O Ministro de Minas e Energia, garantiu, em entrevista a O Imparcial, que a instalação da Refinaria Premium em Bacabeira prossegue.
Raimundo Boges
Em entrevista exclusiva a O Imparcial
Sobre sua candidatura a governador em 2014, Lobão tangencia o assunto, sob o argumento de que “é muito cedo ainda para tratarmos da sucessão estadual”, quando Roseana ainda nem chegou à metade do mandato. Porém, admite conversar com frequência sobre as eleições e garante ser um dos nomes postos no tabuleiro da sucessão, embora pondere que “cada coisa no seu tempo”.
O IMPARCIAL
Edison Lobão
O Maranhão tem sido um dos estados que mais têm investido em turismo, porém alguns dos destinos recomendados, como Praia dos Lençóis, Lençóis Maranhenses, Chapada das Mesas e os outros, carecem de infraestrutura, principalmente por falta de energia elétrica. De que forma a sua pasta poderia ajudar o Maranhão neste setor?
O Ministério que dirijo tem investido, nos últimos anos, recursos significativos no Maranhão. São investimentos em linhas de transmissão, na implantação e reforço de subestações, no Programa Luz Para Todos, que está levando energia a todos os recantos do estado, e inúmeros outros projetos que estão modernizando a base produtiva estadual. Estendemos uma rede de transmissão que vai do município piauiense de Ribeiro Gonçalves até Balsas, onde implantamos uma gigantesca subestação. Os produtores agrícolas, os empresários, os comerciantes e os políticos há muito reivindicavam essas obras, que vão dar segurança energética para a região, e nós os atendemos. Em São Luís e no Estado inteiro realizamos muitas obras importantes. Planejamos as hidrelétricas do rio Parnaíba e concluímos a de Estreito, no rio Tocantins. As termoelétricas, inclusive a de São Luís, estão prontas ou quase prontas. Como ministro de Minas e Energia, estou procurando contribuir para modernizar a infraestrutura de desenvolvimento do Maranhão, com a oferta de energia farta e segura e com empreendimentos que geram emprega e renda para a população.
A indústria hoteleira está propondo o barateamento dos preços dos serviços turísticos. Existe algum entendimento com o senhor nesse sentido?
Recentemente, recebi em meu gabinete empresários do ramo hoteleiro e operadores de turismo, que me trouxeram reivindicação nesse sentido. O ministro Gastão Vieira estava presente. O que posso assegurar é que eu e a presidente Dilma estamos empenhados em encontrar um caminho que permita a diminuição dessas tarifas, beneficiando não apenas o setor hoteleiro, mas todos os setores produtivos do estado e os consumidores, de um modo geral. Mas precisamos reconhecer que não é fácil mexer na composição de tarifas, cujo maior peso é o ICMS cobrado pelos estados. O governo estuda que encargos podem ser retirados da conta do consumidor.
Ministro, constantemente os maranhenses são bombardeados com notícias e propaganda sobre o potencial de gás e petróleo do estado. A partir de quando o senhor acha que esta possibilidade se transformará em realidade?
Os empreendimentos da EBX, do Sr. Eike Batista, na prospecção de gás e petróleo, empregam mais de três mil maranhenses. O gás, indispensável para o desenvolvimento do Brasil, já é uma realidade em Capinzal. Num primeiro passo, esse gás servirá para alimentar as usinas térmicas que vão produzir mais energia elétrica para o Maranhão e todo o Brasil.
A Associação Comercial do Maranhão apresentou um projeto de fiação elétrica subterrânea no Centro de São Luís. O senhor acha que esta proposta é viável. A partir de quando?
Recebi essa reivindicação dos empresários de São Luís e os atendi prontamente e também da governadora Roseana. E já estamos trabalhando no projeto da Rua Grande. O nosso propósito é garantir uma nova feição à Rua Grande, destacando o belo casario colonial que em muitos casos é encoberto pela velha fiação de energia.
Quando se fala em sucessão de Roseana Sarney, o seu nome é sempre citado como o mais forte no grupo. O senhor está trabalhando nesse sentido?
É muito cedo ainda para tratarmos da sucessão estadual. A governadora Roseana Sarney está na primeira metade do mandato, e temos uma eleição municipal pela frente.
O grupo Sarney tem outras opções de nomes para 2014 na disputa do governo? O senhor tem tratado desse assunto com o senador José Sarney e a governadora Roseana?
Os políticos, e eu sou um deles, conversam frequentemente sobre questões políticas e eleitorais. É natural que assim seja. Mas tudo a seu tempo.
O senhor mesmo já falou que pode deixar o Ministério de Minas e Energia para retornar ao Senado e disputar a presidência da casa. Há uma definição a esse respeito? E quando?
Falei sobre hipótese, possibilidade, pois na vida tudo é possível, mas não há nada decidido sobre o assunto. O fato é que as duas posições – Ministério ou presidência do Senado – são importantes para o Maranhão. Por enquanto, continuo as minhas tarefas e atribuições como ministro, ajudando não apenas o Maranhão, mas todo o Brasil.
Como um dos políticos mais experientes do Maranhão e dono de uma base eleitoral construída e preservada ao longo do tempo, como o senhor avalia as eleições deste ano, a partir de São Luís e o reflexo delas em 2014?
As eleições municipais são muito importantes e funcionam como um ponto de partida do pleito estadual. A partir do resultado delas é que se projetam as estratégias futuras. Portanto, devemos considerar as eleições municipais com uma dupla importância, a saber: primeiro, a significação delas próprias; segundo, a repercussão que terão para o futuro.
Mudando um pouco de assunto, como o senhor analisa a paridade entre o preço da gasolina e do etanol, que desestimula o consumo do produto natural, ameaçando o próprio programa do álcool? Essa política atual pode mudar para salvar o carro a álcool, tecnologia mundialmente admirada e até copiada?
O programa de produção do etanol brasileiro é uma referência mundial e serve hoje de modelo a muitos países. Ele não está ameaçado. Enfrentou e ainda enfrenta dificuldades conjunturais, que serão superadas. Houve quebra de safra em 2011 e ela se repete em 2012, por muitas razões, entre as quais o excesso de chuvas em algumas regiões, o que comprometeu a qualidade e a produtividade dos canaviais, e escassez de chuvas em outras, com os mesmos danos. Isso já ocorreu em anos anteriores. Mas o programa prossegue, forte e prestigiado, prestando relevante serviço ao Brasil. Agora mesmo, abrimos novas linhas de financiamentos aos produtores, além de outros benefícios, para que eles superem essas dificuldades.
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