Ministros discutem melhorias na infraestrutura logística nacional
BRASÍLIA - O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, e o dos
Transportes, Paulo Sérgio Passos, reuniram-se para uma análise conjunta dos
projetos que estão sendo traçados por seus ministérios: o Plano Nacional de
Logística Portuária (PNLP) e o Plano Nacional de Logística de Transportes
(PNLT). O encontro ocorreu na semana passada, em Brasília (DF). Os ministros
reconhecem a importância desta parceria no desenvolvimento do trabalho para a
melhor integração dos modais logísticos.
Os estudos visam levantar a situação atual e uma visão geral da
malha intermodal e assim identificar possíveis gargalos e investimentos, tanto
do Governo Federal como da iniciativa privada.
No caso do setor portuário, o PNLP, desenvolvido pela Secretária
de Portos (SEP) em parceria com a Universidade de Santa Catarina (UFSC), já
concluiu a avaliação de todos os portos nacionais e dos Planos Diretores de 15
principais portos: Itaqui (MA), Rio Grande (RS), Salvador e Aratu, na Bahia,
Suape (PE), Mucuripe e Pecém, no Ceará, Vila do Conde e Santarém, no Pará,
Itaguaí e Rio de Janeiro, ambos no Rio, Vitória (ES), Itajaí (SC), Paranaguá
(PR). O porto de Santos (SP), que faz parte da lista, terá seu plano diretor
revisto.
O Plano irá contemplar também um prognóstico (projeções e
tendências) para a avaliação de cenários com análises e apresentará o conjunto
de proposições de ações de médio e longo prazo. Essas ações permitirão a tomada
de decisões fundamentadas em seis principais áreas temáticas: infraestrutura;
superestrutura e operações; logística e hinterlândia (área geográfica de
influência); economia e finanças; gestão e meio ambiente.
A realização do PNLP é relevante não apenas porque prevê um
horizonte de 20 anos e a realização de Master Plans (planos mestres, em tradução
livre) ao final do estudo (fase atual), mas também porque irá condensar em um
mesmo trabalho 95% das importações e exportações nacionais e cujo crescimento
anual tem sido em torno de 10%. Uma das limitações do setor no Brasil país é
aliar crescimento com capacidade instalada, além aprimoramento da legislação
específica e do modelo de gestão pública.
Como os portos públicos apresentam dificuldades de acesso
terrestre, a infraestrutura das rodovias e ferrovias é o que chama atenção no
quesito logística. O diagnóstico sugere melhorias no estado de conservação das
estradas - principal meio de transporte das cargas brasileiras - e indica que
elas operam no limite de suas capacidades. Já as ferrovias têm pouca
participação em virtude da falta de terminais especializados.
Itaqui - No Maranhão, técnicos da UFSC e do Porto de Roterdã
(Holanda), visitaram a região portuária e colheram informações do setor junto à
diretoria da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), na segunda
quinzena de agosto de 2010.
A missão técnica previa a visitação aos portos de importância
estratégica nacional e também alguns terminais privativos em todo o país.
Na ocasião, o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Emap,
Daniel Vinent, explicou que a gestora do Porto do Itaqui contribuiu para o PNLP
com dados sobre movimentação de cargas, crescimento da infra-estrutura, melhoria
da produtividade, obras de expansão, entre outras informações.
Além de Vinent, participaram da reunião técnica: Ricardo
Sproesser, consultor da UFSC; Maurits Van Schuylenburg, gerente de Projetos do
Porto de Roterdã; e Gustavo Lago, gerente de Planejamento da Emap.
"O Porto de Roterdã, pela diversidade de operações que realiza,
é o responsável pelo suporte técnico ao projeto. Existem vários grupos de
trabalho coletando simultaneamente informações como capacidade instalada e
aumento da demanda, questões ambientais e gestão portuária", explicou Ricardo
Sproesser, na oportunidade.
Movimentação de cargas do Porto do Itaqui deve saltar dos 12,6 milhões de toneladas movimentadas em 2010 para 79,7 milhões de toneladas em 2020
Estimativa - A projeção de crescimento do Itaqui tem sido
divulgada constantemente pela Emap neste ano. O porto pode se tornar um dos 10
maiores do mundo nos próximos anos. A movimentação de cargas deve saltar dos
12,6 milhões de toneladas movimentadas em 2010 para 79,7 milhões de toneladas em
2020 e, assim, alcançar a liderança nacional em granéis sólidos e líquidos.
Atualmente, 50% da movimentação de carga no Itaqui são de
derivados de petróleo, o que deve sofrer um incremento de 40% com a entrada em
operação de um novo berço, de número 108, cujo processo de construção, no valor
de R$ 80 milhões, está sendo conduzido pela Emap.
Até 2030, quando a meta é atingir uma movimentação de 149,7
milhões de toneladas por ano, a previsão é que o Porto do Itaqui acompanhe as
tendências globais competitivas entre os portos, esteja alinhado ao
desenvolvimento do Maranhão e do país, seja globalizado com prioridades locais e
se transforme em um polo industrial e de logística funcionando 24 horas por
dia.
O Plano de Negócios da empresa prevê uma nova matriz de carga
com ampliação de linha regular de contêiner; a entrada em funcionamento do
Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no fim de 2013, cujo contrato de
construção foi assinado recentemente; e com a introdução de novos produtos como
celulose e pellets, da empresa Suzano Papel e Celulose. A descarga de carvão
para a MPX e de cobre e níquel para a Vale também influenciarão nesses
números.
Números
120 Bilhões de reais devem ser investidos no Maranhão até 2016 -
empreendimentos industriais e logísticos.
25,3 Bilhões de reais têm São Luís como destino e impactam
direta ou indiretamente na atividade portuária.
600 Milhões de reais estão sendo aplicados diretamente no Porto
do Itaqui
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