio de lançamento, está entre as partes mais adiantadas da obra. No local, serão preparados os satélites que sairão já encapsulados da unidade de carga útil para se acoplarem aos estágios propulsores do Cyclone-4.
Outra obra adiantada é o TC-200, que será usado para montagem, integração e teste do veículo lançador. Nessa área, será montado o Cyclone-4, que tem 40 metros de comprimento, três metros de diâmetro e coifa (ponta) com quatro metros de largura. O foguete é capaz de alcançar até 500 km de altitude.
Porto - No Porto do Itaqui, até junho deste ano, já foram movimentadas mais de 7 milhões de toneladas de carga. Desse total, 32.601 toneladas são de carga de projeto. São equipamentos, peças e acessórios destinados às novas plantas industriais, a exemplo da construção do Píer IV, da Vale; instalações da fábrica de celulose da Suzano em Imperatriz; das pesquisas de gás e petróleo da OGX na Bacia do Parnaíba e da Unidade de Tratamento de Gás Natural da OGX e da MPX em Santo Antônio dos Lopes; e agora da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), na cidade de Alcântara.
Para este último empreendimento, foram descarregados 14 contêineres do tipo open top (com abertura no topo), usados para cargas de tamanhos diferentes; 15 tanques de combustível e 34 caixas com acessórios para os tanques. As cargas de projeto são geralmente equipamentos para grandes obras e por isso mesmo com grandes dimensões, o que tem exigido da Emap soluções logísticas cada vez mais eficientes.

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