domingo, 8 de julho de 2012

Ministro Edson Lobão diz que a Refinaria em Bacabeira é uma prioridade






O Ministro de Minas e Energia, garantiu, em entrevista a O Imparcial, que a instalação da Refinaria Premium em Bacabeira prossegue.

Raimundo Boges


Em entrevista exclusiva a O Imparcial, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, garante o prosseguimento das obras da Refinaria Premium da Petrobras, em Bacabeira. Na próxima terça-feira, a presidente da Petrobras virá a São Luís, onde terá encontro com a governadora Roseana Sarney, para garantir que o projeto não saiu das prioridades da estatal. Lobão fala ainda dos empreendimentos da EBX na prospecção de gás e petróleo, que já dão empregos a mais de três mil maranhenses.

Sobre sua candidatura a governador em 2014, Lobão tangencia o assunto, sob o argumento de que “é muito cedo ainda para tratarmos da sucessão estadual”, quando Roseana ainda nem chegou à metade do mandato. Porém, admite conversar com frequência sobre as eleições e garante ser um dos nomes postos no tabuleiro da sucessão, embora pondere que “cada coisa no seu tempo”.

Ao responder a indagação sobre sua eventual saída do Ministério para retornar ao Senado e concorrer à presidência, em janeiro próximo, Lobão diz que já falou desse assunto, mas de forma hipotética. “Na vida tudo é possível, mas não há nada decidido sobre o assunto. O fato é que as duas posições – Ministério ou presidência do Senado – são importantes para o Maranhão. Por enquanto, continuo as minhas tarefas e atribuições como ministro, ajudando não apenas o Maranhão, mas a todo o Brasil,” arrematou.

O IMPARCIAL
- Ministro, no Plano de Negócios da Petrobras, anunciado semana passada, ficou para os maranhenses a dúvida se a Refinaria de Bacabeira ainda é prioridade para a estatal?

Edison Lobão – É prioridade, sim. Seja porque se trata de uma decisão de governo, seja pelo fato de que a Petrobras necessita das refinarias projetadas não só para o Maranhão, mas também para o Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Não há risco do cancelamento desses projetos. Eles são viáveis e necessários ao país. O plano de investimentos da Petrobras não exclui as refinarias, embora a data de inauguração delas sofra um pequeno atraso. As obras vão continuar, os investimentos continuarão a ser feitos. Tenho conversado muito a respeito do assunto com a presidente da Petrobras, Graça Foster, e a orientei no sentido de que vá a São Luís na próxima terça-feira, para dizer aos maranhenses justamente isso. Ela terá um encontro com a governadora Roseana e, possivelmente, com os empresários, para falar dos planos da empresa em relação às refinarias. Como ministro de estado e como senador da República, sou e serei sempre o primeiro a defender essa obra, fundamental para o desenvolvimento do Maranhão e do Brasil.

O Maranhão tem sido um dos estados que mais têm investido em turismo, porém alguns dos destinos recomendados, como Praia dos Lençóis, Lençóis Maranhenses, Chapada das Mesas e os outros, carecem de infraestrutura, principalmente por falta de energia elétrica. De que forma a sua pasta poderia ajudar o Maranhão neste setor?


O Ministério que dirijo tem investido, nos últimos anos, recursos significativos no Maranhão. São investimentos em linhas de transmissão, na implantação e reforço de subestações, no Programa Luz Para Todos, que está levando energia a todos os recantos do estado, e inúmeros outros projetos que estão modernizando a base produtiva estadual. Estendemos uma rede de transmissão que vai do município piauiense de Ribeiro Gonçalves até Balsas, onde implantamos uma gigantesca subestação. Os produtores agrícolas, os empresários, os comerciantes e os políticos há muito reivindicavam essas obras, que vão dar segurança energética para a região, e nós os atendemos. Em São Luís e no Estado inteiro realizamos muitas obras importantes. Planejamos as hidrelétricas do rio Parnaíba e concluímos a de Estreito, no rio Tocantins. As termoelétricas, inclusive a de São Luís, estão prontas ou quase prontas. Como ministro de Minas e Energia, estou procurando contribuir para modernizar a infraestrutura de desenvolvimento do Maranhão, com a oferta de energia farta e segura e com empreendimentos que geram emprega e renda para a população.

A indústria hoteleira está propondo o barateamento dos preços dos serviços turísticos. Existe algum entendimento com o senhor nesse sentido?

