Estatísticas deste ano em comparação com o mesmo período de 2011 projetam crescimento no volume da commodity.
Os embarques de ferro-gusa no Porto do Itaqui seguem
tendência de aumento neste mês, conforme estimado pela Diretoria de Operações da
Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), na primeira quinzena do
mês passado, ao divulgar as estatísticas da movimentação de carga do sistema
portuário de São Luís dos meses de janeiro e fevereiro. As operações com a
commodity apresentaram queda no começo do ano por causa do período chuvoso e das
oscilações do mercado internacional.
Neste ano, não foi registrado embarque de ferro-gusa
em janeiro no Porto do Itaqui, operação realizada geralmente no berço 102. As
remessas tiveram início somente em fevereiro, com 29.357 toneladas (t), o que
representa uma alta de 9,5% em relação ao mesmo período de 2011, que registrou
26,8 mil/t.
Neste mês, segundo a programação de operações da Emap,
atualizada diariamente, quatro cargueiros estão escalados para carregar
ferro-gusa no Itaqui. Um deles estava em operação desde a semana passada,
desatracado terça-feira (10). Trata-se do Cygnus, atracado no berço 102, com 177
metros (m) de comprimento e capacidade de carga de 32,6 mil/t de porte bruto,
programado para receber 15,7 mil/t do produto.
Concluída a operação com o Cygnus, deve atracar no
berço 102 o navio Nogat, atualmente fundeado na Baía de São Marcos, com 149 m de
comprimento e 17 mil/t de porte bruto, programado para carregar 15,8 mil/t.
Na sequência virá o cargueiro Crinis, com 169,3 m de
comprimento, 28,3 mil/t de porte bruto e previsão de carga de 12 mil/t de
ferro-gusa. O navio está previsto para chegada à Baía de São Marcos até o fim da
próxima semana.
Outro cargueiro previsto para chegar à costa de São
Luís na última semana deste mês, também para carregar ferro-gusa, é o Clipper
Grace, com 178,7 m de comprimento, 30,5 mil/t de peso bruto e que deve receber
30 mil/t da commodity. Caso este último navio conclua a operação ainda neste
mês, no somatório, os quatro navios devem embarcar 73,5 mil/t, volume 150% maior
do que o resultado do primeiro bimestre deste ano.
Atracadouro - Além do berço 102, os embarques de
ferro-gusa no Porto do Itaqui também são efetuados no berço 105, arrendado à
Vale, que o denomina Píer II, mas que desde o fim do ano passado deixou de ser
utilizado exclusivamente pela mineradora e passou a operar cargas de outras
empresas, geralmente para remessas de soja e de minérios.
No caso do berço 105, no primeiro bimestre deste ano o
volume de carregamentos de ferro-gusa chegou a 266,5 mil/t, sendo 132,3 mil/t em
janeiro e 134,2 mil/t em fevereiro. No comparativo com o mesmo período de 2011,
que chegou a um volume de 409,4 mil/t, percebe-se uma diferença de 53,6% na
movimentação da commodity. As estatísticas de março do sistema portuário de São
Luís ainda não foram divulgadas.
Histórico - Um dos maiores embarques de ferro-gusa da
história da Emap, que há quase 12 anos administra o Porto do Itaqui, ocorreu em
fevereiro de 2011, com o carregamento de 80 mil toneladas da commodity no navio
C. Laurel, de 272 m de comprimento, que ocupou o berço 105 e parte do berço 104
(geralmente utilizado para operações com derivados de petróleo).
Além dos dois berços livres, a atracação do navio
também dependeu de algumas particularidades de tempo e maré. Pela sua extensão,
o cargueiro aporta somente pela manhã ou à tarde, isto é, com a claridade do
dia, para maior segurança. A desatracação só acontece em maré cheia.
Em novembro de 2010, o navio MV Agility atracou no
Porto do Itaqui para o embarque de 147 mil toneladas de ferro-gusa no berço 105.
Foi uma operação inédita no mundo em um navio dessas dimensões e, para tanto,
foi organizado um pool de seis siderúrgicas do Sistema Norte, sendo quatro do
Maranhão e duas do Pará, no eixo de influência da Estrada de Ferro Carajás
(EFC).
Mais
Um sinal de que o mercado de ferro-gusa teria aumento
de demanda no primeiro semestre deste ano foi dado pela Steel Business Briefing,
em 16 de janeiro, ao divulgar a informação de que a Gusa Nordeste havia elevado
os preços das ofertas para os EUA devido à escassez da commodity no hemisfério
norte. Localizada em Açailândia, no sul do Maranhão, a planta tem capacidade
de produção de 360 mil/t/ano de ferro-gusa. De acordo com a agência, o preço do
ferro-gusa teria uma alta de US$ 480,00/t para US$ 485,00/t para os
norte-americanos e que o valor poderia chegar a US$ 520,00/t caso a demanda
cresça nos próximos meses.
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