Recentemente, recebi em meu gabinete empresários do ramo hoteleiro e operadores de turismo, que me trouxeram reivindicação nesse sentido. O ministro Gastão Vieira estava presente. O que posso assegurar é que eu e a presidente Dilma estamos empenhados em encontrar um caminho que permita a diminuição dessas tarifas, beneficiando não apenas o setor hoteleiro, mas todos os setores produtivos do estado e os consumidores, de um modo geral. Mas precisamos reconhecer que não é fácil mexer na composição de tarifas, cujo maior peso é o ICMS cobrado pelos estados. O governo estuda que encargos podem ser retirados da conta do consumidor.

Ministro, constantemente os maranhenses são bombardeados com notícias e propaganda sobre o potencial de gás e petróleo do estado. A partir de quando o senhor acha que esta possibilidade se transformará em realidade?
Os empreendimentos da EBX, do Sr. Eike Batista, na prospecção de gás e petróleo, empregam mais de três mil maranhenses. O gás, indispensável para o desenvolvimento do Brasil, já é uma realidade em Capinzal. Num primeiro passo, esse gás servirá para alimentar as usinas térmicas que vão produzir mais energia elétrica para o Maranhão e todo o Brasil.

A Associação Comercial do Maranhão apresentou um projeto de fiação elétrica subterrânea no Centro de São Luís. O senhor acha que esta proposta é viável. A partir de quando?
Recebi essa reivindicação dos empresários de São Luís e os atendi prontamente e também da governadora Roseana. E já estamos trabalhando no projeto da Rua Grande. O nosso propósito é garantir uma nova feição à Rua Grande, destacando o belo casario colonial que em muitos casos é encoberto pela velha fiação de energia.

Quando se fala em sucessão de Roseana Sarney, o seu nome é sempre citado como o mais forte no grupo. O senhor está trabalhando nesse sentido?

É muito cedo ainda para tratarmos da sucessão estadual. A governadora Roseana Sarney está na primeira metade do mandato, e temos uma eleição municipal pela frente.

O grupo Sarney tem outras opções de nomes para 2014 na disputa do governo? O senhor tem tratado desse assunto com o senador José Sarney e a governadora Roseana?

Os políticos, e eu sou um deles, conversam frequentemente sobre questões políticas e eleitorais. É natural que assim seja. Mas tudo a seu tempo.

O senhor mesmo já falou que pode deixar o Ministério de Minas e Energia para retornar ao Senado e disputar a presidência da casa. Há uma definição a esse respeito? E quando?


Falei sobre hipótese, possibilidade, pois na vida tudo é possível, mas não há nada decidido sobre o assunto. O fato é que as duas posições – Ministério ou presidência do Senado – são importantes para o Maranhão. Por enquanto, continuo as minhas tarefas e atribuições como ministro, ajudando não apenas o Maranhão, mas todo o Brasil.

Como um dos políticos mais experientes do Maranhão e dono de uma base eleitoral construída e preservada ao longo do tempo, como o senhor avalia as eleições deste ano, a partir de São Luís e o reflexo delas em 2014?


As eleições municipais são muito importantes e funcionam como um ponto de partida do pleito estadual. A partir do resultado delas é que se projetam as estratégias futuras. Portanto, devemos considerar as eleições municipais com uma dupla importância, a saber: primeiro, a significação delas próprias; segundo, a repercussão que terão para o futuro.

Mudando um pouco de assunto, como o senhor analisa a paridade entre o preço da gasolina e do etanol, que desestimula o consumo do produto natural, ameaçando o próprio programa do álcool? Essa política atual pode mudar para salvar o carro a álcool, tecnologia mundialmente admirada e até copiada?


O programa de produção do etanol brasileiro é uma referência mundial e serve hoje de modelo a muitos países. Ele não está ameaçado. Enfrentou e ainda enfrenta dificuldades conjunturais, que serão superadas. Houve quebra de safra em 2011 e ela se repete em 2012, por muitas razões, entre as quais o excesso de chuvas em algumas regiões, o que comprometeu a qualidade e a produtividade dos canaviais, e escassez de chuvas em outras, com os mesmos danos. Isso já ocorreu em anos anteriores. Mas o programa prossegue, forte e prestigiado, prestando relevante serviço ao Brasil. Agora mesmo, abrimos novas linhas de financiamentos aos produtores, além de outros benefícios, para que eles superem essas dificuldades.

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